(RV) O Santo Padre
recebeu em audiência, na manhã desta segunda-feira, os bispos da Zâmbia
em visita “ad limina apostolorum” . No seu discurso o Papa evocou antes
de tudo os inícios da Igreja na Zâmbia, sublinhando o rico depósito da
fé trazida pelos missionário cujos efeitos se fazem sentir ainda hoje no
país. E apesar do encontro, por vezes doloroso – continuou o Papa - de
formas antigas com a nova esperança que Cristo traz a todas as culturas,
a palavra da fé criou raízes profundas, multiplicando-se cem vezes
mais, e uma nova sociedade zambiana transformada pelos valores cristãos
emergiu, abençoada com clínicas, hospitais e escolas geridas por
católicos, muitas paróquias vivas e em crescimento em toda a Zâmbia, uma
grande diversidade de ministérios laicais e um número significativo de
vocações para o sacerdócio.
Os zambianos, disse ainda o Papa, continuam a procurar um futuro
feliz e gratificante na Igreja e na sociedade, apesar dos grandes
desafios que militam contra a estabilidade na vida social e eclesial,
particularmente para as famílias e quando a vida familiar está em
perigo, então a vida de fé também é posta em risco. Muitos, sobretudo os
pobres, na sua luta pela sobrevivência são enganados por promessas
vazias em falsas doutrinas, e por isso convidou os bispos a serem sempre
solícitos em apoiar este "santuário da vida" que é a família, pois é
aqui onde o bem-estar da Igreja na Zâmbia deve crescer e ser promovido,
pois é na família, célula fundamental da sociedade, onde aprendemos a
viver com os outros apesar das nossas diferenças e a pertencer uns aos
outros; e é também o lugar onde os pais transmitem aos filhos.
Em seguida o Papa encorajou os bispos, juntamente com os seus
sacerdotes, a formar famílias cristãs fortes, capazes de entender e amar
as verdades da fé mais profundamente, protegendo-as assim daquelas
correntes que as podem destruir. E o Papa os exortou igualmente a estar
perto dos jovens, para ajudá-los a encontrar os seus objectivos no
desafio e alegria de serem co-criadores com Deus, na vocação à vida
matrimonial, ou na vocação celibatária à vida sacerdotal ou consagrada,
para a salvação das almas.
De modo particular o Papa convidou aos bispos zambianos, enquanto
pastores do rebanho, para não se esquecerem de procurar os membros mais
fracos da sociedade da Zâmbia, entre os quais estão os materialmente
pobres e os que sofrem com o HIV/SIDA; "a grande maioria dos pobres tem
uma abertura especial para a fé, precisam de Deus e devemos
oferecer-lhes a sua amizade, a sua bênção, a sua palavra, a celebração
dos sacramentos e um caminho de crescimento e maturidade na fé " – disse
o Papa Francisco.
O Papa insistiu ainda na necessidade de os Bispos se mostrarem
sensíveis às necessidades espirituais e humanas dos seus colaboradores
de trabalho mais próximos, os sacerdotes, ajudando-os a resistir
materialismo e aos padrões de vida mundanos, embora reconhecendo as suas
justas necessidades, e também a continuar a promover a vida religiosa
nas Dioceses e a trabalhar com os líderes políticos em defesa dos pobres
e do bem comum.
E a concluir o Papa falou da importante missão que a Igreja tem de
evangelizar: "há uma necessidade imperiosa de evangelizar as culturas
para inculturar o Evangelho … toda a cultura e todo o grupo social
necessitam de purificação e amadurecimento” – disse o Papa que terminou
com a sua bênção, extensiva aos sacerdotes, religiosos e féis das
dioceses zambianas.
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