17 novembro, 2014

Defender a família das correntes que a ameaçam: o Papa aos Bispos zambianos



(RV) O Santo Padre recebeu em audiência, na manhã desta segunda-feira, os bispos da Zâmbia em visita “ad limina apostolorum” . No seu discurso o Papa evocou antes de tudo os inícios da Igreja na Zâmbia, sublinhando o rico depósito da fé trazida pelos missionário cujos efeitos se fazem sentir ainda hoje no país. E apesar do encontro, por vezes doloroso – continuou o Papa - de formas antigas com a nova esperança que Cristo traz a todas as culturas, a palavra da fé criou raízes profundas, multiplicando-se cem vezes mais, e uma nova sociedade zambiana transformada pelos valores cristãos emergiu, abençoada com clínicas, hospitais e escolas geridas por católicos, muitas paróquias vivas e em crescimento em toda a Zâmbia, uma grande diversidade de ministérios laicais e um número significativo de vocações para o sacerdócio.

Os zambianos, disse ainda o Papa, continuam a procurar um futuro feliz e gratificante na Igreja e na sociedade, apesar dos grandes desafios que militam contra a estabilidade na vida social e eclesial, particularmente para as famílias e quando a vida familiar está em perigo, então a vida de fé também é posta em risco. Muitos, sobretudo os pobres, na sua luta pela sobrevivência são enganados por promessas vazias em falsas doutrinas, e por isso convidou os bispos a serem sempre solícitos em apoiar este "santuário da vida" que é a família, pois é aqui onde o bem-estar da Igreja na Zâmbia deve crescer e ser promovido, pois é na família, célula fundamental da sociedade, onde aprendemos a viver com os outros apesar das nossas diferenças e a pertencer uns aos outros; e é também o lugar onde os pais transmitem aos filhos.

Em seguida o Papa encorajou os bispos, juntamente com os seus sacerdotes, a formar famílias cristãs fortes, capazes de entender e amar as verdades da fé mais profundamente, protegendo-as assim daquelas correntes que as podem destruir. E o Papa os exortou igualmente a estar perto dos jovens, para ajudá-los a encontrar os seus objectivos no desafio e alegria de serem  co-criadores com Deus, na vocação à vida matrimonial, ou na vocação celibatária à vida sacerdotal ou consagrada, para a salvação das almas.

De modo particular o Papa convidou aos bispos zambianos, enquanto pastores do rebanho, para não se esquecerem de procurar os membros mais fracos da sociedade da Zâmbia, entre os quais estão os materialmente pobres e os que sofrem com o HIV/SIDA; "a grande maioria dos pobres tem uma abertura especial para a fé, precisam de Deus e devemos oferecer-lhes a sua amizade, a sua bênção, a sua palavra, a celebração dos sacramentos e um caminho de crescimento e maturidade na fé " – disse o Papa Francisco.

O Papa insistiu  ainda na necessidade de os Bispos se mostrarem sensíveis às necessidades espirituais e humanas dos seus colaboradores de trabalho mais próximos, os sacerdotes, ajudando-os a resistir materialismo e aos padrões de vida mundanos, embora reconhecendo as suas justas necessidades, e também a continuar a promover a vida religiosa nas Dioceses e a trabalhar com os líderes políticos em defesa dos pobres e do bem comum.

E a concluir o Papa falou da importante missão que a Igreja tem de evangelizar: "há uma necessidade imperiosa de evangelizar as culturas para inculturar  o Evangelho … toda a cultura e todo o grupo social necessitam de purificação e amadurecimento” – disse o Papa que terminou com a sua bênção, extensiva aos sacerdotes, religiosos e féis das dioceses zambianas.

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