(RV) “O Espírito Santo é a
alma da Igreja”, dá vida, suscita os diversos carismas e cria a
unidade. Ele é a harmonia” – esta a mensagem central transmitida pelo
Papa Francisco aos católicos da Turquia, na missa do primeiro domingo do
Advento, celebrada este sábado à tarde, na presença do Patriarca de
Constantinopla, Bartolomeu I, na catedral de Istambul, dedicada
precisamente ao Espírito Santo.
O Espírito Santo é a alma da Igreja. Ele dá a vida, suscita os
diversos carismas que enriquecem o povo de Deus e sobretudo cria a
unidade entre os crentes: de muitos faz um único corpo, o corpo de
Cristo. Toda a vida e missão da Igreja dependem do Espírito Santo.
Partindo da primeira leitura da missa, em que São Paulo recorda que
«Ninguém pode dizer: “Jesus é Senhor”, senão pelo Espírito Santo», o
Papa observou que quando rezamos, fazemo-lo porque o Espírito Santo
suscita a oração… quando… saímos de nós mesmos e nos aproximamos dos
outros para os encontrar, escutar, ajudar, é o Espírito de Deus que nos
impele. Assim também quando descobrimos em nós uma capacidade inusual de
perdoar, de amar a quem não gosta de nós…
É verdade! O Espírito Santo suscita os diversos carismas na Igreja;
à primeira vista, isto parece criar desordem, mas na realidade, sob a
sua guia, constitui uma imensa riqueza, porque o Espírito Santo é o
Espírito de unidade, que não significa uniformidade. Só o Espírito Santo
pode suscitar a diversidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo,
realizar a unidade.
Quando somos nós a querer fazer a diversidade e fechamo-nos nos
nossos particularismos e exclusivismos, trazemos a divisão – advertiu o
Santo Padre. Quando somos nós a querer fazer a unidade com os nossos
projectos humanos, acabamos por trazer a uniformidade e a homologação.
É o Espírito Santo que faz a unidade da Igreja: unidade na fé,
unidade na caridade, unidade na coesão interior. A Igreja e as Igrejas
são chamadas a deixarem-se guiar pelo Espírito Santo, colocando-se numa
atitude de abertura, docilidade e obediência.
Em nós está sempre presente a tentação de opor resistência ao
Espírito Santo, porque perturba, porque revolve, faz caminhar, impele a
Igreja a avançar. E é sempre mais fácil e confortável acomodar-se nas
próprias posições estáticas e inalteradas...
A Igreja mostra-se fiel ao Espírito Santo na medida em que põe de
lado a pretensão de O regular e domesticar. E nós, cristãos, tornamo-nos
autênticos discípulos missionários, capazes de interpelar as
consciências, se abandonarmos um estilo defensivo para nos deixamos
conduzir pelo Espírito. Ele é frescor, criatividade, novidade.
A Igreja, nascida do Pentecostes, recebe em herança o fogo do
Espírito Santo… é investida pelo vento do Espírito, que não transmite um
poder, mas habilita para um serviço de amor, uma linguagem que cada um é
capaz de compreender.
No nosso caminho de fé e de vida fraterna, quanto mais nos deixarmos
guiar humildemente pelo Espírito do Senhor, tanto mais superaremos as
incompreensões, as divisões e as controvérsias, tornando-nos sinal
credível de unidade e de paz.
Quase a concluir, o Santo Padre saudou os bispos e patriarcas
presentes, assim como os presbíteros, diáconos e leigos, católicos e
ortodoxos: antes de mais o Patriarca Siro-Católico, o Presidente da
Conferência Episcopal, o Vigário Apostólico, outros Bispos e Exarcas, os
presbíteros e diáconos, as pessoas consagradas e os leigos, das várias
comunidades e diversos ritos; e também o Patriarca de Constantinopla,
Bartolomeu I, o Metropolita Siro-Ortodoxo, o Vigário Patriarcal Arménio
Apostólico e os responsáveis das Comunidades Protestantes,
exprimindo-lhes gratidão pelo gesto fraterno que a sua presença
representa.
E concluiu dirigindo o pensamento à Virgem Maria, a santa Mãe de Deus,
que no Cenáculo rezou com os Apóstolos à espera do Pentecostes.
Peçamos ao Senhor que envie o seu Santo Espírito aos nossos corações e
nos torne testemunhas do seu Evangelho em todo o mundo. Amem!
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