(RV) A Semana do Papa é uma síntese dos principais acontecimentos que estiveram em destaque na atividade do Santo Padre.
Dia 10
O Papa Francisco recebeu no Vaticano na segunda-feira dia 10 de
novembro os bispos da Conferência Episcopal do Senegal, Cabo Verde,
Guiné Bissau e Mauritânia.
O Papa recebeu-os um a um e depois em conjunto e no discurso a eles
dirigido pôs em evidência o tema da colegialidade, a formação dos
sacerdotes e dos leigos, a pastoral familiar, o contacto com as outras
religiões, a presença dos bispos junto da sociedade civil, as relações
com os Estados.
O Papa salientou que de entre os desafios que lhe foram assinalados
pelos próprios bispos, emerge a necessidade de enraizar mais
profundamente a fé nos corações de modo que seja realmente posta em
prática na vida concreta. E frisou que não obstante as dificuldades é
necessário amar a Cristo, unir-se ardentemente a Ele.
Nesta ordem de ideias o Papa recomendou que se dê uma formação
doutrinal e espiritual sólida aos leigos de forma a serem capazes de
testemunhar a fé nos seus ambientes de vida, evitando que a fé apareça
marginalizada da vida pública. Neste âmbito indicou a colaboração entre
sacerdotes, religiosos e leigos como uma forma frutuosa para se chegar a
esta meta.
Não dar escândalo, perdoar sempre e ter fé – esta a mensagem
principal do Papa Francisco na manhã de dia 10 de novembro em Santa
Marta. Partindo da Leitura do Evangelho de S. Lucas o Santo Padre
desenvolveu a sua homilia nomeando três palavras claras: escândalo,
perdão e fé.
A fé no Pai Misericordioso, no Filho que deu a vida por nós, no
Espírito que está dentro de nós e nos ajuda a crescer, a fé na Igreja e
no Povo de Deus. O dom da fé:
“E isto é um dom, a fé é um presente. Ninguém com os livros, indo a
conferências, pode ter fé. A fé é um presente de Deus e por isto os
apóstolos pediram a Jesus: ‘Aumenta a nossa fé’.”
Dia 12
Quarta-feira, 12 de novembro tempo cinzento em Roma. Na Praça de S.
Pedro foram muitos os milhares de peregrinos que acolheram o Papa
Francisco para a tradicional Audiência Geral. Na sua catequese o Santo
Padre voltou ao tema da Igreja com os seus bispos, sacerdotes e diáconos
desta vez abordando aquilo que é pedido aos ministros da Igreja para
que vivam em modo autêntico e fecundo o seu próprio serviço.
“Nas ‘cartas pastorais’ aos discípulos Timóteo e Tito, o apóstolo
Paulo aborda a figura dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos,
delineando aquilo a que eles são chamados e as prerrogativas que devem
ser reconhecidas naqueles que são escolhidos e investidos naqueles
ministérios.”
O Santo Padre deixou claras as qualidades humanas definidas pelo
Apóstolo Paulo para o serviço pastoral dos bispos, sacerdotes e
diáconos:
“...o acolhimento, a sobriedade, a paciência, a mansidão, a fiabilidade, a bondade de coração.”
O Papa Francisco reiterou ainda uma outra atitude que S. Paulo
recomenda ao exortar que se deve reavivar continuamente o dom do
ministério pastoral significando isto que se deve manter sempre viva a
consciência de que não se é bispo, sacerdote ou diácono porque se é mais
inteligente, mais capaz e melhor do que os outros, mas sim porque é um
dom de Deus.
No final da catequese o Papa Francisco saudou também os peregrinos de
língua portuguesa nomeadamente os presentes vindos do Brasil.
Nas saudações em italiano o Papa Francisco lançou, mais uma vez, uma
mensagem de apelo pelos cristãos perseguidos e assassinados em várias
partes do mundo.
O Papa Francisco a todos deu a sua benção!
Dia 13
O Reino de Deus cresce no silêncio, não faz espetáculo. Cresce em
cada dia graças a quem o testemunha sem fazer “barulho”, rezando e
vivendo com fé os seus compromissos na família, no trabalho e na
comunidade. Esta a mensagem essencial da homilia do Papa Francisco na
quinta-feira, dia 13, na missa na Capela da Casa de Santa Marta.
“O Reino de Deus é humilde, como a semente: humilde; mas cresce!?
Pela força do Espírito Santo. Cabe-nos deixá-lo crescer em nós, sem nos
vangloriar; deixar que o Espírito venha, nos transforme a alma e
leve-nos em frente no silêncio, na paz, na serenidade, na proximidade a
Deus, aos outros, na adoração a Deus, sem espetáculos”.
Dia 14
A fé transmite-se com o exemplo e não com palavras – esta a mensagem
principal do Papa Francisco no dia 14 de novembro, sexta-feira, na
eucaristia na Capela da Casa de Santa Marta na qual participaram
crianças e adolescentes de uma paróquia romana. Para o Santo Padre a
transmissão da fé aos jovens deve ser feita através daquilo que se vive:
“Nestes Sacramentos... a oração é um Sacramento?... Não! A oração
não é um Sacramento, mas devemos rezar. Vocês não sabem a quem rezar?
Pois bem... Rezar ao Senhor, rezar a Jesus, rezar a Nossa Senhora para
que nos ajudem neste caminho da verdade e do amor. Entenderam? Vocês
vieram questionar-me, quem de vós falou? Tu? Concordas? Ou deixamos
Jesus de lado?”.
“Agora, Jesus vem ao altar e nós o veremos todos! É Jesus! Neste
momento, devemos pedir a Jesus que nos ensine a caminhar na verdade e no
amor.”
Nesta sexta-feira dia 14 o Papa Francisco recebeu cinco mil
contabilistas reunidos em Congresso Mundial. O Santo Padre defendeu que o
trabalho humano é a questão chave para superar a atual crise económica,
Recordou a “dramática realidade” de muitas pessoas que vivem a situação
do “trabalho precário” ou que perderam o seu emprego e salientou as
famílias, “que pagam as consequências” destas situações. “Não basta dar
respostas concretas a questões económicas e materiais, é preciso
suscitar e cultivar uma ética da economia, da finança e do trabalho” –
declarou o Papa Francisco.
Dia 15
No sábado dia 15 o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Paulo
VI a Associação de Médicos Católicos Italianos e afirmou que o aborto e a
eutanásia mostram uma “falsa compaixão” que põe em causa a dignidade da
pessoa. Uma das principais afirmações do Santo Padre nessa ocasião foi
esta que agora destacamos:
“O pensamento dominante propõe, por vezes, uma falsa compaixão, a que
considera como ajuda à mulher favorecer o aborto, como um ato de
dignidade procurar a eutanásia, ou como conquista científica ‘produzir’
um filho” considerado como um direito em vez de o acolher como um dom;
ou usar vidas humanas como cobaias de laboratório. A compaixão
evangélica, ao contrário, é aquela que acompanha no momento da
necessidade, isto é, aquela do Bom Samaritano, que vê, tem compaixão,
aproxima-se e oferece ajuda concreta.”
Dia 16
Ao meio-dia deste domingo dia 16 de novembro o Papa Francisco recitou
o Angelus da Janela do Palácio Apostólico. Começou por comentar o
Evangelho deste Domingo que nos conta a parábola dos talentos segundo S.
Mateus.
“O homem da parábola representa Jesus, os servidores somos nós e os
talentos são o património que o Senhor lhes confia: a sua Palavra, a
Eucaristia, a fé no Pai Celeste, o seu perdão... enfim, os seus bens
mais preciosos.”
Nesta parábola – explicou o Santo Padre – “os talentos representam os
bens do Senhor” e o buraco escavado na terra “indica o medo que
bloqueia a criatividade e a fecundidade do amor.”
“Jesus não nos pede de conservar a sua graça numa caixa-forte, mas
quer que a usemos em vantagem dos outros. É como se dissesse: ‘Eis a
minha misericórdia, a minha ternura, o meu perdão: pega neles e faz-lhes
largo uso’.”
Depois da oração mariana, o Papa Francisco referiu-se aos episódios
ocorridos em Roma nos últimos dias de tensão entre residentes romanos e
cidadãos imigrantes:
“Convido as instituições, de todos os níveis, a assumirem como
prioridade aquela que constitui uma emergência social e que, se não for
enfrentada rapidamente e em modo adequado, arrisca de degenerar cada vez
mais.”
E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais
atividades do Santo Padre que foram notícia de 10 a 16 de novembro. Esta
rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua
portuguesa. (RS)
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