17 novembro, 2014

A semana do Papa de 10 a 16 de novembro


(RV) A Semana do Papa é uma síntese dos principais acontecimentos que estiveram em destaque na atividade do Santo Padre.

Dia 10
O Papa Francisco recebeu no Vaticano na segunda-feira dia 10 de novembro os bispos da Conferência Episcopal do Senegal, Cabo Verde, Guiné Bissau e Mauritânia.
O Papa recebeu-os um a um e depois em conjunto e no discurso a eles dirigido pôs em evidência o tema da colegialidade, a formação dos sacerdotes e dos leigos, a pastoral familiar, o contacto com as outras religiões, a presença dos bispos junto da sociedade civil, as relações com os Estados.
O Papa salientou que de entre os desafios que lhe foram assinalados pelos próprios bispos, emerge a necessidade de enraizar mais profundamente a fé nos corações de modo que seja realmente posta em prática na vida concreta. E frisou que não obstante as dificuldades é necessário amar a Cristo, unir-se ardentemente a Ele.
Nesta ordem de ideias o Papa recomendou que se dê uma formação doutrinal e espiritual sólida aos leigos de forma a serem capazes de testemunhar a fé nos seus ambientes de vida, evitando que a fé apareça marginalizada da vida pública. Neste âmbito indicou a colaboração entre sacerdotes, religiosos e leigos como uma forma frutuosa para se chegar a esta meta.

Não dar escândalo, perdoar sempre e ter fé – esta a mensagem principal do Papa Francisco na manhã de dia 10 de novembro em Santa Marta. Partindo da Leitura do Evangelho de S. Lucas o Santo Padre desenvolveu a sua homilia nomeando três palavras claras: escândalo, perdão e fé.
A fé no Pai Misericordioso, no Filho que deu a vida por nós, no Espírito que está dentro de nós e nos ajuda a crescer, a fé na Igreja e no Povo de Deus. O dom da fé:

“E isto é um dom, a fé é um presente. Ninguém com os livros, indo a conferências, pode ter fé. A fé é um presente de Deus e por isto os apóstolos pediram a Jesus: ‘Aumenta a nossa fé’.”

Dia 12
Quarta-feira, 12 de novembro tempo cinzento em Roma. Na Praça de S. Pedro foram muitos os milhares de peregrinos que acolheram o Papa Francisco para a tradicional Audiência Geral. Na sua catequese o Santo Padre voltou ao tema da Igreja com os seus bispos, sacerdotes e diáconos desta vez abordando aquilo que é pedido aos ministros da Igreja para que vivam em modo autêntico e fecundo o seu próprio serviço.

“Nas ‘cartas pastorais’ aos discípulos Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo aborda a figura dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos, delineando aquilo a que eles são chamados e as prerrogativas que devem ser reconhecidas naqueles que são escolhidos e investidos naqueles ministérios.”

O Santo Padre deixou claras as qualidades humanas definidas pelo Apóstolo Paulo para o serviço pastoral dos bispos, sacerdotes e diáconos:

“...o acolhimento, a sobriedade, a paciência, a mansidão, a fiabilidade, a bondade de coração.”

O Papa Francisco reiterou ainda uma outra atitude que S. Paulo recomenda ao exortar que se deve reavivar continuamente o dom do ministério pastoral significando isto que se deve manter sempre viva a consciência de que não se é bispo, sacerdote ou diácono porque se é mais inteligente, mais capaz e melhor do que os outros, mas sim porque é um dom de Deus.

No final da catequese o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa nomeadamente os presentes vindos do Brasil.

Nas saudações em italiano o Papa Francisco lançou, mais uma vez, uma mensagem de apelo pelos cristãos perseguidos e assassinados em várias partes do mundo.

O Papa Francisco a todos deu a sua benção!

Dia 13
O Reino de Deus cresce no silêncio, não faz espetáculo. Cresce em cada dia graças a quem o testemunha sem fazer “barulho”, rezando e vivendo com fé os seus compromissos na família, no trabalho e na comunidade. Esta a mensagem essencial da homilia do Papa Francisco na quinta-feira, dia 13, na missa na Capela da Casa de Santa Marta.

 “O Reino de Deus é humilde, como a semente: humilde; mas cresce!? Pela força do Espírito Santo. Cabe-nos deixá-lo crescer em nós, sem nos vangloriar; deixar que o Espírito venha, nos transforme a alma e leve-nos em frente no silêncio, na paz, na serenidade, na proximidade a Deus, aos outros, na adoração a Deus, sem espetáculos”.

Dia 14
A fé transmite-se com o exemplo e não com palavras – esta a mensagem principal do Papa Francisco no dia 14 de novembro, sexta-feira, na eucaristia na Capela da Casa de Santa Marta na qual participaram crianças e adolescentes de uma paróquia romana. Para o Santo Padre a transmissão da fé aos jovens deve ser feita através daquilo que se vive:

 “Nestes Sacramentos... a oração é um Sacramento?... Não! A oração não é um Sacramento, mas devemos rezar. Vocês não sabem a quem rezar? Pois bem... Rezar ao Senhor, rezar a Jesus, rezar a Nossa Senhora para que nos ajudem neste caminho da verdade e do amor. Entenderam? Vocês vieram questionar-me, quem de vós falou? Tu? Concordas? Ou deixamos Jesus de lado?”.
 “Agora, Jesus vem ao altar e nós o veremos todos! É Jesus! Neste momento, devemos pedir a Jesus que nos ensine a caminhar na verdade e no amor.”

Nesta sexta-feira dia 14 o Papa Francisco recebeu cinco mil contabilistas reunidos em Congresso Mundial. O Santo Padre defendeu que o trabalho humano é a questão chave para superar a atual crise económica, Recordou a “dramática realidade” de muitas pessoas que vivem a situação do “trabalho precário” ou que perderam o seu emprego e salientou as famílias, “que pagam as consequências” destas situações. “Não basta dar respostas concretas a questões económicas e materiais, é preciso suscitar e cultivar uma ética da economia, da finança e do trabalho” – declarou o Papa Francisco.

Dia 15
No sábado dia 15 o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Paulo VI a Associação de Médicos Católicos Italianos e afirmou que o aborto e a eutanásia mostram uma “falsa compaixão” que põe em causa a dignidade da pessoa. Uma das principais afirmações do Santo Padre nessa ocasião foi esta que agora destacamos:
“O pensamento dominante propõe, por vezes, uma falsa compaixão, a que considera como ajuda à mulher favorecer o aborto, como um ato de dignidade procurar a eutanásia, ou como conquista científica ‘produzir’ um filho” considerado como um direito em vez de o acolher como um dom; ou usar vidas humanas como cobaias de laboratório. A compaixão evangélica, ao contrário, é aquela que acompanha no momento da necessidade, isto é, aquela do Bom Samaritano, que vê, tem compaixão, aproxima-se e oferece ajuda concreta.”

Dia 16
Ao meio-dia deste domingo dia 16 de novembro o Papa Francisco recitou o Angelus da Janela do Palácio Apostólico. Começou por comentar o Evangelho deste Domingo que nos conta a parábola dos talentos segundo S. Mateus.

“O homem da parábola representa Jesus, os servidores somos nós e os talentos são o património que o Senhor lhes confia: a sua Palavra, a Eucaristia, a fé no Pai Celeste, o seu perdão... enfim, os seus bens mais preciosos.”
  
Nesta parábola – explicou o Santo Padre – “os talentos representam os bens do Senhor” e o buraco escavado na terra “indica o medo que bloqueia a criatividade e a fecundidade do amor.”

“Jesus não nos pede de conservar a sua graça numa caixa-forte, mas quer que a usemos em vantagem dos outros. É como se dissesse: ‘Eis a minha misericórdia, a minha ternura, o meu perdão: pega neles e faz-lhes largo uso’.”

Depois da oração mariana, o Papa Francisco referiu-se aos episódios ocorridos em Roma nos últimos dias de tensão entre residentes romanos e cidadãos imigrantes:

“Convido as instituições, de todos os níveis, a assumirem como prioridade aquela que constitui uma emergência social e que, se não for enfrentada rapidamente e em modo adequado, arrisca de degenerar cada vez mais.”
  
E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 10 a 16 de novembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)

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