(RV) Mais uma intensa manhã de atividade do Papa Francisco, nesta sexta-feira, 11 de Abril. Para além da missa em Santa Marta, como sempre às 7 horas da manhã, o Santo Padre escutou às 9 horas, na capela “Redemptoris Mater”, no palácio do Vaticano, a quinta pregação de Quaresma, pelo Padre Raniero Cantalamessa, desta vez dedicada a “São Gregório Magno e a inteligência espiritual das Escrituras”.
O Papa Francisco recebeu, sucessivamente: o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Gerhard Muller; o bispo de Crema, em Itália, D. Óscar Cantoni; uma delegação do Secretariado Internacional Católico da Infância; e um numeroso grupo de membros do Movimento (italiano) pela Vida.
No que diz respeito ao Secretariado Internacional Católico da Infância (BICE – Bureau Internationale Catholique de l’Enfance, com sede em Paris), anunciando há dias em comunicado este seu encontro com o Papa, este organismo informava o seu desejo de exprimir ao Santo Padre o seu reconhecimento pelo “empenho revelado a favor das crianças”, nomeadamente contra a estigmatização e discriminação dos menores em situação vulnerável e revelando grande determinação no combate aos problemas de abuso sexual. No ano em que se celebram 25 anos da Convenção (da ONU) sobre os Direitos da Criança, O Secretariado Internacional Católico da Infância partilha em pleno esta orientação e empenho.
Nas palavras pronunciadas neste encontro, em espanhol, o Papa Francisco recordou a necessidade de “reafirmar o direito das crianças a crescer numa família, com um pai e uma mãe capazes de criar um ambiente idóneo para o seu desenvolvimento e maturidade afectiva” - “com a masculinidade do pai e a feminilidade da mâe” – sublinhou o Papa que recordou também “o direito dos pais à educação moral e religiosa dos seus filhos”. Neste contexto, o Santo Padre exprimiu com vigor a “rejeição de qualquer experimentação educativa com as crianças”:
“Com meninos e jovens não se pode experimentar! Não são cobaias de laboratório! Não desapareceram os horrores da manipulação educativa que vivemos nas grandes ditaduras genocidas do século XX! Conservam actualidade sob diferentes formas e propostas que, com pretensão de modernidade, forçam meninos e jovens e caminhar pelo caminho ditatorial o pensamento único”.
O Papa Francisco referiu ainda a necessidade de “manter sempre viva a formação antropológica”, bem preparados no que diz respeito à realidade da pessoa humana”, para “saber responder aos problemas e desafios que apresentam as culturas contemporâneas e a mentalidade difundida pelos meios de comunicação social”.
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Por sua vez, no discurso ao Movimento pela Vida, o Papa reafirmou a sacralidade, inviolável da vida humana”, recordando que “todo e qualquer direito civil si apoia no reconhecimento do primeiro direito fundamental, o direito à vida, que não se encontra subordinado a nenhuma condição nem qualitativa, nem económica, nem muito menos ideológica”. A este propósito, o Santo Padre recordou quanto diz na Exortação Apostólica “Evangelii gaudium”, sobre a necessidade de “dizer não a uma economia da exclusão e da iniquidade”.
“Esta economia mata… Considera-se o ser humano em si mesmo como um bem de consumo, que se pode usar e depois deitar fora. Demos início à cultura do descarte que acaba por ser mesmo promovida. E assim descarta-se também a vida!”
Papa Francisco alertou para “um dos maiores riscos” desta nossa época:
“o divórcio entre economia e moral, entre as possibilidades oferecidas por um mercado dotado de todas as novidades tecnológicas e as elementares normas éticas da natureza humana, cada vez mais descurada”.
Há portanto que “reafirmar a mais firme oposição a todo e qualquer atentado direto contra a vida, especialmente inocente e indefesa”. Ora “o nascitura no seio materno é o inocente por antonomásia” – recordou o Papa, citando o Concílio Vaticano II, para quem “o aborto e o infanticídio são delitos abomináveis” (Gaudium et spes, 51).
“A quem é cristão compete sempre este testemunho evangélico: proteger a vida com coragem em todas as suas fases”
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