4. A família, aberta a Deus e ao próximo
A) Cântico Inicial:
B) Invocação do Espírito Santo
C) Leitura Bíblica: Ef 5, 21-33
Submetei-vos
uns aos outros, no respeito que tendes a Cristo: as mulheres, aos seus maridos
como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a
cabeça da Igreja - Ele, o salvador do Corpo. Ora, como a Igreja se submete a
Cristo, assim as mulheres, aos maridos, em tudo. Maridos, amai as vossas
mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para a santificar,
purificando-a, no banho da água, pela palavra. Ele quis apresentá-la esplêndida,
como Igreja sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e
imaculada. Assim devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu
próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. De facto, ninguém
jamais odiou o seu próprio corpo; pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como
Cristo faz à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem
deixará o pai e a mãe, unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne.
Grande é este mistério; mas eu interpreto-o em relação a Cristo e à Igreja. De
qualquer modo, também vós: cada um ame a sua mulher como a si mesmo; e a mulher
respeite o seu marido.
Palavra
do Senhor.
D) Leitura do Ensinamento da Igreja:
1.
O homem está feito à imagem e semelhança de Deus, para viver e conviver com Ele.
Nem o ateísmo, nem o agnosticismo, nem a indiferença religiosa são situações
naturais do homem e tampouco podem ser situações definitivas para uma sociedade.
Os homens estão ligados essencialmente a Deus, como uma casa o está em relação
ao arquitecto que a construiu. As dolorosas consequências dos nossos pecados
podem obscurecer este horizonte, mas cedo ou tarde sentimos a falta da casa e do
amor do Pai do Céu. Acontece connosco o que aconteceu com o filho pródigo da
parábola: não deixou de ser filho quando foi embora da casa do seu pai e, por
isso, apesar de todos os seus extravios, terminou sentindo um desejo
irresistível de voltar. De fato, todos os homens sentem sempre a nostalgia de
Deus e têm a mesma experiência que santo Agostinho, mesmo que não sejam capazes
de expressá-la com a mesma força e beleza com que ele o fez: “Fizeste-nos,
Senhor, para Vós, e o nosso coração não descansará enquanto não descansar em
Vós”.
2.
Consciente desta realidade, a família cristã situa a Deus no horizonte da vida
dos seus filhos desde os primeiros momentos da sua existência consciente. É um
ambiente que eles respiram e assimilam. Isto os ajuda a descobrir e acolher a
Deus, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo e à Igreja. Com plena coerência, já
desde o primeiro momento do seu nascimento, os pais pedem à Igreja o Baptismo
para eles e os levam com entusiasmo para receber as águas baptismais. Depois os
acompanham na preparação para a Primeira Comunhão e para a Confirmação e os
inscrevem na catequese paroquial e buscam para eles o Colégio que melhor os
educará na religião católica.
3.
No entanto, a verdadeira educação cristã dos filhos não se limita a incluir Deus
entre as coisas importantes da vida dos filhos, mas também a situar Deus no
centro dessa vida, de forma que todas as outras actividades e realidades (a
inteligência, o sentimento, a liberdade, o trabalho, o descanso, a dor, a
doença, as alegrias, os bens materiais, a cultura, em uma palavra: tudo) estejam
modeladas e regidas pelo amor a Deus. Os filhos têm que habituar-se a pensar
antes de cada acção ou omissão: “o que Deus quer que eu faça ou deixe de fazer
agora?” Jesus Cristo confirmou a fé e a convicção dos fiéis da Antiga Aliança,
sobre o que eles consideravam “o grande mandamento”, quando respondeu ao doutor
da lei que “o primeiro mandamento é este: amarás o Senhor teu Deus com todo o
teu coração, com toda a tua alma, e com todas as tuas forças”.
4.
Esta educação na centralidade do amor a Deus é realizada pelos pais sobretudo
através das realidades da vida diária: rezando em família nas refeições,
estimulando nos filhos a gratidão a Deus pelos dons recebidos, recorrendo a Ele
nos momentos de dor em qualquer uma das suas formas, participando na missa
dominical com eles, acompanhando-os para receber o sacramento da Reconciliação,
etc.
5.
A pergunta do doutor da Lei só incluía “qual é o primeiro mandamento”. Mas
Jesus, ao responder-lhe, acrescentou: o segundo, semelhante a este: “amarás o
próximo como a ti mesmo”. O amor ao próximo, portanto, é “o seu mandamento” e “o
distintivo” dos seus discípulos. Como concluía são João com fina psicologia: “Se
não amamos o próximo a quem vemos, como vamos amar a Deus, a quem não
vemos?”
6.
Os pais devem ajudar os filhos a descobrir o próximo, especialmente o
necessitado, e a realizar pequenos mas constantes serviços: compartilhar com os
seus irmãos os brinquedos e presentes, ajudar os que são mais novos, dar esmola
ao pobre na rua, visitar os familiares enfermos, acompanhar os avós e
prestar-lhes pequenos serviços, aceitar as pessoas fazendo-os deixar de lado e a
perdoar as pequenas limitações e ofensas de cada dia, etc. Estas coisas,
repetidas uma e outra vez, configuram a mentalidade e criam hábitos bons; para
enfrentar a vida com a predisposição adquirida do amor aos outros, e fazê-los
assim capazes de criar uma sociedade nova.
E) Perguntas para o Diálogo:
1
- Diante do texto da Carta aos Efésios, será que a Igreja reconhece e vive a sua
identidade como esposa de Cristo? Ou será que parece uma viúva? E os casais
cristãos, vivem esta realidade do amor esponsal (amor entregue)?
2
- Temos educado os filhos para esta abertura a Deus? E temos educado na abertura
aos outros? As famílias estão também abertas à vida? Que fazer para que esta
abertura à vida seja mais presente nas nossas vidas?
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