São José, homem
manso e sábio, esteve no centro da alocução do Papa Francisco antes de
rezar o Angelus neste IV Domingo de Advent, O seu exemplo, exorta-nos a
elevar o olhar, procurando ver além, recuperando assim a surpreendente
lógica de Deus que, longe dos pequenos ou grandes cálculos, é feita de
abertura a novos horizontes, a Cristo e à Sua Palavra.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
São José, “uma figura aparentemente secundária, mas em cuja atitude
está encerrada toda a sabedoria cristã”. Assim tem início a alocução do
Papa Francisco antes de rezar o Angelus com os milhares de
peregrinos e turistas de todas as partes do mundo presentes na Praça São
Pedro neste IV Domingo de Advento. E foi precisamente o exemplo “desse
homem manso e sábio” narrado no Evangelho de São Mateus proposto pela
liturgia do dia, que inspirou a sua reflexão.
José é um homem modesto, “não prega, não fala, mas procura fazer a
vontade de Deus; e a cumpre no estilo do Evangelho e das
Bem-aventuranças”, enfatiza o Papa. Pensemos: "Bem-aventurados os pobres
de espírito, porque deles é o reino dos céus":
Procura de uma solução para preservar a dignidade e integridade da amada Maria
A situação narrada pelo Evangelho é constrangedora, pois José e Maria
estão prometidos como esposos, ainda não vivem juntos, mas “ela espera
um filho por ação de Deus”:
José, diante dessa surpresa, naturalmente fica perturbado, mas, em vez de reagir de maneira impulsiva e punitiva - como era costumo
fazer-se, a lei o protegia - procura uma solução que respeite a dignidade e a
integridade a sua amada Maria.
José sabia que consequências teria uma possível denúncia sua, mas
“tem total confiança em Maria, a quem ele escolheu como esposa. Não
entende mas procura outra solução (...), com grande sofrimento, decid
separar-se de Maria sem criar escândalo”.
Total confiança em Deus
Diante de tal decisão, entra em ação um anjo do Senhor que lhe diz
que a solução por ele pensada “não é aquela desejada por Deus. Antes
pelo contrário – observa o Papa - o Senhor abre-lhe um novo caminho,
um caminho de união, de amor e de felicidade e diz-lhe: “José, Filho
de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela
concebeu pela ação do Espírito Santo":
Neste ponto, José confia totalmente em Deus, obedece às palavras
do anjo e toma consigo Maria. Precisamente essa confiança inabalável em
Deus permitiu-lhe aceitar uma situação humanamente difícil e, em certo
sentido, incompreensível.
Resgatar a lógica de Deus que abre novos horizontes
Pela fé, José passa a compreender que a criança gerada no ventre de
Maria não é o seu filho, mas é o Filho de Deus e que ele “será o seu
protetor, assumindo plenamente a sua paternidade terrena”:
Que a Virgem Maria e o seu castíssimo esposo José – foi a exortação
final do Santo Padre - nos ajudem a colocar-mo-nos à escuta de Jesus que
vem e que pede para ser acolhido nos nossos projetos e nas nossas
escolhas.
Às famílias: Natal com fraternidade, crescimento na fé e solidariedade
Ao saudar os peregrinos presentes, após rezar o Angelus,
Francisco dirigiu um pensamento especial às famílias, fazendo votos que o
Natal seja uma ocasião de fraternidade, crescimento na fé e
solidariedade:
Dentro de três dias será Natal e meu pensamento vai especialmente para as famílias, as vossas famílias, que nestes dias de festa se reúnem:
quem vive longe dos seus pais, parte e volta para casa; os irmãos
procuram reenconem-se. Que o Santo Natal seja para todos uma ocasião
de fraternidade, de crescimento da fé e de gestos de solidariedade para
com os necessitados. E que São José nos acompanhe neste caminho para o
Natal.
VN
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