Síria, Líbano,
Iêmen, Iraque, Venezuela e nações do continente americano, Ucrânia,
República Democrática do Congo, Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria.
Regiões da humanidade onde há dor e sofrimento provocados pelas trevas
nos corações humanos, nas relações pessoais, familiares, sociais, nos
conflitos económicos, geopolíticos e ecológicos, receberam a atenção do
Santo Padre na sua mensagem Urbi et Orbi neste dia de Natal: "Mas a luz
de Cristo é maior", reiterou.
Cidade do Vaticano
A Mensagem e a Bênção Urbi et Orbi do Santo Padre:
«O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9,1).
Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!
Nesta noite, do ventre da mãe Igreja, nasceu de novo o Filho de Deus
feito homem. O seu nome é Jesus, que significa Deus salva. O Pai, Amor
eterno e infinito, enviou-O ao mundo, não para condenar o mundo, mas
para o salvar (cf. Jo 3, 17). O Pai no-Lo deu, com imensa
misericórdia; deu-O para todos; deu-O para sempre. E Ele nasceu como uma
chamazinha acesa na escuridão e no frio da noite.
Aquele Menino, nascido da Virgem Maria, é a Palavra de Deus que Se
fez carne; a Palavra que guiou o coração e os passos de Abraão rumo à
terra prometida, e continua a atrair aqueles que confiam nas promessas
de Deus; a Palavra que guiou os judeus no caminho desde a escravidão à
liberdade, e continua a chamar os escravos de todos os tempos, incluindo
os de hoje, para saírem das suas prisões. É Palavra mais luminosa do
que o sol, encarnada num pequenino filho de homem, Jesus, luz do mundo.
Por isso, o profeta exclama: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is
9,1). É verdade que há trevas nos corações humanos, mas é maior a luz
de Cristo; há trevas nas relações pessoais, familiares, sociais, mas é
maior a luz de Cristo; há trevas nos conflitos económicos, geopolíticos e
ecológicos, mas é maior a luz de Cristo.
Que Jesus Cristo seja luz para tantas crianças que padecem pela guerra e
pelos conflitos no Médio Oriente e em vários países do mundo; seja
conforto para o amado povo sírio, ainda sem fim à vista das
hostilidades que dilaceraram o país nesta década; sacuda as consciências
dos homens de boa vontade; inspire os governantes e a comunidade
internacional, para encontrar soluções que garantam a segurança e a
convivência pacífica dos povos da Região e ponham termo aos seus
sofrimentos; seja sustentáculo para o povo libanês, para poder sair da
crise atual e redescobrir a sua vocação de ser mensagem de liberdade e
coexistência harmoniosa para todos.
Que o Senhor Jesus seja luz para a Terra Santa, onde Ele nasceu,
Salvador do homem, e onde continua a expetativa de tantos que, apesar
de cansados mas sem se perder de ânimo, aguardam dias de paz, segurança e
prosperidade; seja consolação para o Iraque, atravessado por tensões
sociais, e para o Iémen, provado por uma grave crise humanitária.
Que o Menino pequerrucho de Belém seja esperança para todo o
continente americano, onde várias nações estão a atravessar um período
de convulsões sociais e políticas; revigore o querido povo venezuelano,
longamente provado por tensões políticas e sociais, e não lhe deixe
faltar a ajuda de que precisa; abençoe os esforços de quantos se
empenham em favorecer a justiça e a reconciliação e trabalham para
superar as várias crises e as inúmeras formas de pobreza que ofendem a
dignidade de cada pessoa.
Que o Redentor do mundo seja luz para a querida Ucrânia, que aspira por soluções concretas para uma paz duradoura.
Que o Senhor recém-nascido seja luz para os povos de África, onde
perduram situações sociais e políticas que, frequentemente, obrigam as
pessoas a emigrar, privando-as duma casa e duma família; haja paz para a
população que vive nas regiões orientais da República Democrática do
Congo, martirizada por conflitos persistentes; seja conforto para
quantos padecem por causa das violências, calamidades naturais ou
emergências sanitárias; dê consolação a todos os perseguidos por causa
da sua fé religiosa, especialmente os missionários e os fiéis
sequestrados, e para quantos são vítimas de ataques de grupos
extremistas, sobretudo no Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria.
Que o Filho de Deus, descido do Céu à terra, seja defesa e amparo
para todos aqueles que, por causa destas e outras injustiças, devem
emigrar na esperança duma vida segura. É a injustiça que os obriga a
atravessar desertos e mares, transformados em cemitérios; é a injustiça
que os obriga a suportar abusos indescritíveis, escravidões de todo o
género e torturas em campos de detenção desumanos; é a injustiça que os
repele de lugares onde poderiam ter a esperança duma vida digna e lhes
faz encontrar muros de indiferença.
Que o Emmanuel seja luz para toda a humanidade ferida. Enterneça o
nosso coração frequentemente endurecido e egoísta e nos torne
instrumentos do seu amor. Através dos nossos pobres rostos, dê o seu
sorriso às crianças de todo o mundo: às crianças abandonadas e a quantas
sofreram violências. Através das nossas frágeis mãos, vista os pobres
que não têm nada para se cobrir, dê o pão aos famintos, cuide dos
enfermos. Pela nossa frágil companhia, esteja próximo das pessoas idosas
e de quantas vivem sozinhas, dos migrantes e dos marginalizados. Neste
dia de festa, dê a todos a sua ternura e ilumine as trevas deste mundo.
VN
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