07 dezembro, 2019

O Papa às ONGs católicas: formação e educação são prioridades para a Igreja



A Igreja conta com a colaboração das várias associações católicas internacionais. Por isso, o Papa propõe três meios para a sua ação concreta: “formação dos membros, meios materiais necessários e trabalho em equipa”.

Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (07/12), na Sala do Consistório, no Vaticano, cerca 100 participantes no Fórum Mundial das ONGs – Organizações não Governamentais – de inspiração católica.

No seu discurso aos presentes, o Papa cumprimentou os Representantes da Santa Sé, junto dos Organismos Internacionais, e os líderes e dirigentes das diversas ONGs, aos quais expressou a sua satisfação por encontrá-los na Sé de Pedro, símbolo da comunhão com a Igreja Católica. A todos, manifestou a sua gratidão, dizendo:

Obrigado por virem, de vários países do mundo, para partilharem experiências e reflexões sobre o tema da inclusão. Desta forma, desejam dar um testemunho concreto a favor dos mais vulneráveis, para que sejam acolhidos e incluídos no mundo, nossa "Casa comum".

Muitos de vós, disse Francisco, trabalham pelos direitos humanos e as condições de vida das pessoas: habitat, educação, desenvolvimento e outros problemas sociais. A Igreja, que "vive e atua neste mundo”, também conta com a colaboração das várias associações católicas internacionais, às quais propôs três meios para a sua ação concreta: “formação dos membros, meios materiais necessários e trabalho em equipa”. Falando sobre o primeiro, ou seja, “a formação”, disse:

A complexidade do mundo e a crise antropológica, na qual estamos imersos, exigem um testemunho coerente de vida, através de um diálogo e uma reflexão positiva sobre a dignidade humana. Tal testemunho pressupõe uma grande fé e confiança e uma preparação profissional adequada em assuntos científicos e humanos na perspectiva cristã”.

Neste sentido, afirmou Francisco, a Doutrina Social da Igreja oferece princípios eclesiais adequados para servir melhor a humanidade. A formação e a educação estão entre as suas metas prioritárias. Por isso, o Papa fez o seu apelo por um “Pacto Global sobre Educação”, para a construção da paz, justiça, acolhimento dos povos e solidariedade universal, além do cuidado da nossa “Casa comum”. Para que isto seja possível, o Pontífice explicou o segundo ponto da sua reflexão: os “meios materiais necessários”:

Os meios são importantes e necessários, mas, às vezes, não são suficientes para alcançar os objetivos propostos. No entanto, não devemos desanimar, sabendo que a Igreja realizou sempre grandes obras com poucos recursos”.

A Igreja, acrescentou Francisco, espera que coloquemos em prática os nossos talentos, com a ajuda e o poder de Deus, para a realização das nossas boas obras. Aqui, apresentou a sua terceira e última proposta: “compartilhar iniciativas e trabalhar em equipa”:

Colaborar com os projetos comuns enaltece ainda mais o valor das obras, pois destaca as metas inatas da Igreja: a comunhão e caminhar juntos, na mesma missão, a serviço do bem comum, através da corresponsabilidade e contribuição de todos”.

Por fim, referindo-se ao tema central do Fórum Mundial das ONGs, o Papa afirmou: para a realização dos diversos projetos, é preciso unir as próprias forças às de outras Organizações católicas, em comunhão cos seus Pastores e com os representantes da Santa Sé junto aos Organismos Internacionais. E concluiu:

O mundo de hoje clama por uma nova audácia e uma nova imaginação para criar outras formas de diálogo e cooperação, a fim de favorecer uma maior cultura de encontro, onde a dignidade do ser humano, segundo o plano criador de Deus, seja colocada ao centro.

VN

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