Migrantes atravessam o Mediterrâneo
(ANSA)
Dois barcos com
cerca de 300 pessoas a bordo, naufragaram nas águas do Mar Mediterrâneo
nas proximidades de Khoms, cerca de 120 km de Trípoli na Líbia. Depois
de serem ajudados somente por alguns pescadores, receberam cuidados
médicos das ONGs locais
Cidade do Vaticano
As equipes dos Médicos Sem Fronteiras na Líbia, socorreram no
porto de Khoms os sobreviventes do naufrágio desta quinta-feira (25) que
causou a morte de pelo menos 70 pessoas e 100 desaparecidos. “A
terrível notícia deste novo trágico naufrágio, demonstra mais uma vez o altíssimo preço em vidas humanas da atual situação na Líbia. Mostra
também a falta de uma adequada capacidade de busca e socorro no
Mediterrâneo”, são palavras de Julien Raickman chefe da missão dos Médicos
Sem Fronteira na Líbia. “Há mais de 100 desaparecidos, dos quais muitos
podem terem-se afogado, segundo os primeiros testemunhos dos sobreviventes
atendidos pelos MSF. A equipe atendeu os casos mais graves e prestaram
os primeiros socorros. Os pacientes estavam em estado de choque com
sintomas de pré-afogamento como hipoxia e hipotermia”.
ONU. A pior tragédia deste ano no Mediterrâneo
Segundo Filippo Grandi do Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados (UNHCR) trata-se da pior tragédia deste ano no
Mediterrâneo. Filippo Grandi fez também o pedido para que “retomem o
resgate das pessoas no mar, acabem com a detenção de refugiados e
migrantes na Líbia, aumentem os itinerários seguros fora da Líbia, estas
medidas, conclui, devem ser colocadas em ação agora, antes que seja
tarde demais para muitas pessoas desesperadas”.
Save the Children: a Europa não pode ficar indiferente diante das tragédias
Para a ONG Save the Children é “absolutamente inaceitável que a
Europa permaneça indiferente diante de todas estas tragédias nas suas
portas. Segundo os últimos dados, nos primeiros 5 meses deste ano 1
pessoa de cada 14 que tentaram atravessar o Mediterrâneo perderam a vida
e nestes casos os menores são os mais vulneráveis. Enquanto a situação
da segurança na Líbia piora a cada dia os refugiados e migrantes têm
poucas opções: ou ficam encarcerados no país, tentam a travessia do
Mediterrâneo ou do deserto do Sahaara. É preciso recordar que entre os
migrantes há muitos menores, adolescentes e algumas vezes até crianças
que viajam sozinhas. Para a ONG, “salvar vidas humanas deve ser a
principal preocupação dos Estados membros da União Europeia. Também é
indispensável que a comunidade internacional, em primeiro lugar a
Europa, multiplique os seus esforços para encontrar itinerários seguros
longe das áreas de crise, evitando que milhares de pessoas tenham que
confiar em traficantes que colocam as suas vidas em perigo para atravessar o
Mar Mediterrâneo, como demonstrou mais uma vez esta tragédia”.
VN
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