16 julho, 2019

FALTAM-ME AS PALAVRAS


 
 
 
Sinto-Te, Senhor, e quero dizer-Te tantas coisas, expressar o meu louvor, o meu amor, a minha adoração mas parece-me que estou vazio de palavras, de expressões, de emoções.
Queria saber inventar palavras para Te louvar, para Te expressar a minha entrega, mas as que me saem já estão todas inventadas e são tão pobres em relação à Tua grandeza.

A Tua grandeza!

És tão grande, Senhor, e, no entanto, fazes-Te tão perto, tão pequeno, tão humilde, tão doado, como se em vez de ser eu a dizer que preciso do Ti, és Tu que me dizes que queres sentir o meu abraço!
Porquê, Senhor, porque queres precisar do meu abraço, porque queres precisar do meu amor, porque queres precisar da minha vida?
Nada posso acrescentar à Tua grandeza, ao Teu amor, ao Tudo que Tu És!

Pois não, dizes-me Tu, meu Deus, mas quando Me abraças, quando Me amas, quando Me dás a tua vida, acrescento Eu a ti o tanto que sempre precisas, não só para ti, para te completares, para te salvares, mas também para dares aos outros tudo o que a ti dou.

Mas, Senhor, e o meu orgulho, a minha vaidade, o meu desconforto quando sinto que gosto de elogios e de agradecimentos?
É tudo Teu, Senhor, porque continuas a permitir que eu viva sempre e cada vez mais esta luta de me sentir mal comigo próprio, quando me orgulho ou envaideço?

Porque, meu filho, quando assim te sentes percebes sempre que tudo vem de Mim, e não descansas na luta de querer sempre ser e fazer tudo segundo a minha vontade.

Continuam a faltar-me as palavras, Senhor!
Aceitas apenas um amo-Te vindo do coração?


Monte Real, 16 de Julho de 2019
Joaquim Mexia Alves

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