Sinto-Te, Senhor, e quero dizer-Te
tantas coisas, expressar o meu louvor, o meu amor, a minha adoração mas
parece-me que estou vazio de palavras, de expressões, de emoções.
Queria saber inventar palavras
para Te louvar, para Te expressar a minha entrega, mas as que me saem já estão
todas inventadas e são tão pobres em relação à Tua grandeza.
A Tua grandeza!
És tão grande, Senhor, e, no
entanto, fazes-Te tão perto, tão pequeno, tão humilde, tão doado, como se em
vez de ser eu a dizer que preciso do Ti, és Tu que me dizes que queres sentir o
meu abraço!
Porquê, Senhor, porque queres
precisar do meu abraço, porque queres precisar do meu amor, porque queres
precisar da minha vida?
Nada posso acrescentar à Tua
grandeza, ao Teu amor, ao Tudo que Tu És!
Pois não, dizes-me Tu, meu
Deus, mas quando Me abraças, quando Me amas, quando Me dás a tua vida,
acrescento Eu a ti o tanto que sempre precisas, não só para ti, para te
completares, para te salvares, mas também para dares aos outros tudo o que a ti
dou.
Mas, Senhor, e o meu orgulho,
a minha vaidade, o meu desconforto quando sinto que gosto de elogios e de
agradecimentos?
É tudo Teu, Senhor, porque
continuas a permitir que eu viva sempre e cada vez mais esta luta de me sentir
mal comigo próprio, quando me orgulho ou envaideço?
Porque, meu filho, quando
assim te sentes percebes sempre que tudo vem de Mim, e não descansas na luta de
querer sempre ser e fazer tudo segundo a minha vontade.
Continuam a faltar-me as
palavras, Senhor!
Aceitas apenas um amo-Te vindo
do coração?
Monte Real, 16 de Julho de
2019
Joaquim Mexia Alves
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