O Papa Francisco
presidiu à celebração eucarística na Basílica de São Pedro no sexto
aniversário da sua visita à ilha italiana de Lampedusa - a sua primeira
viagem como Pontífice.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
“Os migrantes são hoje o símbolo de todos os descartados da sociedade
globalizada”: palavras do Papa Francisco ao presidir na manhã desta
segunda-feira (08/07), na Basílica Vaticana, à celebração eucarística
para recordar os seis anos da sua visita a Lampedusa.
A ilha ao sul da Itália foi a meta, exatamente em 08 de julho de
2013, da primeira viagem do Pontífice. Naquele ano, os desembarques de
migrantes eram quase diários. Meses depois, em 03 de outubro, ocorreria a
maior tragédia registada nas imediações: num naufrágio de uma
embarcação líbia, perderam a vida 368 pessoas.
Papa Francisco cumprimenta migrante ao final da missa
"Penso nos últimos"
“Não se trata apenas de migrantes, mas de pessoas humanas”, reforçou
hoje o Papa na sua homilia na missa celebrada para um restrito grupo de
pessoas, cerca de 250, convidadas pelo Dicastério para o Desenvolvimento
Humano Integral.
Neste sexto aniversário da visita a Lampedusa, disse Francisco,
“penso nos ‘últimos’ que diariamente clamam ao Senhor, pedindo para serem
libertados dos males que os afligem”.
Estes são apenas alguns dos últimos que Jesus nos pede para amar e
levantar. Infelizmente, prosseguiu o Papa, as periferias existenciais
das cidades estão densamente povoadas de pessoas que foram descartadas,
marginalizadas, oprimidas, discriminadas, abusadas, exploradas,
abandonadas, de pessoas pobres e sofredoras.
Papa Francisco celebra missa pelos migrantes
Pessoas, não apenas migrantes
No espírito das Bem-aventuranças, portanto, somos chamados a acudir
misericordiosamente às suas aflições; saciar a sua fome e sede de
justiça; fazer-lhes sentir a solícita paternidade de Deus.
“São pessoas; não se trata apenas de questões sociais ou migratórias!
‘Não se trata apenas de migrantes!’”, repetiu Francisco, que é o tema
do 105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado (DMMR), que será
celebrado em 29 de setembro próximo. “Os migrantes são, antes de mais
nada, pessoas humanas e que, hoje, são o símbolo de todos os descartados
da sociedade globalizada.”
Neste contexto, o Papa propôs a imagem da escada de Jacob, proposta na primeira leitura da liturgia de hoje.
Em Jesus Cristo, explicou, está assegurada e é acessível a todos a
ligação entre a terra e o Céu. Mas subir os degraus desta escada requer
empenho, esforço e graça. Os mais frágeis e vulneráveis devem ser
ajudados.
Trata-se de uma grande responsabilidade, da qual ninguém se pode eximir, advertiu o Pontífice.
O Papa concluiu a sua homilia agradecendo aos migrantes que, mesmo
recém-chegados à Itália, já ajudam os “irmãos e irmãs” que chegaram
depois. “Quero agradecer-lhes por este estupendo sinal de humanidade,
gratidão e solidariedade.”
Papa Francisco celebra missa pelos migrantes
VN
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