Em gesto inédito,
no final do seu discurso de encerramento do retiro espiritual o Papa
Francisco inclinou-se para beijar os pés dos líderes do país reunidos
para a iniciativa de paz. Entre eles, o presidente da República do Sudão
do Sul, Salva Kiir Mayardit, e aos vice-presidentes designados, entre
os quais Riek Machar e Rebecca Nyandeng De Mabio. No encontro o Papa
confirma seu desejo de ir ao Sudão do Sul
Silvonei José - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco espera poder visitar o Sudão do Sul num futuro
próximo. Ele mesmo confirmou isso, nesta quinta-feira (11/04), no
discurso de conclusão de dois dias de retiro espiritual para a paz que
trouxe ao Vaticano autoridades civis e eclesiásticas do Sudão do Sul.
"Confirmo o meu desejo e a minha esperança de poder ir ao vosso amado
país num futuro próximo, com a graça de Deus, junto com os meus
queridos irmãos aqui presentes”: entre eles, o arcebispo de Cantuária,
Welby.
O Papa Francisco exortou os líderes políticos do
Sudão do Sul a cumprirem o compromisso de paz que assinaram no ano
passado, rezando com eles hoje após dois dias de um retiro espiritual
sem precedentes no Vaticano. E acrescentou improvisando:
“A vós, os três que assinaram o Acordo de Paz, peço-vos, como irmão,
que permaneçam na paz. Peco-vos com o coração. Vamos seguir em frente.
Haverá muitos problemas, mas não tenham medo, vão em frente, resolvam os
problemas. Vocês iniciaram um processo: que termine bem. Haverá lutas
entre vocês, sim. Que elas ocorram dentro do escritório; diante do
povo, as mãos unidas. Assim, de simples cidadãos, vocês se tornarão Pais
da Nação. Permitam-me pedir isso com o coração, com os meus sentimentos
mais profundos”, disse o Papa.
No final do seu discurso de encerramento do retiro espiritual o Papa
Francisco inclinou-se para beijar os pés dos líderes do país reunidos
para a iniciativa de paz. O Papa beijou os pés ao presidente da
República Salva Kiir Mayardit e aos vice-presidentes-designados
presentes, entre os quais Riek Machar e Rebecca Nyandeng De Mabior.
No final do encontro os participantes receberam uma Bíblia assinada
por Francisco, pelo arcebispo de Cantuária e pelo reverendo John
Chalmers da Igreja Presbiteriana da Escócia, com a mensagem "Buscai o
que une, superai o que divide", e o Papa deu-lhes a sua bênção.
O Sudão do Sul, com uma população maioritariamente cristã, obteve a
sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011, mas
no final de 2013 mergulhou num conflito civil causado pela rivalidade
entre o presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek
Machar.
VN
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