05 abril, 2019

Visita Pastoral: encontro com a Pastoral Sociocaritativa

 O Cardeal-Patriarca de Lisboa desafiou os cristãos e as comunidades paroquiais a terem presentes as três dimensões da vida de Jesus. “Se falhar alguma, não é cristão”, assinalou D. Manuel Clemente, num encontro com a Pastoral Sociocaritativa onde pediu às instituições sociais para “manterem o espírito cristão” e recordou que o próximo ano pastoral na diocese vai ser dedicado à caridade.


A missão da Igreja e dos cristãos faz presente, na sociedade, Jesus Cristo, salientou o Cardeal-Patriarca. “Quando se fala da Pastoral Social, da Pastoral Litúrgica ou da Pastoral da Palavra, estamos a falar sempre da mesma Pessoa. É preciso que nós entendamos que, com tudo isto que se faz nas comunidades cristãs, é a Pessoa de Jesus Cristo que continua a acontecer. Isto é muito importante ter presente. As comunidades cristãs existem há dois mil anos porque aquela vida que Jesus viveu e que foi interrompida com a sua crucifixão, mas foi depois vitoriosa com a sua ressurreição, começou a ser participada por muitos homens e mulheres”, destacou D. Manuel Clemente, num encontro com a Pastoral Sociocaritativa, no âmbito da Visita Pastoral à Vigararia Lisboa II.
No salão paroquial de Olivais Sul, na noite do passado dia 29 de março, o Cardeal-Patriarca recordou depois as três dimensões da vida de Jesus: a oração, a Palavra de Deus e a caridade. “O que acontece, onde há cristãos, é que continuamos a vida de Jesus Cristo porque recebemos o Espírito. E, por isso, fazemos o que Jesus fez. Quando nós, em qualquer comunidade cristã, a começar pela família – daqueles que se casam no Senhor, que é a Igreja doméstica — e passando pelas comunidades paroquiais, a única pergunta que temos que fazer é: aqui, nesta comunidade cristã, vive-se a vida de Jesus em todos os seus aspetos, em todas as suas dimensões, ou falta alguma dessas dimensões?”, questionou. “Jesus rezava – temos a oração. Aliás, nas famílias cristãs, a coisa mais bonita que pode acontecer, logo com os miúdos pequeninos, é ensinar a rezar, porque a oração é uma dimensão fundamental da vida de Jesus. Depois, Jesus falava e as suas palavras estão recolhidas nos Evangelhos — nós guardamos a Palavra? Isto acontece? Quando nos reunimos, quando nos encontramos, a Palavra de Jesus está presente? E no centro da nossa vida, a Eucaristia dominical, a Palavra de Deus, é depois lembrada durante a semana? Finalmente, Jesus ia ao encontro das pessoas e ajudava as pessoas – os Evangelhos estão cheios dessas ações de Jesus, mas Ele não quer fazer isto sozinho”, acrescentou.

Um dia cristão
Para D. Manuel Clemente, estas três dimensões “têm de acontecer na casa de cada um, se é uma família cristã, e nas comunidades cristãs, quer com as instituições, quer em atitudes pessoais ou de grupo”. “Tem de haver sempre estas três dimensões: oração, Palavra e caridade. Se falta uma coisa, não é uma comunidade cristã, é só um bocado de Cristo – e Cristo não se parte aos bocados. Em tudo o que seja cristão, tem que haver Cristo em tudo aquilo que Ele é. É tão simples como isto”, reforçou o Cardeal-Patriarca, sublinhando que “estas três dimensões aplicam-se, também, às pessoas”. “Um bom método para fazer o exame de consciência e para apurar a consciência cristã – estou a dizer o que, antes de mais, tomo para mim –, é perguntarmo-nos: Palavra, houve? E oração, também houve? E caridade e atenção aos outros, também houve? Se faltou uma destas coisas, não foi um dia cristão. Isto pode-se ensinar aos miúdos e deve-se lembrar aos graúdos. A Palavra, a oração e a caridade são a marca do cristianismo. Se falha uma destas coisas, não é cristão”, assinalou.
  • Leia a reportagem completa na edição do dia 7 de abril do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.
Patriarcado de Lisboa

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