Tinha
Jesus Cristo “necessidade” de ser baptizado?
Claro
que não!
Mas
Jesus quis fazer-se em tudo igual a nós, pecadores, embora n’Ele não houvesse
pecado.
Quis
assim mostrar-nos que a “porta” de entrada para os filhos de Deus, se dá pelo
Baptismo e que, pelo Baptismo, nos tornamos filhos de Deus, templos do Espírito
Santo.
No
Baptismo de Jesus, revela-se a Santíssima Trindade, no Filho que se baptiza, no
Pai que dá a voz e no Espírito Santo que se derrama.
Podemos
dizer que deixando-se baptizar, Jesus Cristo, “sacramentaliza” o Baptismo,
prenunciando já aquilo que vai dizer aos seus Apóstolos após a Sua
Ressurreição.
«Foi-me dado todo o
poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos,
baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a
cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco
até ao fim dos tempos.»
Mt 28, 18-20
E
também nos quis mostrar a humildade como virtude de comunhão com Deus, porque
sendo Ele verdadeiro Homem, mas também verdadeiro Deus, não tinha “necessidade”
de se deixar baptizar, e ainda por cima por um homem.
Mais
ainda, fê-lo publicamente, à frente de todos, porque o Baptismo embora
sacramento “individual” para cada um dos que se baptiza, é sempre, ou assim
deve ser, sacramento comunitário, sacramento da família de Deus, reunida em
Igreja.
Por
vezes nós queremos ou gostávamos, que os batizados dos nossos filhos e netos
fossem assim uma festa para a nossa família, como se se tratasse de algo
pessoal, que só à nossa família diz respeito.
E
realmente diz respeito à nossa família, mas é à nossa família de Deus, que se
faz presente na comunidade reunida em nome de Jesus Cristo, cuja porção mais
próxima é a nossa comunidade paroquial.
Por
isso as paróquias escolhem dias para os baptismos ao longo do ano, e os mesmos
são celebrados nas Missas Dominicais ou na Vigília Pascal, para que a
comunidade esteja reunida e celebre a festa do “novo” nascimento, daquele que
tendo nascido para a vida, nasce então pelo Batismo para Deus.
«Em resposta, Jesus
declarou-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer do Alto não pode
ver o Reino de Deus.»
Perguntou-lhe Nicodemos:
«Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de
sua mãe outra vez, e nascer?»
Jesus respondeu-lhe: «Em
verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no Reino de Deus.»
Jo 3, 3-5
Marinha
Grande, 16 de Janeiro de 2018
Joaquim
Mexia Alves
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Nota: Texto publicado no "Grãos de Areia", Boletim Paroquial da Marinha Grande.
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