Casa Divino Mestre, Ariccia
(Vatican Media)
Nesta terça-feira (20/02), o pregador dos
exercícios espirituais, Pe. José Tolentino Mendonça, refletiu sobre o
contrário da sede: a preguiça - a 'atonia' da alma - e os seus efeitos.
Cidade do Vaticano
Prosseguem na Casa Divino Mestre, em Ariccia, os exercícios espirituais do Papa Francisco e dos seus colaboradores da Cúria. Na manhã desta terça-feira (20/02), o pregador do retiro, Pe. José Tolentino Mendonça, propôs uma meditação intitulada “Esta sede de nada que nos faz adoecer”.
O contrário da sede é a preguiça – disse o sacerdote. Quando perdemos a curiosidade e nos fechamos ao inédito ficamos apáticos e começamos a ver a vida com indiferença. Por sua vez, a sede ensina-nos a arte de procurar, de aprender, colaborar, a paixão de servir.
O contrário da sede é a preguiça – disse o sacerdote. Quando perdemos a curiosidade e nos fechamos ao inédito ficamos apáticos e começamos a ver a vida com indiferença. Por sua vez, a sede ensina-nos a arte de procurar, de aprender, colaborar, a paixão de servir.
Existem muitos sofrimentos escondidos cujas origens devemos descobrir
e que segundo o pregador, escondem-se no mistério da solidão humana.
Quando nos sentimos em ‘burnout’
Um dos problemas mais comuns hoje é o chamado ‘burnout’: sentir-se em
curto-circuito, esvaziado de energias físicas e mentais. Este
esgotamento emocional é definido por alguns como ‘síndrome do bom
samaritano desiludido’ e atinge muitas pessoas que fazem da ajuda e da
cura do próximo a sua ocupação principal. Como os sacerdotes.
Pe. Tolentino mencionou uma pesquisa realizada entre o clero da
Diocese de Pádua (Itália), apontou que os sacerdotes com maior risco
de burnout são os jovens (25-29 anos) e os mais idosos, com mais de 70
anos. Entre as causas deste mal-estar, estão o peso excessivo das
expectativas (pessoais e dos outros), a ausência de uma vida espiritual,
o temor do juízo, a exposição demasiada a situações humanas difíceis,
pouca solidariedade entre os sacerdotes, incapacidade de se comunicar...
Quando nos sentimos amados como pessoas, amparados com afeto e
acompanhamento, sabendo que o nosso trabalho interessa, envolve e
apaixona, temos a certeza de existir. Mas quando nos sentimos
abandonados, incompreendidos e com o coração ferido por dores que não
sabemos curar, temos a impressão de não contar nada para ninguém.
A este respeito, o padre lembrou que somos todos diferentes, cada um
com sua beleza e fragilidades. A beleza humana é aceitar-se como somos;
não viver nos sonhos ou ilusões, na raiva e na tristeza. Ter o direito
de ser o que somos... e seremos amados por Deus e preciosos aos seus
olhos.
Jonas ou a necessária terapia do desejo
Recorrer à terapia do humor para satisfazer o desejo: o livro bíblico
de Jonas faz-nos sorrir salutarmente de nós mesmos, ao invés de
dramatizar. Ele diz-nos que a sabedoria está nos anunciadores de
esperança e não nos apocalíticos pregadores de tragédias.
A anatomia da tristeza
‘Um dos sinónimos da preguiça, a ‘atonia’ da alma, é a tristeza’, afirmou o pregador.
Em relação à pastoral, a preguiça pode ter diferentes origens:
insistir em projetos irrealizáveis; não aceitar a evolução dos
processos; perder o contato real com as pessoas, não saber esperar,
querer dominar o ritmo da vida... A ansiedade de obter resultados
imediatos... a sensação de fracasso, de ser criticado, de cruz.
Aprendam de mim: ‘vem’
Pe. Tolentino concluiu a sua meditação relacionando a nossa sede ‘de
água’ com a palavra que revela a necessidade profunda, íntima e dolorosa
‘vem’, que a Igreja experimenta com a chegada no Espírito. Nesta
palavra está o sinal de tudo o que precisamos, a razão da nossa
esperança e ao mesmo tempo, a razão do nosso fracasso, cansaço... e a
necessidade de superar tudo isso em Deus.
VATICAN NEWS
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