ANGELUS 2018-02-18
(Vatican Media)
Tudo isto é desumano. Não se pode
combater o mal com outro mal. E a guerra é um mal, acrescentou o Papa
Francisco. Portanto, dirijo o meu veemente apelo a fim de que cesse
imediatamente a violência, reiterou o Pontífice.
Cidade do Vaticano
No Angelus ao meio-dia, neste domingo (25/02), mais um premente apelo do Santo Padre a favor da Síria:
“Nestes dias o meu pensamento se tem voltado reiteradas vezes para a
amada e martirizada Síria, onde a guerra se intensificou, especialmente
no Ghouta oriental. Este mês de fevereiro foi um dos mais violentos em
sete anos de conflito: centenas, milhares de vítimas civis, crianças,
mulheres, anciãos; hospitais foram atingidos, o povo não pode prover
alimentos... Irmãos e irmãs, tudo isto é desumano. Não se pode combater o
mal com outro mal. E a guerra é um mal. Portanto, dirijo meu veemente
apelo a fim de que cesse imediatamente a violência, seja dado acesso às
ajudas humanitárias – alimento e medicamentos – e os feridos e os
doentes sejam retirados. Peçamos juntos a Deus para que isso se dê
imediatamente.”
Após o apelo, seguido de um breve momento de silêncio, o Papa rezou
mais uma Ave-Maria com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São
Pedro.
Contemplar a transfiguração de Jesus
Atendo-se à liturgia dominical, na alocução que precedeu a oração
mariana o Santo Padre ressaltou que o Evangelho deste II Domingo da
Quaresma convida-nos a contemplar a transfiguração do Jesus. Francisco
afirmou que o episódio da transfiguração deve ser relacionado com o que
acontecera seis dias antes, quando Jesus tinha revelado aos seus
discípulos que em Jerusalém deveria “sofrer muito e ser rejeitado pelos
anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, após
três dias, ressurgir” (Mc 8,31).
O anúncio colocara em crise Pedro e todo o grupo dos discípulos, que
rechaçavam a ideia de que Jesus fosse rejeitado pelos chefes do povo e
depois morto.
Jesus, servo de Deus, servo dos homens
De facto, explicou o Pontífice, eles esperavam um Messias poderoso,
forte, dominador, ao invés, Jesus apresenta-se como humilde, manso,
servo de Deus, servo dos homens, que deverá dar a sua vida em
sacrifício, passando pelo caminho da perseguição, do sofrimento e da
morte.
“Mas, como seguir um Mestre e Messias cuja vicissitude terrena se
concluiria daquele modo? Assim pensavam eles... E a resposta chega
justamente da transfiguração. O que é a transfiguração de Jesus? É uma
aparição pascal antecipada.”
Paixão de Cristo, sobretudo, um dom de amor infinito de Jesus
A transfiguração ajuda os discípulos, e também a nós, a entender que a
paixão de Cristo é um mistério de sofrimento, mas é, sobretudo, um dom
de amor, de amor infinito da parte de Jesus. O evento de Jesus que se
transfigura no monte fa-nos compreender melhor também a sua
ressurreição, continuou Francisco.
Veja também
“Para entender o mistério da Cruz é necessário saber
antecipadamente que Aquele que sofre e que é glorificado não é somente
um homem, mas é o Filho de Deus, que com o seu amor fiel até à morte, nos
salvou. O Pai renova assim a sua declaração messiânica sobre o Filho, já
feita às margens do Jordão após o batismo, e exorta: ‘Escutai-o!’
Seguir o Mestre com confiança
Os discípulos são chamados a seguir o Mestre com confiança, continuou
o Papa, com esperança, apesar da sua morte; a divindade de Jesus deve
manifestar-se propriamente na cruz, propriamente no seu morrer “daquele
modo”, tanto que o evangelista Marcos coloca na boca do centurião a
profissão de fé: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”
Na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos o Pontífice
saudou, entre outros, o grupo presente na Praça São Pedro por ocasião da
“Jornada pelas doenças raras”, com um encorajamento às associações que
trabalham neste campo.
VATICAN NEWS
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