(RV) 2016,
foi o ano que viu um acontecimento absolutamente histórico para o futuro
dos cristãos: a 12 de fevereiro, em Cuba, no Aeroporto José Marti,
Francisco de Roma e Kirill de Moscovo abraçaram-se.
Ortodoxos e católicos encontram-se divididos desde o Cisma de 1054 e
procuram agora com este encontro dar um histórico passo que possa abrir
caminhos de unidade.
“Somos irmãos é muito claro que esta é a vontade de Deus” – disse o
Papa Francisco num caloroso abraço ao Patriarca Kirill que afirmou:
“Mesmo que as nossas dificuldades não estão resolvidas há a
possibilidade de encontrarmo-nos e isto é belo”.
No encontro em privado foram trocadas lembranças significativas: o
Papa ofereceu um relicário com uma relíquia de S. Cirilo e um cálice; o
Patriarca fez a oferta de uma imagem da Nossa Senhora de Kazan.
Depois foi assinada uma declaração conjunta que aborda âmbitos de
colaboração e de diálogo com um particular enfoque para a situação dos
cristãos no Médio Oriente.
“O nosso olhar dirige-se, em primeiro lugar, para as regiões do mundo
onde os cristãos são vítimas de perseguição. Em muitos países do Médio
Oriente e do Norte de África, os nossos irmãos e irmãs em Cristo veem
exterminadas as suas famílias, aldeias e cidades inteiras”, pode ler-se
no texto da declaração conjunta.
Francisco e Kirill no texto da declaração exortam a comunidade
internacional à união para porem termo “à violência e ao terrorismo”.
Apelam para a paz, para a “ajuda humanitária” aos refugiados e referem o
martírio dos cristãos.
Após a assinatura da declaração conjunta o Papa Francisco e o Patriarca Kirill proferiram breves declarações:
“Temos o mesmo Batismo, somos bispos. Falamos das nossas Igrejas e
concordamos que a unidade se faz a caminhar” – afirmou o Papa Francisco
que sublinhou ter sentido a “consolação do Espírito” no diálogo com o
Patriarca Kirill.
Francisco agradeceu a “humildade fraterna” do patriarca russo e os seus “bons desejos de unidade”.
O Patriarca Kirill, por sua vez, ressaltou nas suas declarações a
abertura do encontro com o Papa e as preocupações com o “futuro do
Cristianismo”.
Kirill sublinhou ainda que as duas Igrejas podem “cooperar” trabalhando para o respeito da vida humana.
(RS)
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