(RV) Domingo, 18 de dezembro, IV e último Domingo do Advento. Dirigindo-se aos milhares de fiéis presentes em São Pedro o Papa Francisco falou da proximidade de Deus à humanidade, tema que caracteriza este domingo, no qual o Evangelho nos apresenta Maria e José, duas pessoas que, mais do que ninguém, estiveram envolvidas neste mistério de amor.
A profecia que diz: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um
filho" – prosseguiu o Santo Padre – realiza-se em Maria, que concebeu
Jesus em virtude do Espírito Santo, sem a intervenção de José. O Filho
de Deus "vem" ao seu seio para se tornar homem e ela o acolhe. Assim,
disse ainda o Papa, de uma forma única, Deus se aproximou do ser humano,
tomando a carne de uma mulher. Mas Também a nós, de uma maneira
diferente, Deus se aproxima com a sua graça para entrar na nossa vida e
oferecer-nos como dom o seu Filho. E nós, o que fazemos, o acolhemos ou o
rejeitamos?, se perguntou Francisco:
“Como Maria, oferecendo-se livremente ao Senhor da história,
permitiu-lhe mudar o destino da humanidade, assim também nós, acolhendo
Jesus e procurando segui-lo todos os dias, podemos cooperar com o seu
plano de salvação para nós próprios e para o mundo. Maria
apresenta-se-nos, portanto, como modelo que devemos olhar e apoio com o
qual contar na nossa busca de Deus e no nosso empenho para construir a
civilização do amor”.
Em seguida o Papa falou de S. José. Por si só, disse, José não pode
dar-se explicação sobre o evento que via acontecer sob os seus olhos,
mas precisamente naquele momento de dúvida, Deus se aproxima dele e ele é
iluminado sobre a natureza daquela maternidade. Assim, ele confia
totalmente em Deus e não repudia sua noiva, mas leva-a consigo. Ao
acolher Maria, José acolhe conscientemente e com amor Aquele que nela
foi concebido por obra admirável de Deus, e deste modo José, homem
humilde e justo, ensina-nos a confiar sempre em Deus, a deixar-nos guiar
por Ele com obediência voluntária. E o Papa acrescentou:
“Estas duas figuras, Maria e José, as primeiras que acolheram Jesus
por meio da fé, introduzem-nos no mistério do Natal. Maria nos ajuda a
colocar-nos em atitude de disponibilidade para acolher o Filho de Deus
na nossa vida concreta, na nossa carne. José nos incentiva a buscar
sempre a vontade de Deus e a segui-la com confiança total”.
E recordando uma vez mais a profecia de Isaías “A virgem conceberá e
dará à luz um filho, que será chamado Emanuel, que significa
Deus-connosco", o Papa auspicou que este anúncio de esperança, que se
realiza no Natal, leve à sua realização a expectativa de Deus também em
cada um de nós, em toda a Igreja, e em tantos pequenos que o mundo
despreza, mas que Deus ama.
***
Depois do Angelus Francisco dirigiu uma saudação a todos, fiéis de
Roma e peregrinos vindos de vários países, as famílias, grupos
paroquiais e associações, e fez apelo sobre o diálogo político a
decorrer no Congo democrático:
"Peço a todos vós de rezar para que o diálogo na RDC se realize com
serenidade, para evitar qualquer tipo de violência e para o bem de todo o
País”.
Em seguida o Papa saudou particularmente grupo da UNITALSI de Roma,
que realizou um presépio vivo, incluindo pessoas portadoras de
deficiência.
A terminar Francisco recordou que próximo domingo será Natal e a
todos exortou a encontrar nesta semana algum momento para parar um pouco
e fazer silêncio, imaginando a Virgem Maria e São José, que vão a
Belém. Procuremos entrar no verdadeiro Natal, o Natal de Jesus, para
recebermos a graça desta festa, que é uma graça de proximidade, de amor,
humildade e ternura.
E naqueles momentos – concluiu o Papa, recordai-vos de rezar também por mim. Bom almoço e até logo!
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