(RV) Na manhã desta sexta-feira dia 9 de dezembro o
Papa participou na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, na segunda
pregação do Advento proposta pelo Pregador da Casa Pontifícia o padre
capuchinho Raniero Cantalamessa. O tema geral é: “Bebamos, sóbrios, a
embriaguez do Espírito Santo”.
Nesta segunda pregação o tema foi: “O Espírito Santo e o carisma do
discernimento”. O padre Raniero considerou que este termo tem um
significado muito específico: indica o dom que permite distinguir, entre
as palavras inspiradas ou proféticas, pronunciadas durante uma
assembleia, as que vêm do Espírito de Cristo das que vêm de outros
espíritos, ou seja, do espírito do homem, do espírito demoníaco ou do
espírito do mundo.
Desta forma, Cantalamessa aprofundou esta temática, dividindo-a em
três partes: “O discernimento na vida eclesial, o discernimento na vida
pessoal e deixar-se guiar pelo Espírito Santo”.
Devemos ter confiança na capacidade do Espírito – disse o pregador –
recordando que “todas as vezes que os pastores das Igrejas cristãs se
reúnem, a nível local ou universal, para fazer discernimento ou tomar
decisões importantes, deveriam ter no coração a confiante certeza da
presença do Espírito Santo”.
No “discernimento na vida pessoal” o Espírito Santo ajuda a avaliar
as situações e a orientar as escolhas, não apenas com base nos critérios
de sabedoria e prudência humanas, mas também à luz dos princípios
sobrenaturais da fé.
O perigo de algumas formas modernas de entender e praticar o
discernimento é enfatizar os aspetos psicológicos – disse o padre
capuchinho – esquecendo que o agente principal de todo o discernimento é
o Espírito Santo. O discernimento não é uma arte ou uma técnica, mas um
carisma, um dom do Espírito!
Para além da escuta da Palavra, a prática mais comum para exercer o
discernimento a nível pessoal é o exame de consciência, que não deveria
ser limitado somente à preparação da confissão, mas tornar-se uma
capacidade constante de colocar-se sob a luz de Deus.
Finalmente, um terceiro aspeto: “deixar-se guiar pelo Espírito Santo”
que deve ser uma decisão renovada de confiarmos na orientação interior
do Espírito Santo, como por uma espécie de "direção espiritual". O
próprio Jesus nunca fez nada sem o Espírito Santo: ao regressar do
deserto, mediante o poder do Espírito Santo, começou a sua pregação,
escolheu os seus apóstolos e ofereceu-se ao Pai.
As pregações decorrem nas quatro sextas-feiras do Advento e percorrem
os próximos dias 16 e 23 de dezembro. Participam nas pregações
cardeais, arcebispos, bispos, secretários das congregações, prelados da
Cúria Romana e do Vicariato de Roma e também os superiores gerais e
procuradores das Ordens Religiosas, que fazem parte da Capela
Pontifícia.
(RS/MT)
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