16 maio, 2014

O programa da visita do Papa à Terra Santa: “Viagem breve, intensa e em clima sereno”, diz o P. Lombardi

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(RV) Será plena de encontros e celebrações a peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa, programada para os dias 24, 25 e 26 de maio. O programa da viagem, por ocasião do 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras ocorrido em Jerusalém, foi ilustrado pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, P. Federico Lombardi. A peregrinação à Terra Santa será a segunda viagem internacional do Papa Francisco após a viagem ao Rio de Janeiro, para a JMJ do Rio do Janeiro em 2013:
“Serão simplesmente três dias. É uma viagem muito breve e muito intensa, como foram os três dias de viagem de Paulo VI" - disse o P. Lombardi.
As etapas fundamentais desta viagem são a Jordânia, Amã; Belém, no Estado da Palestina e depois Jerusalém. Três Estados – Jordânia; Palestina e Israel, três etapas fundamentais, três dias. Uma viagem intensa marcada por uma agenda muito preenchida:
Organizado em torno a um domingo, onde se terá a Missa em Belém e o encontro ecumênico com o Patriarca Bartolomeu e com todos os outros representantes cristãos, na tarde do domingo. No dia precedente, sendo o shabbat, será dedicado à Jordânia e a segunda-feira, por sua vez, ao Estado de Israel”.
A peregrinação do Papa Francisco será também uma ocasião para recordar o 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e Atenágoras, e a viagem do Papa Montini à Terra Santa:
A viagem do Papa à Terra Santa terá um caráter inter-religioso. Dimensão que caracterizará também a delegação papal:
“Inserimos precisamente na delegação, mesmo se não partindo de Roma, um rabino e um representante muçulmano. O Papa quis consigo, formalmente, como membro da delegação, o Rabino Skorka e o Sr. Omar Ahmed Abud, Secretário-Geral do Instituto de Diálogo Inter-religioso da República da Argentina. São duas pessoas que o Papa conhece bem, desde os tempos da Argentina, com quem cultivou relações de diálogo e de amizade, desde então, e que participa, com eles deste momento assim importante”.
O primeiro dia da peregrinação, sábado, 24 de maio, será dedicado à partida de Roma para Amã e aos encontros na Jordânia:
“A viagem começa na manhã de sábado, com o voo de Roma para Amã. Na chegada do Papa não haverá nenhuma cerimônia de acolhimento no aeroporto. Ele desloca-se diretamente do aeroporto ao Palácio Real de Amã para a cerimônia de boas-vindas. Alí acontece primeiro a visita de cortesia aos reis da Jordânia e depois, num grande salão, o encontro com as autoridades jordanas no Palácio Real. Por volta das 15 horas está prevista a chegada no Estádio Internacional de Amã. E ali haverá uma volta no meio da multidão com um Jeep descoberto e de seguida a celebração da Santa Missa. Na Santa Missa está prevista a Primeira Comunhão de 1.400 crianças. Logo após, a deslocação à Bethany beyond the Jordan, isto é, o lugar do batismo de Jesus, no lado jordaniano do Rio Jordão. O Papa dirige-se então às margens do Rio Jordão para abençoar a água, como havia feito Paulo VI. Depois o Papa vai até a Igreja Latina onde encontra refugiados e jovens com deficiência. De seguida regressa para Amã”.
No dia seguinte, domingo 25 de maio, o Santo Padre vai a Belém:
“Na manhã de domingo a transferência de Amã a Belém, será feita em helicóptero. Depois está prevista a transferência imediata ao Palácio presidencial de Belém, onde o Presidente Mahmoud Abbas recebe o Santo Padre. Irá de seguida para a Praça da Manjedoura em Belém, para a Missa. A Missa que será celebrada é uma celebração com leituras e Liturgia da Natividade. Teremos, então, a homilia do Papa, naturalmente, e então o Regina Coeli no final, pois será domingo. Por volta das 13 horas o Papa desloca-se à Casa Nova, que é uma casa anexa ao Convento Franciscano, para os peregrinos. O Papa almoça com algumas famílias da Palestina. No final do almoço, o Papa dirige-se à Basílica da Natividade. Após a visita à Gruta, o Papa desloca-se para o Phoenix Center, no Campo de Refugiados de Dheisheh. Lá o Papa encontrará um grupo de crianças, provenientes de diversos campos para refugiados. Depois dirige-se, imediatamente, ao heliporto de Belém, despedindo-se do Estado da Palestina”.
No domingo à tarde, o Papa chegará ao Estado de Israel. Após o encontro com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu, haverá um momento crucial e histórico com a oração ecuménica na Basílica do Santo Sepulcro:
“A chegada no Estado de Israel começa com uma simples cerimónia de boas-vindas no Aeroporto de Tel-Aviv, na tarde de domingo e a deslocação para Jerusalém. O Papa dirige-se imediatamente à delegação apostólica de Jerusalém. E ali realiza-se o encontro com o Patriarca Ecuménico. Portanto, é outro momento importante da viagem. Lá acontecerá um encontro privado, um encontro historicamente importantíssimo, porque ocorre no mesmo lugar, na mesma sala, em que Paulo VI se encontrou com Atenágoras há 50 anos. E terá a assinatura de uma declaração conjunta. Depois, os dois transferem-se ao Santo Sepulcro para aquele que é considerado um evento fundamental nesta viagem: a celebração ecuménica no Santo Sepulcro.”
“O Papa e o Patriarca chegam – não juntos – mas por caminhos diferentes, à Praça que está diante do Santo Sepulcro, entrando por duas portas diferentes a partir da Praça. Depois são acolhidos na entrada da Basílica do Santo Sepulcro pelos três superiores das comunidades do status quo: a comunidade greco-ortodoxa, a comunidade armena-ortodoxa e a Custódia da Terra Santa. O Papa e o Patriarca veneram a Pedra da Unção, que se encontra próxima da entrada e dirigem-se onde está o Santo Sepulcro. O Papa e o Patriarca entram no Santo Sepulcro para venerar o Sepulcro vazio, saem do Sepulcro, abençoam os presentes e dirigem-se depois ao Calvário, ao Gólgota, acompanhados pelos três chefes das comunidades do status quo. Um momento ecumênico, que entre outras coisas, é a grande novidade ecuménica desta viagem: uma oração em comum num lugar santo de Jerusalém, no Santo Sepulcro em particular, é algo que nunca aconteceu antes. As comunidades cristãs que podem celebrar e rezar nos lugares santos fazem-no – e sempre o fizeram até agora – separadamente, nos tempos propícios e destinados às diversas comunidades. Após esta celebração – verdadeiramente histórica o Papa e o Patriarca – desta vez juntos, no mesmo automóvel -, seguem para o Patriarcado para o jantar”.
Denso de encontros também o último dia de peregrinação na Terra Santa, segunda-feira 26 de maio:
Segunda-feira pela manhã o Papa transfere-se imediatamente para a Esplanada das Mesquitas. O Papa entra na Cúpula da Rocha, com o Grande Mufti. Às 9 horas está prevista a transferência para o Muro Ocidental, o chamado Muro das Lamentações. Lá está previsto um momento de oração do Santo Padre. O Papa aproxima-se e poderá deixar o seu papel nas fissuras do muro, como é habitual. Do Muro Ocidental, o Papa transfere-se ao Monte Herzl para depositar flores. Herzl é o fundador do movimento sionista. É uma comemoração distinta daquela que depois fará no Yad Vashem, que ao contrário, é especificamente em memória do Holocausto. De seguida, a transferência ao Centro Heichal Shlomo, portanto, à sede do Grande Rabinato de Israel para a visita de cortesia aos dois grandes rabinos de Israel. Às 11h30min, deveremos já dirigir-nos ao Palácio Presidencial para o encontro com o Presidente Peres. Às 12h45min a transferência para ao Notre Dame Jerusalém Center. Ali o Papa recebe em audiência privada o Primeiro-Ministro de Israel. Após o almoço, o Papa transfere-se para Viri Galileai, que se encontra praticamente no Monte das Oliveiras e é uma pequena Igreja Greco-ortodoxa. Ali o Papa encontra e despede-se do Patriarca Bartolomeu. Depois o Papa transfere-se para a Igreja do Getsémani, onde encontra, às 16 horas, sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas. O Papa planta uma pequena oliveira, próxima àquela que foi plantada por Paulo VI há 50 anos. Depois tem o último evento importante desta viagem: no Cenáculo tem lugar uma Missa com os Ordinários da Terra Santa e com a delegação papal. De helicóptero dirige-se a Tel Aviv. Em Tel Aviv despede-se do Estado de Israel e parte com destino a Roma, onde deve chegar por volta das 23 horas”.
Não existem motivos para duvidar que a viagem se desenvolverá num clima sereno – concluiu o P. Lombardi. (JE/RS)
“Como vocês recordam foi também a primeira das viagens internacionais dos Papas, porque no tempo do Concílio houve aquele anúncio extraordinário por parte de Paulo VI de que iria à Terra Santa. E foi nos primeiros dias de janeiro. Os dias de janeiro não eram os mais adequados para realizar uma viagem à Terra Santa. Portanto, foi adiada para maio, um tempo mais adequado. Mas a ideia era justamente a de recordar aquela viagem extraordinária”

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