(RV) Na tarde deste sábado o Papa Francisco encontrou-se com as crianças e os adolescentes das escolas italianas na Praça de S. Pedro. Tratou-se do evento “A Igreja para a Escola” que foi um enorme banho de multidão que superou todas as melhores expectativas. Da Praça Pia até à Praça de S. Pedro, percorrendo toda a Via da Conciliação estavam mais de 300 mil fieis entre estudantes, familiares, professores e agentes da pastoral escolar em Itália.
Neste encontro organizado pela Conferência Episcopal Italiana foi dado lugar aos mais novos, aos seus professores e a várias personalidades da vida cultural e educativa italiana que deram os seus testemunhos sobre as suas experiências escolares e lançando ideias para o futuro da escola em Itália.
Este evento foi mais uma etapa de um caminho comum, iniciado há um ano, entre quatro sectores do Episcopado italiano: “Educação, escola e universidade”, “Pastoral da Família”, “Pastoral da Juventude” e “Ensino da Religião católica”. Os Bispos italianos inseriram o tema da educação como prioridade nas directrizes pastorais para o decénio 2010-2020, com a finalidade de aprofundar a questão escolar, em íntima ligação com a família e a juventude.
Foi toda esta realidade que o Papa Francisco encontrou na tarde deste sábado e quando usou da palavra recordou a sua professora da escola primária com quem nunca deixou de contactar e de visitar mesmo na velhice. A escola pode proporcionar uma ligação duradoura a todos – sublinhou o Santo Padre que identificou três aspectos constitutivos da escola: a abertura à realidade, o encontro e a educação à verdade, ao bem e ao belo. O Papa Francisco afirmou, assim, algumas frases vivenciadas por ele próprio como ensinamentos a não esquecer e avançou o primeiro recordando o padre Lorenzo Milani, famoso educador italiano:
“Se alguém aprendeu a aprender, isto permanece para sempre, permanece uma pessoa aberta à realidade.”
De seguida o Santo Padre referiu a escola como um lugar de encontro e não de estacionamento. Um complemento à família na idade do crescimento, onde se encontram pessoas diferentes de nós. E hoje temos muita necessidade de lugares de encontro para podermos caminhar juntos.
O Papa Francisco em terceiro lugar sublinhou a escola como lugar da abertura ao belo, ao bem e à verdade. Uma escola que não pode ser neutra, ou é positiva ou negativa ou enriquece ou empobrece e pode mesmo, no limite, corromper. E por isso afirmou que “é sempre mais bonita uma derrota limpa do que uma vitória suja”.
Na escola – recordou o Santo Padre – “não se aprende apenas conhecimentos e conteúdos mas também hábitos e valores”, e concluiu ensinando a todos a linguagem da mente, do coração e das mãos:
“Pensar aquilo que tu sentes e aquilo que tu fazes; sentir bem aquilo que tu pensas aquilo que tu fazes e fazer bem aquilo que pensas e aquilo que sentes.”
No final, antes da oração, a todos lançou uma mensagem de encorajamento:
“Não deixemos que nos roubem o amor pela escola” (RS)
Sem comentários:
Enviar um comentário