XII DIA MUNDIAL DO DOENTE
Duas palavras apenas, em comunhão com a Mensagem do Papa Francisco
para o XXII Dia Mundial do Doente, sob o lema Fé e caridade: «Também nós
devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16).
A primeira palavra é simplesmente “dar”. Ou melhor, simplificarmos a
existência nesse único sentimento e prática, de doação completa, de não
reservarmos para nós tudo quanto havemos de escoar para os outros. Pois
só nos outros se guarda, como a água dos rios no grande oceano à espera.
E o nosso irmão doente é o grande oceano a acolher-nos, para retribuir
“a cem por um” toda a atenção que lhe dermos. Em cada doente, sabemo-lo
bem, está o Deus que visitamos: «Vinde, benditos de meu Pai, porque
estava doente e visitastes-me… E os justos irão para a vida eterna» (Mt
25).
A segunda palavra é precisamente “vida”. Vida que, manifestando-se
psicofisicamente em cada ser humano, ultrapassa em muito a circunstância
de quem a leva ou suporta, na saúde ou na doença. Em Cristo, por
primeiríssimo exemplo, encontramos uma morte cheia de vida, porque a deu
e reviveu, como expansão absoluta de si. É isto viver, ou seja,
conviver. Visitar o doente, acompanhá-lo e cuidá-lo é a convivência mais
perfeita, em que a verdadeira vida se manifesta e partilha, com
absoluto futuro. Pois só o amor nunca acabará (cf. 1 Co 13, 8).
Por isso, o dia mundial do doente é o dia integral da vida.
+ Manuel Clemente
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