11 fevereiro, 2014

11 de fevereiro de 2013: a renúncia de Bento XVI - o comentário do P. Lombardi

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(RV) Hoje 11 de fevereiro faz um ano que o Papa Bento XVI discursando em latim aos Cardeais reunidos em Consistório lhes apresentou a sua renúncia ao ministério petrino. Recordemos esse momento:

“Depois de ter repetidamente examinado a minha consciência perante Deus, cheguei à certeza que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são as adequadas para exercitar o ministério petrino.”

“Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, em plena liberdade, declaro de renunciar ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, a mim confiado pela mão dos cardeais a 19 de Abril de 2005, de modo a que depois de 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a Sé de Roma, a Sé de S. Pedro, estará vacante e deverá ser convocado, àqueles a quem compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.”

A renúncia ao ministério petrino por parte do Papa Bento XVI foi um momento inesperado e revolucionário. A sua atitude provocou um verdadeiro ciclone mediático de expectativas, emoções, comentários e interpretações. O P. Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e Diretor Geral da Rádio Vaticano foi testemunha muito próxima desses momentos únicos na história da Igreja. Um ano após esses acontecimentos o P. Lombardi deu um depoimento ao nosso colega da redação italiana Alessandro Gisotti. Eis o essencial das suas declarações:

“... a questão é aquela do facto que o papado é um serviço e não é um poder. Se se vivem os problemas em chave de poder, é claro que duas pessoas poderão ter dificuldades em conviver porque pode ser difícil o facto de renunciar a um poder e conviver com o sucessor. Mas se se vive tudo exclusivamente como serviço, então uma pessoa que cumpriu o seu serviço perante Deus e em plena consciência passa o testemunho deste serviço a outra pessoa que com uma atitude de serviço e de plena liberdade desenvolve este dever, então o problema não se põe absolutamente! Há uma solidariedade espiritual profunda entre os servidores que tentam o bem do povo de Deus no serviço do Senhor.”

“... uma pequenina recordação pessoal: sobretudo nos primeiros tempos do pontificado, de cada vez que havia uma audiência e eu passava a saudar o Papa como habitualmente dava-me um Rosário, porque sucede que se dê uma imagem, um Rosário, uma medalha... E cada vez que o Papa me dava um Rosário dizia: ”Também os padres se devem recordar de rezar”. Isto eu nunca mais esqueci, porque manifestava assim, em maneira muito simples, a sua convicção e a sua atenção ao lugar da oração na nossa vida, também e em particular na vida de quem tem deveres de responsabilidade no serviço do Senhor. Bento XVI certamente foi sempre um homem de oração, em toda a sua vida, e desejava, provavelmente, ter um tempo em que vivesse esta dimensão da oração com mais espaço, totalidade e profundidade. E isto é agora o seu tempo.” (RS)

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