Ouço e leio tanta gente que quer à viva força interpretar as palavras, o
pensamento do Papa Francisco, muito especialmente sobre a Família, em todas as
suas situações.
E no meio de todos os que, avidamente, ouvem as suas palavras e vêem os
seus gestos, há aqueles que querem, “excitadamente”, que o Papa Francisco diga
exactamente aquilo que eles desejam, seja porque razão for, mas a maior parte
das vezes para resolver os seus próprios problemas ou para encontrar apoio para
as suas opiniões, faladas e/ou escritas, tantas vezes em desacordo com a
Doutrina da Igreja.
E já dão como certo que será assim ou assado, conforme aquilo em que
querem acreditar, julgando talvez que com tal posição podem pressionar, interferir,
em alguma decisão que possa vir a ser tomada nesse campo da Doutrina sobre a
Família.
E, como sempre, perfilam-se alguns considerando-se “vencedores”, não se
percebe bem de quê, perante outros, que esses mesmos considerarão “vencidos”,
num jogo de em que sobressaem palavras como “conservadores” e “progressistas”.
E eu, confesso humildemente, que não entendo isto!
Alguma vez até agora o Papa Francisco disse algo que não fosse
completamente de acordo com a Doutrina da Igreja?
Não penso nas interpretações que alguns fazem, naquilo que cada um julga
ouvir ou quer entender, mas tão só nas reais palavras do Papa.
Muitas coisas a Igreja nos ensina e uma delas, sem dúvida, é a paciência
que é necessário ter para tomar decisões que impliquem mudanças, no conteúdo
e/ou na forma.
Sinceramente, alguém espera que o Papa Francisco ou qualquer outro Papa,
anuncie qualquer mudança, sem um estudo ponderado, sem ouvir o Magistério da
Igreja, sem uma profunda reflexão orada e meditada?
Por mim, serenamente, ouço, vejo, guardo no coração, e espero, confiando
que se houver decisões a tomar, se houver mudanças, sejam elas quais forem,
estará sempre “por detrás” o Espírito Santo que ilumina e conduz a Igreja.
E é precisamente essa certeza que me acalma, que me tranquiliza, que me
edifica e me faz desde já dar graças ao Senhor por tudo o que vier a ser feito,
mudando ou mantendo, pois tudo será para a glória de Deus e assim sendo, só
poderá ser bom para o homem.
Com o mesmo amor e a mesma alegria, aceitarei de coração aberto tudo o
que a Igreja, pela voz do Papa Francisco, me disser, no tempo próprio da
Igreja, que é o tempo do Espírito Santo.
Marinha Grande, 25 de Fevereiro de 2014
Joaquim
Mexia Alves
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