30 abril, 2019

Papa Francisco: que o Espírito Santo seja o protagonista da nossa vida


Papa celebra a missa na Casa de Santa Marta  (Vatican Media)

Não se pode ser cristão sem deixar que o Espírito Santo seja o protagonista da nossa vida, disse o Papa na homilia matutina na Casa de Santa Marta. 

Debora Donnini – Cidade do Vaticano 

Podemos renascer “daquele pouco que somos”, da “nossa existência pecadora” somente com a “ajuda da própria força que fez ressurgir o Senhor: com a força de Deus” e por isso “o Senhor nos enviou o Espírito Santo”. Foi o que recordou o Papa Francisco ao celebrar a missa na Casa de Santa Marta, na manhã desta terça-feira (30/04).

Na sua homilia, o Pontífice inspirou-se na resposta de Jesus a Nicodemos, proposta pelo Evangelho do dia (Jo 3,7-15). Jesus fala de “renascer do alto” e o Papa traçou este elo entre a Páscoa e a mensagem do renascimento.

A força é o Espírito

A mensagem da Ressurreição do Senhor é “este dom do Espírito Santo”, recordou Francisco e, de facto, na primeira aparição de Jesus aos apóstolos, no próprio domingo da Ressurreição, diz-lhes: “Recebam o Espírito Santo”. “Esta é a força! Nós nada podemos sem o Espírito”, explicou o Papa, recordando que a vida cristã não é somente comportar-mo-nos bem, fazer isto, não fazer aquilo. “Nós podemos fazer isto”, podemos inclusive escrever a nossa vida com “caligrafia inglesa”, mas a vida cristã renasce do Espírito e, portanto, é preciso reservar um lugar apara ele:

É o Espírito que nos faz ressurgir dos nossos limites, das nossas mortes, porque nós temos muitas, muitas necroses na nossa vida, na alma. A mensagem da ressurreição é esta de Jesus a Nicodemos: é preciso renascer. Mas como é possível deixar espaço ao Espírito? Uma vida cristã, que se diz cristã, que não deixa lugar ao Espírito e não se deixa levar avante pelo Espírito é uma vida pagã, fantasiada de cristã. O Espírito é o protagonista da vida cristã, o Espírito – o Espírito Santo – que está em nós, acompanha-nos, transforma-nos, vence connosco. Ninguém subiu jamais ao céu senão Aquele que desceu do céu, isto é, Jesus. Ele desceu do céu. E Ele, no momento da ressurreição, -nos: “Recebam o Espírito Santo”, será o companheiro da vida, da vida cristã. 

Companheiro diário

Portanto, não pode existir uma vida cristã sem o Espírito Santo, que é “o companheiro de todos os dias”, dom do Pai, dom de Jesus.

Peçamos ao Senhor que nos dê esta consciência de que não se pode ser cristão sem caminhar com o Espírito Santo, sem agir com o Espírito Santo, sem deixar que o Espírito Santo seja o protagonista da nossa vida.

Trata-se então de se perguntar qual será o lugar disponível na nossa vida, porque – reiterou o Papa – "não podemos caminhar numa vida crisã sem o Espírito Santo”. É preciso pedir ao Senhor a graça de entender esta mensagem: “o nosso companheiro de caminhada é o Espírito Santo”.


VN

29 abril, 2019

JMJ é reconhecimento do «dinamismo e compromisso» dos jovens católicos


O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, disse hoje em Fátima que a realização de uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, é o reconhecimento do “dinamismo e compromisso” dos jovens católicos no país.
“Há vários anos que na CEP e fora dela se falava de tal possibilidade e aspiração. O mais determinante foi, porém, o crescente desejo de tantos jovens católicos, militantes em comunidades e movimentos, para que tal acontecesse mesmo e a partir do seu próprio dinamismo e compromisso”, assinalou o cardeal-patriarca de Lisboa, no discurso de abertura da 196ª Assembleia Plenária do episcopado católico.A JMJ, maior encontro mundial de jovens promovido pela Igreja Católica, vai decorrer pela primeira vez em Portugal, no verão de 2022; a decisão foi anunciada pelo Vaticano, no último mês de janeiro, no final da JMJ que se realizou no Panamá.
Segundo D. Manuel Clemente, o Papa espera que o evento em solo português seja “de evangelização ativa e missionária por parte dos jovens, que assim mesmo reconhecerão e testemunharão a presença de Cristo vivo”.

"Na verdade, quem estiver atento ao que acontece entre as realidades juvenis católicas, dentro e fora do meio estudantil, com ligações internacionais (JMJ, Taizé, etc.) e em ações missionárias (Missão País e outras) e de voluntariado, dentro e fora de Portugal, compreenderá que aí mesmo reside a base e o impulso para o que acontecerá com os jovens e para os jovens, de Portugal e do vasto mundo católico que aqui se fará presente”.

O presidente da CEP citou várias passagens da exortação apostólica pós-sinodal ‘Christus Vivit’, publicada a 25 de março, na qual Francisco “destaca o protagonismo dos próprios jovens”.
A agenda do encontro dos bispos católicos portugueses prevê ainda momentos de informação e diálogo sobre a cimeira dedicada à proteção de menores, promovida pelo Papa, que reuniu presidentes de episcopados e responsáveis de institutos religiosos sobre casos de abusos sexuais e diretrizes para a gestão dessas situações, no último mês de fevereiro.
“Acolhemos inteiramente tudo quanto o Santo Padre decidiu e decida neste campo. Como aliás o vimos fazendo, também no seguimento do que estabelecemos em 2012 [ano em que a CEP publicou as suas diretrizes para casos de abuso sexual de menores]”, disse D. Manuel Clemente.
Após ter completado 75 anos de idade, D. Rino Passigato, Núncio Apostólico em Portugal desde 2008, vai despedir-se da sua missão como representante diplomático da Santa Sé.
“Agradeço o acompanhamento constante que nos tem prestado, trazendo-nos, também deste modo, a presença do Santo Padre e a estreita ligação à Sé de Pedro. Muitas felicidades, Senhor D. Rino, para a sua futura vida pessoal e eclesial”, referiu o presidente da CEP.Após o encerramento da Assembleia, esta quinta-feira, vai decorrer uma conferência de imprensa, pelas 14h30, na qual será apresentado o comunicado final.

Ecclesia

Ataque contra igreja em Burkina Fasso: Papa reza pelas vítimas

 
 Ataque fez seis vítimas em Burkina Fasso  (AFP or licensors)
 
Cidade do Vaticano
"O Papa Francisco recebeu com dor a notícia de um novo ataque contra uma igreja em Burkina Fasso. Reza pelas vítimas e os familiares e por toda a comunidade cristã do país", assim referiu o diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, a respeito do atentado ocorrido na localidade de Silgadji, a 60 quilómetros de Djibo, capital da província de Soum.

O ataque foi no domingo, contra uma igreja protestante e fez seis vítimas: o pastor Pierre Ouedraogo, foi atingido enquanto celebrava, dois dos seus filhos e três fiéis. 

Nova onda de violência
 
Os causadores do atentado, que chegaram a bordo de uma moto, teriam fugido em direção ao Mali. O ataque insere-se num clima de crescente tensão: sexta-feira à tarde, seis pessoas, entre as quais cinco professores, foram mortas por uma dezena de supostos jihadistas em Maytagou, na região centro-oriental de Koulpelogo. O jornal italiano "Avvenire" referiu outro episódio ocorrido na Sexta-feira Santa contra o vilarejo da diocese de Dori. Naquela ocasião, homens armados invadiram a igreja católica e dispararam contra os fiéis, matando quatro pessoas. Antes de fugirem, saquearam a localidade. 

Sacerdote
 
O padre Joel Yougbarè, pároco de Djibo, sempre presente na diocese de Dori, no dia 17 de março desapareceu. O bispo Laurent Dabiré, em entrevista à Agência Fides, desmentiu a notícia de que o seu corpo teria sido encontrado. 

Grupos radicais
 
Em Burkina Fasso, desde 2015 atuam grupos terroristas. Em quatro anos, mais de 250 pessoas morreram. 

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Papa: que Santa Catarina de Sena ajude a unidade da Igreja

 
 
“Santa Catarina de Sena trabalhou muito pela unidade da Igreja, rezava e trabalhava. Peçamos-lhe pela Igreja, que ajude na unidade da Igreja, que ajude Itália neste momento difícil e a unidade da Europa”, disse o Papa na saudação inicial da missa.
 
Cidade do Vaticano

O Papa Francisco retomou esta segunda-feira (29/04) as celebrações matutinas na capela da Casa Santa Marta. Desta vez, porém, não fez a homilia.

No início da missa, o Pontífice recordou a santa festejada neste dia 29: Santa Catarina de Sena, padroeira da Itália e da Europa.

“Ela trabalhou muito pela unidade da Igreja, rezava e trabalhava muito. Peçamos-lhe pela Igreja, que ajude a unidade da Igreja, que ajude Itália neste momento difícil e a unidade da Europa.” 

Estilo firme, mas materno
 
“Não nos contentemos com as coisas pequenas. Deus quer coisas grandes! Se vocês fossem o que deveriam ser, incendiariam toda a Itália!” Com estas palavras, no seu habitual estilo firme e intransigente, mas sempre materno, Catarina Benincasa convidava à radicalidade da fé a um dos seus interlocutores epistolares. Trata-se de uma exortação que revela o ardente desejo da santa de irradiar o Evangelho no mundo, mediante o testemunho ciente e crível de homens e mulheres convertidos pelo anúncio do Ressuscitado: “Munida de uma fé invicta, poderá enfrentar, vitoriosamente os seus adversários”, disse-lhe Cristo numa visão no último dia de Carnaval de 1367, num episódio que os biógrafos recordam como “núpcias místicas” de Catarina. 

Determinada, desde criança, a casar-se com Cristo
 
Catarina nasceu vinte e cinco anos antes, no dia 25 de março, no bairro Fontebranda de Sena, vigésima quarta filha, dos vinte e cinco vindos ao mundo, de Jacopo Benincasa e de Lapa de Puccio Piacenti, numa época caracterizada por fortes tensões no tecido social; com apenas seis anos, - num momento em que o Papado tinha a sua sede em Avinhão e os movimentos heréticos insidiavam a vida Igreja, - a menina teve uma visão em que Jesus estava vestido com roupas pontificais. No ano seguinte, fez votos de virgindade, amadurecendo, depois, o firme propósito de seguir a perfeição cristã junto da ordem Dominicana. Diante da oposição dos pais, que queriam que se casasse, Catarina reagiu com determinação: com 12 anos, cortou o cabelo, cobriu-se com um véu e encerrou-se em casa. Então, em 1363, a família permitiu-lhe entrar para a comunidade das “Mantellate” ou Terciárias Dominicanas. 

Mãe e mestra, ponto de referência espiritual para muitos
 
A santa aprendeu a ler e escrever e dedicou-se a uma intensa atividade caritativa entre os últimos; numa Europa, dilacerada por pestes, guerras, escassez e sofrimentos, ela tornou-se um ponto de referência para homens de cultura e religiosos, que, por frequentarem assiduamente a sua casa, foram chamados “catarinados”. Os mais íntimos entre eles chamavam-na “mãe e mestra” e tornaram-se descritores dos seus muitos apelos às autoridades civis e religiosas: exortações a assumir as suas responsabilidades, às vezes, repreendidos e convidados a agir, mas sempre expressos com amor e caridade. Entre os temas enfrentados nas missivas destacam-se: a pacificação da Itália, a necessidade de cruzadas, a reforma da Igreja e o retorno do Papado a Roma, para o qual a santa foi determinante, por se encontrar, em Provença, em 1376, com o Papa Gregório XI. 

O Papa “doce Cristo na terra” e o seu retorno a Roma
 
Catarina jamais teve medo de admoestar o Sucessor de Pedro, por ela definido “doce Cristo na terra”, às suas responsabilidades: reconhecia as suas faltas humanas, mas usou sempre a máxima reverência pelo Vigário de Jesus na terra, assim como por todos os sacerdotes. Após a rebelião de um grupo de Cardeais, que deu início ao cisma do Ocidente, Urbano VI convocou-a para ir a Roma. Ali, a santa adoeceu e faleceu em 29 de abril de 1380, como Jesus, com apenas 33 anos. As palavras do apóstolo Paulo “Não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim” encarnaram-se na vida de Catarina que, em 1375, recebeu os estigmas incruentos, revivendo semanalmente, - narram as testemunhas, - a Paixão de Cristo. 

Proclamada Doutora da Igreja por Paulo VI
 
A pertença ao Filho de Deus, a coragem e a sabedoria infusa são os traços distintivos de uma mulher, única na história da Igreja, autora de textos como “O Diálogo da Divina Providência”, o “Epistolário” e a coletânea de “Orações”. Devido à sua grandeza espiritual e doutrinal, Paulo VI, em 1970, a proclama Doutora da Igreja.

Apaixonada por Jesus Cristo, Catarina escrevia: “Nada atrai o coração de um homem como o amor! Por amor, Deus o criou; por amor, o seu pai e a sua mãe deram-lhe a substância; ele foi feito para amar.”


VN

28 abril, 2019

Papa: das chagas de Jesus brota a misericórdia, são fonte de paz, alegria e missão

 

 
Neste segundo domingo de Páscoa, somos convidados a aproxim-mo-nos de Cristo com fé, abrindo o nosso coração à paz, à alegria e à missão. Mas não esqueçam as chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força para a missão.
 
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Aproximar-se de Jesus e tocar as suas chagas, nos nossos irmãos sofredores. Este foi o convite do Papa aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro para a Oração do Regina Coeli - e também a nós - neste II Domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia.

Francisco recordou que é das chagas de Jesus que brota a misericórdia, de que todos temos necessidade, e é “dali que brota a paz, a alegria e a força para a missão”. 

A paz

A sua reflexão foi inspirada na passagem do Evangelho de São João, que narra a incredulidade de Tomé após a aparição de Jesus aos discípulos. Com sua morte, “estavam desorientados e com medo”, por isso - disse Francisco - eram os primeiros a ter necessidade da paz oferecida por Jesus nas suas primeiras palavras: "A paz esteja convosco!"

Tomé, ao ser informado deste “evento extraordinário”, mantém-se incrédulo. Assim, oito dias mais tarde – exatamente hoje, observa o Papa – “a aparição repete-se: Jesus vai de encontro à incredulidade de Tomé, convidando-o a tocar nas suas chagas”.
“ Elas constituem a fonte da paz, porque são o sinal do imenso amor de Jesus que derrotou as forças hostis ao homem, o pecado e a morte. ”
As chagas são um tesouro, delas brota a misericórdia
 
É como se Jesus nos dissesse, a todos nós: "Mas se tu não estás em paz, toca as minhas chagas":

Tocar as chagas de Jesus, que são os tantos problemas, dificuldades, perseguições, doenças, de tantas pessoas que sofrem. Tu não estás em paz? Vai, vai visitar alguém que é o símbolo da chaga de Jesus. Toca a chaga de Jesus. Mas daquelas chagas brota a misericórdia, por isso hoje é o Domingo da Misericórdia. Um santo dizia que o corpo do Jesus crucificado era como um mar de misericórdia, que por meio de suas chagas veio até nós”.
“ Todos nós temos necessidade de misericórdia, sabemos disso. ”
Assim – foi a exortação do Santo Padre –aproximemo-nos de Jesus e toquemos nas suas chagas, nos nossos irmãos que sofrem”:

“As chagas de Jesus são um tesouro, delas vem a misericórdia. Sejamos corajosos e toquemos as chagas de Jesus. Com estas chagas Ele está diante do Pai, mostra-as ao Pai, como se dissesse: "Pai, este é o preço, estas chagas são o que paguei pelos meus irmãos". Isto é, com as chagas, Jesus intercede diante do Pai. Dá-nos misericórdia se nos aproximamos e intercede por nós. Não esqueçam as chagas de Jesus.” 

A alegria

O segundo dom que Jesus ressuscitado traz aos discípulos - acrescentou o Papa - é alegria, como relatado pelo evangelista: "os discípulos encheram-se de alegria ao ver o Senhor":

“Também conosco quando, quem sabe algo de incrível, de belo que tenha acontecido, nos vem de dizer: “Eu não posso acreditar, isso não é verdade!” Assim eram os discípulos, eles não podiam acreditar, tamanha alegria. Esta é a alegria que Jesus nos traz. Se tu estás triste, se tu não estás em paz, olha para Jesus crucificado, olhe para o Jesus ressuscitado, olhe para suas chagas e experimente essa alegria”. 

A missão

Depois da paz e da alegria, Jesus também dá aos discípulos a missão, dizendo: "Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio":

A ressurreição de Jesus é o início de um novo dinamismo de amor, capaz de transformar o mundo com a presença do Espírito Santo”.

Assim, neste segundo domingo de Páscoa, somos convidados a aproximar-mo-nos de Cristo com fé, abrindo o nosso coração à paz, à alegria e à missão”.
“ Mas não esqueçam as chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força para a missão. ”
"Confiemos esta oração à materna intercessão da Virgem Maria, Rainha do céu e da terra", disse o Santo Padre, antes de rezar a oração do Regina Coeli. 

Líbia

Após a oração, o Santo Padre recordou as beatificações de quatro mártires na Argentina, felicitou os cristãos das Igrejas Orientais e Ortodoxas que celebram a Páscoa neste Domingo, e fez apelos pelas vítimas do conflito na Líbia:

Convido-os a unirem-se à minha oração pelos refugiados que se encontram em centros de detenção na Líbia, cuja situação já é muito séria, e se torna ainda mais perigosa pelo conflito em curso. Apelo para que especialmente as mulheres, as crianças e os doentes, possam ser o mais rapidamente evacuados, através de corredores humanitários”. 

Inundações na África do Sul

E também pelas vítimas de inundações na África do Sul:

E rezemos também por aqueles que perderam a vida ou sofreram sérios danos com as recentes inundações na África do Sul. Também a esses nossos irmãos, não falte a solidariedade e o apoio concreto da comunidade internacional”.

Ao saudar os diversos grupos presentes, Francisco recordou em particular “os devotos da Divina Misericórdia”, que neste domingo estão reunidos na Igreja Santo Spirito in Sassia - proximidades do Vaticano - para as celebrações da Festa da Divina Misericórdia.

Óh! Sangue e Água que jorraste do Coração de Jesus como Fonte de Misericórdia para nós, eu confio em Vós!

VN

27 abril, 2019

Esforços pacientes para superar as divisões, é a exortação do Papa às duas Coreias

 
 
"Uma nova era de paz" começou, afirmava a Declaração de Panmunjom para a Paz, a Prosperidade e a Unificação da Península Coreana, assinada por Kim Jong-un e Moon Jae-in, no final da Reunião de Cúpula Intercoreana na "Casa da Paz'", no povoado fronteiriço de Panmunjom, em 27 de abril de 2018. 
 
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

O Santo Padre enviou uma vídeo-mensagem por ocasião do primeiro aniversário da Declaração de Paz de Panmunjom, aldeia entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.

Na sua Mensagem, o Papa diz, textualmente:

«Queridos amigos, é com alegria que lhes envio minha cordial saudação por ocasião do primeiro aniversário da Declaração de Panmunjom pela paz, prosperidade e unificação da Península Coreana.

Que esta celebração possa oferecer a todos a esperança de que um futuro, baseado na unidade, no diálogo e na solidariedade fraterna, seja realmente possível. Mediante esforços pacientes e perseverantes, a busca de harmonia e concórdia pode superar a divisão e a contraposição.

Rezo para que este aniversário da Declaração de Panmunjom possa contribuir para uma nova era de paz para todos os Coreanos.

A Declaração de Panmunjom para a Paz, a Prosperidade e a Unificação da Península Coreana, assinada pelos líderes das duas Coreias, afirma que na península coreana não haverá mais guerra e que tem início uma nova época. E a primeira medida prática adotada, foi o fim de todas as atividades hostis entre os dois países, o que incluíu a transmissão de propaganda na Zona Desmilitarizada a partir de 1º de maio. 

O Papa rezou pelo encontro em 2018

“A Santa Sé acompanha, apoia e encoraja toda iniciativa útil e sincera para construir um futuro melhor, no signo do encontro e da amizade entre os povos”,  tinha dito o Papa Francisco no final da catequese da Audiência Geral de 25 de maio de 2018.

“A todos os que têm responsabilidades políticas diretas – acrescentou - peço que tenham a coragem da esperança, fazendo-se ‘artífices’ da paz, enquanto vos exorto a prosseguir com confiança o caminho empreendido pelo bem de todos”.

Antes de rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria com os fiéis presentes na Praça São Pedro, o Pontífice fez votos de que o encontro da cúpula fosse uma ocasião propícia para iniciar um diálogo transparente e um percurso concreto de reconciliação e de fraternidade, a fim de garantir a paz na Península Coreana e no mundo inteiro.”

VN

26 abril, 2019

Papa Francisco: a Bíblia é a melhor vacina contra o fechamento da Igreja

 
 
 "A Bíblia não é uma bela coletânea de livros sagrados a estudar, é Palavra de vida a semear", disse o Papa ao receber em audiência no Vaticano os participantes no Congresso Internacional da Federação Bíblica Católica.
 
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

O Papa Francisco recebeu no final da manhã desta sexta-feira (26/04) os participantes do Congresso Internacional da Federação Bíblica Católica. O evento está em andamento em Roma desde o dia 23 e celebra os 50 anos da Federação.

O tema do Congresso é "A Bíblia e a vida: a inspiração bíblica de toda a vida pastoral e missão da Igreja (VD 73) – Experiências e desafios". E foi a partir destas duas palavras – Bíblia e vida – que o Papa Francisco desenvolveu o seu discurso.

A Palavra está viva e dá vida

“A Palavra de Deus é viva, disse o Pontífice, citando o Novo Testamento, “não morre nem envelhece, permanece para sempre”. “Está viva e dá vida. A Palavra, de facto, traz ao mundo o respiro de Deus, infunde no coração o calor do Senhor através do sopro do Espírito."

A Bíblia não é uma bela coletânea de livros sagrados a estudar, é Palavra de vida a semear e o trabalho dos académicos deve ter este fim.  Na Igreja, disse ainda o Papa, a Palavra é uma insubstituível injeção de vida. Por isso, as homilias são fundamentais.
“ A pregação não é um exercício de retórica e nem mesmo um conjunto de sábias noções humanas: seria somente lenha. É ao contrário partilha do Espírito, da Palavra divina que tocou o coração do pregador, o qual comunica aquele calor, aquela unção. ”
Não se pode renunciar à Palavra 
 
Diariamente ouvimos demasiadas informações, mas não podemos renunciar à Palavra de Jesus, à única Palavra de vida eterna de que necessitamos cotidianamente.  “Seria belo que a Palavra de Deus se tornasse sempre, mais o coração de toda atividade eclesial”, disse ainda Francisco, citando a Evangelii gaudium.
 
“É desejo do Espírito plasmar-nos como ‘formato-Palavra’: uma Igreja que não fale por si e de si, mas que tenha no coração e nos lábios o Senhor. Ao contrário, a tentação é sempre aquela de anunciar nós mesmos e de falar das nossas dinâmicas, mas assim não se transmite ao mundo a vida.”

A Palavra então ensina a renunciar a nós mesmos para anunciá-La, leva a viver de modo pascal, não deixa tranquilo, mas coloca em discussão: “A Igreja não se cansa de anunciar, não cede à desilusão, não se rende em promover a todos os níveis a comunhão, porque a Palavra chama à unidade e convida cada um a ouvir o outro, superando os próprios particularismos". 

Vacina contra o fechamento

A Igreja que se nutre da Palavra, portanto, vive para anunciá-La, lançando-se pelas estradas do mundo, até os confins da terra, não se poupa.

A Bíblia é a melhor vacina contra o fechamento e autopreservação da Igreja. É a Palavra de Deus, não nossa, e preserva-nos da autossuficiência e do triunfalismo.

"Bíblia e vida: vamos comprometer-mo-nos para que estas duas palavras se abracem, para que jamais uma fique sem a outra. Rezemos e trabalhemos para que a Bíblia não fique na biblioteca, mas corra pelas estradas do mundo. E faço votos para que sejam bons portadores da Palavra, com o mesmo entusiasmo que lemos nestes dias nas narrações pascais, onde todos correm: as mulheres, Pedro, João, os dois de Emaús... Corram para encontrar e anunciar a Palavra viva."

VN

25 abril, 2019

"Deus sente-se com a fé, não com os ouvidos": O Papa recebe associações de surdos



O Papa Francisco recebeu no Vaticano os membros da Federação Italiana das Associações de Surdos e falou de sua contribuição para a vitalidade da Igreja.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano 

O Papa Francisco concluiu a sua série de audiências esta quinta-feira (25/04) recebendo os membros da Federação Italiana das Associações de Surdos.

“As pessoas surdas vivem inevitavelmente uma condição de fragilidade; e isto faz parte da vida e pode-se aceitar positivamente. O que ao contrário não se pode aceitar é que essas pessoas e as suas famílias vivam situações de preconceito, às vezes inclusive dentro da própria comunidade cristã”, disse o Papa.

Francisco recordou então que as cidades e as paróquias são chamadas a superar sempre mais as barreiras que não permitem colher plenamente a potencialidade das diversidades.
 
“Vocês ensina-nos, que somente habitando o limite e a fragilidade é possível ser construtores da cultura do encontro, em oposição à indiferença que cresce.” 

Para sentir Deus, é preciso ter fé
O Pontífice reiterou que os surdos são um dom na Igreja e a sua presença, inclusive entre os agentes pastorais, pode representar um recurso e uma ocasião de evangelização.
“ A presença de Deus não se percebe com os ouvidos, mas com a fé; portanto, eu encorajo-vos a reavivar a vossa fé para sentir sempre mais a proximidade de Deus, cuja voz ressoa no coração de cada um e todos podemos ouvi-la. Assim, vós podereis ajudar as pessoas que não “ouvem” a voz de Deus a estarem mais atentas a ela. Esta é uma significativa contribuição que as pessoas surdas podem dar à vitalidade da Igreja. ”
Revolução da ternura
O Papa alargou o seu discurso mencionando todas as pessoas surdas não só da Itália, mas do mundo, especialmente aquelas que vivem em condições de marginalização e de miséria.
“Rezo por elas e rezo por vós para que possam levar a vossa peculiar contribuição à sociedade, sendo capazes de um olhar profético, capazes de acompanhar processos de partilha e inclusão, capazes de cooperar para a revolução da ternura e da proximidade.”
Concluindo, Francisco reiterou a importância da presença das pessoas surdas na Igreja “para construir comunidades que sejam casas acolhedoras e abertas a todos, a partir dos últimos”.

VN

24 abril, 2019

Audiência: nem tudo se resolve com a justiça; é preciso perdoar

 
 
O Papa Francisco retomou o seu ciclo de catequeses sobre a oração do “Pai-Nosso”, comentando hoje a frase “assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
 
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Com a Praça de São Pedro ainda enfeitada com as flores da Páscoa, o Papa Francisco reuniu-se com milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral.

O Pontífice retomou o seu ciclo de catequeses sobre a oração do “Pai-Nosso”, comentando hoje a frase “assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”

Não existem na Igreja "self made man"

Realmente não existe espaço para a presunção quando unimos as mãos para rezar, disse o Papa. “Não existem na Igreja 'self made man', homens que se fizeram sozinhos. Somos devedores de Deus e de tantas pessoas que nos deram condições de vida favoráveis. A nossa identidade constrói-se a partir do bem recebido, sendo a vida o primeiro deles.

"Quem reza, aprende a dizer 'obrigado' e nós esquecemos disso, somos egoístas", disse o Papa. Quem reza, prosseguiu, pede a Deus que seja benévolo com ele. Por mais que nos esforcemos, permanece sempre uma dívida diante de Deus, que jamais poderemos restituir: Ele am-nos infinitamente mais do que aquilo que nós podemos amá-Lo. E por mais que nos comprometamos a viver segundo os ensinamentos cristãos, haverá sempre algo para o qual pedir perdão. 

Quem recebe, deve doar

Todo o cristão sabe que existe para si o perdão dos pecados, nada no Evangelho faz pensar o contrário. Todavia, a graça de Deus assim tão abundante, é sempre empenhativa. “Quem recebeu deve aprender a dar, e não prender para si o que recebeu. No Evangelho de Mateus dá-se destaque precisamente a esta frase do perdão fraterno: Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celestial vos perdoará; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas.

“Isto é forte. Ouvi algumas vezes pessoas dizerem que jamais perdoariam. Mas se não perdoa, Deus não perdoará.”  Francisco contou a experiência de um sacerdote que foi ministrar o último sacramento a uma idosa que não estava disposta a perdoar. “Se não perdoar, Deus não perdoará”, repetiu o Papa. “Pensemos aqui se somos capazes de perdoar. Se não conseguimos, peçamos ao Senhor que nos dê a força.

Nem tudo se resolve com a justiça

Aqui reencontramos a junção entre o amor por Deus e pelo próximo. Amor chama amor, perdão chama perdão. Francisco então citou a parábola da dívida do servo com o Rei. “Se  não te esforçares em perdoar, não serás perdoado; se não te esforçares em amar, não serás amado.”

Jesus insere nas relações humanas a força do perdão. Na vida, nem tudo se resolve com a justiça. É preciso amar para além do devido, pois o mal conhece as suas vinganças e se não for interrompido, corre o risco de se expandir, sufocando o mundo inteiro. 

Lei de talião

Jesus substitui a lei de talião pela lei do amor: Agora não é mais “o que fizeres a mim, eu restituo-te”, mas “o que Deus fez a mim, eu faço a ti”. “Pensemos nesta semana de Páscoa tão bela, se estou disposto a perdoar e, se não me sinto capaz, pedir ao Senhor a graça de perdoar. Perdoar é uma graça”, convidou o Pontífice, que concluiu:
“ Deus doa a cada cristão a graça de escrever uma história de bem na vida dos seus irmãos, especialmente daqueles que realizaram coisas más. Com uma palavra, um abraço e um sorriso podemos transmitir aos outros aquilo que recebemos de mais precioso: o perdão. ”
Revezamento pela Esperança
 
No final da Audiência, o Papa saudou os jovens da Arquidiocese de Milão, que no dia anterior tinham recebido terços da JMJ por parte do Pontífice, por ocasião do seu onomástico (23 de abril, festa de São Jorge).
 
Na Praça, também estava presente uma delegação do “Revezamento pela Esperança – Direção Papa Francisco”.

Trata-se de uma maratona dedicada a crianças e jovens que sofrem de leucemia, tumores e doenças raras. O revezamento atravessou cinco regiões italianas, percorrendo 530 km de Pádua até à Praça de São Pedro, no Vaticano.

O último bastão foi entregue ao Papa por uma criança de quatro anos que foi curada de uma grave forma de tumor.

VN

23 abril, 2019

Dia de São Jorge, onomástico do Papa Francisco

 
Papa Francisco abençoa imagem de São Jorge 
 
Símbolo de fé que triunfa sobre o mal, São Jorge é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. 
 
Cidade do Vaticano

No dia 23 de abril, a Igreja celebra a memória litúrgica de São Jorge, onomástico do Papa Jorge Mario Bergoglio. No dia do seu onomástico, o Papa Francisco doou – através da Esmolaria Apostólica – seis mil terços da JMJ aos jovens da Arquidiocese de Milão, que esta manhã participaram na Basílica de São Pedro da missa presidida pelo Arcebispo da cidade, Dom Mario Delpini.

Com este gesto – informa uma nota da Sala de Impresa da Santa Sé –, o “Santo Padre pede aos jovens uma lembrança especial na oração, com um ato de entrega a Nossa Senhora, a poucos dias do início do mês de maio, mês dedicado à Mãe de Jesus”.
Amanhã de manhã, os jovens milaneses participarão da Audiência Geral do Papa na Praça de São Pedro.

No ano passado, o Papa Francisco distribuiu, sempre através da Esmolaria Apostólica,  3.000 sorvetes às pessoas que são recebidas diariamente nos refeitórios, nos dormitórios e nas estruturas da Caritas de Roma. 

A luta de São Jorge contra o dragão
 
Nascido na Capadócia, oficial do exército de Diocleciano, São Jorge morre mártir em 303, entre atrozes torturas, por não negar a sua fé durante as perseguições anticristãs desencadeadas pelo imperador romano. Famoso o episódio lendário em que, protegido pela Cruz, mata o dragão que devorava as pessoas: símbolo de fé que triunfa sobre o mal.

São Jorge é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Ele é invocado ainda contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas. O Santo é honrado também pelos muçulmanos, que lhe deram o apelativo de “profeta”. 

Reflexões do Papa sobre a luta contra o mal
 
O Papa Francisco dedicou inúmeras homilias para falar da eterna luta contra o diabo, luta que ele definiu “agradabilíssima” na meditação de 30 de outubro de 2014.

A vida do cristão é «uma milícia», e são necessárias «força e coragem» para «resistir» às tentações do diabo e para «anunciar» a verdade. Mas esta «luta é agradabilíssima», porque quando o Senhor vence em cada passo da nossa vida, dá-nos alegria e «grande felicidade». Meditando sobre as palavras de Paulo na Carta aos Efésios (6, 10-20) e sobre a sua «linguagem militar», o Papa falou daquela que os teólogos descrevem como a «luta espiritual: para ir em frente na vida espiritual é preciso lutar!».

São necessárias «força e coragem», porque não se trata de um «simples embate», mas de uma «luta contínua» contra o «príncipe das trevas», do cerrado confronto evocado pelo Catecismo, no qual «nos ensinaram que os inimigos da vida cristã são três: o diabo, o mundo e a carne». Trata-se da luta diária contra a «mundanidade», a «inveja, luxúria, soberba, gula, orgulho, ciúmes», paixões que «são as feridas do pecado original». Então, alguém poderia perguntar: «Mas a salvação que Jesus nos dá é gratuita»? Sim, respondeu Francisco, «mas tu deves defendê-la!». E, como escreve Paulo, para o fazer é preciso «vestir a armadura de Deus», pois «não se pode pensar numa vida espiritual, cristã», sem «resistir às tentações, sem lutar contra o diabo». E pensar que nos queriam fazer crer «que o diabo era um mito, uma figura, uma ideia do mal!». Ao contrário, «o diabo existe e nós devemos lutar contra ele». São Paulo recorda: «É a palavra de Deus que no-lo diz», mas parece que «não estamos convictos» desta realidade. 

Armadura de Deus
 
Mas como é a «armadura de Deus»? É o apóstolo que nos dá alguns pormenores: «Permanecei firmes, cingi-vos com a verdade». Por isso, é preciso sobretudo a verdade, pois «o diabo é o mentiroso, o pai dos mentirosos»; depois — diz Paulo — é preciso vestir «a couraça da justiça», e o bispo de Roma explicou que «não podemos ser cristãos sem labutar incessantemente para ser justos». E ainda: «Os pés calçados e prontos para propagar o Evangelho da paz», pois «o cristão é um homem, uma mulher de paz» e se não tiver «paz no coração» algo não funciona: é a paz que «nos dá força para lutar».

Enfim, na Carta aos Efésios lê-se: «Agarrai-vos sempre ao escudo da fé». O Pontífice meditou sobre este detalhe: «Muito nos ajudaria, se nos perguntássemos: como vai a minha fé? Creio ou não creio? Ou creio um pouco sim, um pouco não? Sou um pouco mundano e um pouco crente?». Quando recitamos o Credo, fazemo-lo só com «palavras»? Estamos conscientes de que «sem a fé não se pode ir em frente, não se pode defender a salvação de Jesus?».

Evocando o trecho do cap. 9 de João, no qual Jesus cura um jovem que os fariseus não queriam acreditar que era cego, o Papa observou que Jesus não perguntou ao jovem: «Estás contente? És feliz? Viste que sou bom?», mas: «Crês no Filho do homem? Tens fé?». E dirige-nos a mesma pergunta «todos os dias». Uma pergunta iniludível, pois «se a nossa fé é fraca, o diabo derrotar-nos-á». O escudo da fé não só nos defende, mas também nos dá vida». Assim, diz Paulo, conseguiremos «apagar todas as setas inflamadas do maligno», pois ele «não nos lança flores», mas «setas inflamadas, venenosas, para nos matar».

Da armadura do cristão fazem parte também o «elmo da salvação», a «espada do Espírito», da oração. Paulo recorda: «Rezai em todas as ocasiões!». E o Pontífice reiterou: não se pode «levar uma vida cristã sem a vigilância». 

A vida cristã é uma milícia
 
Por isso, a vida cristã pode ser considerada «uma milícia». Mas é uma «luta agradabilíssima», porque nos dá «a alegria de saber que o Senhor venceu em nós, com a gratuitidade da sua salvação». No entanto, concluiu o Papa, somos todos «um pouco indolentes» e «deixamo-nos levar pelas paixões e por algumas tentações». E embora «sejamos pecadores», não devemos desanimar, «porque ao nosso lado está o Senhor, que nos dá tudo», levando-nos «a vencer este pequeno passo de hoje», a nossa luta diária, com a «graça da força, da coragem, da prece, da vigilância e da alegria».

VN

22 abril, 2019

Novo apelo do Papa: oração e solidariedade ao povo do Sri Lanka

 
 Papa - Regina Coeli  (AFP or licensors)
 
No Regina Coeli o Papa Francisco exprimiu a sua proximidade do povo do Sri Lanka ferido pelos atentados da Páscoa. Mais uma explosão nesta segunda-feira.
 
Mariangela Jaguraba – Cidade do Vaticano

Depois da oração do Regina Coeli, nesta segunda-feira do Anjo, o Papa Francisco voltou novamente o seu pensamento para o povo do Sri Lanka:

“Expresso novamente a minha proximidade espiritual e paterna ao povo do Sri Lanka. Estou muito próximo do meu querido irmão, o cardeal Malcolm Ranjith Patabendige Don, e de toda a Igreja arquidiocesana de Colombo. Rezo pelas numerosas vítimas e feridos, e peço a todos para que não hesitem em oferecer a esta querida nação toda a ajuda necessária. Espero também que todos condenem estes atos terroristas, atos desumanos, nunca justificáveis.”

A seguir, o Papa convidou os fiéis presentes na Praça São Pedro a rezarem uma Ave-Maria pelo Sri Lanka.

"No clima pascal que caracteriza o dia de hoje",  - continuou o Papa - "saúdo com afeto todos vós, famílias, grupos paroquiais, associações e peregrinos, vindos de Itália e de várias partes do mundo".

"Desejo a cada um de vós que transcorram estes dias da Oitava da Páscoa, com fé, em que se prolonga a memória da Ressurreição de Cristo. Aproveitem toda a boa ocasião para serem testemunhas da alegria e da paz do Senhor ressuscitado".

"Feliz e Santa Páscoa a todos! Por favor, - concluiu -, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo". 

Mais bombas

Entretanto, nova explosão no Sri Lanka. A deflagração foi ouvida em frente à igreja de Sant'António, em Colombo, e provocou pânico e fuga dos presentes. De acordo com um jornalista do “Guardian” presente no local, teria sido uma "pequena explosão" em frente à igreja que já foi atingida ontem. Para a Bbc a detonação ocorreu "no momento em que o pessoal das forças de segurança estavam a tentar neutralizar uma bomba individuada em um veículo".

Segundo as agências de notícias internacionais, as forças policiais envolvidas nas buscas e nas investigações sobre os atentados de ontem no Sri Lanka encontraram 87 detonadores perto de uma parada de autocarros, na capital, Colombo.

290 mortos e 500 feridos

O número de mortos nos ataques no Sri Lanka sobe para 290 e 500 feridos, é um balanço ainda parcial. Foram atingidas três igrejas durante as celebrações pascais e três hotéis de luxo de Colombo. Totalizaram oito explosões, as igrejas atingidas são a igreja de Santo António em Colombo, a de São Sebastião em Negombo, localidade com a maioria católica no norte da capital, e Zion Church em Betticaloa, no Leste. No país foram anuladas todas as celebrações pascais, imposto o toque de recolher – já revogado na manhã desta segunda-feira (22) – e bloqueadas as redes sociais para evitar circulação de notícias falsas e mais violência. Nenhum grupo reinvidicou a autoria das ações até o momento.

VN