(RV) O Papa Francisco
recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira, 02 de fevereiro, os
bispos da Lituânia em visita “ad limina postolorum”. A um episcopado
formado por bispos jovens mas também por aqueles que atravessaram o
triste período da perseguição, o Papa disse antes de tudo que a Lituânia
teve sempre pastores próximos do seu rebanho e solidários com ele. Ao
longo da história da nação estes pastores têm acompanhado com solicitude
o seu povo, não apenas no caminho da fé e no lidar com as dificuldades
materiais, mas também na construção civil e cultural da sociedade, que
hoje encontra o seu substrato histórico e a própria identidade na força
do Evangelho e no amor à Virgem Maria. E o Papa Francisco disse aos
bispos que eles eram herdeiros desta história e deste património de
caridade pastoral.
O Papa sublinhou depois que, por
muito tempo a Igreja na Lituânia foi oprimida por regimes fundados
sobre ideologias contrárias à dignidade e à liberdade humana, mas hoje
ela deve confrontar-se com outras insídias, como o secularismo e o
relativismo. E por isso, para além do anúncio incansável do Evangelho e
dos valores cristãos, não se deve esquecer o diálogo construtivo com
todos, mesmo com aqueles que não pertencem à Igreja ou estão longe da
experiência religiosa. E o Papa exortou os bispos a cuidarem para que as
comunidades cristãs sejam sempre lugares de acolhimento, de confronto
abertos e construtivos, e de estímulo para toda a sociedade na busca do
bem comum.
Outra preocupação do Papa na mensagem
é a solicitude que os bispos devem ter para com o clero. Não se
esqueçam, reiterou o Papa, de rezar para que Deus conceda sacerdotes
generosos e capazes de sacrifício e dedicação, e também leigos convictos
que saibam assumir responsabilidades dentro da comunidade eclesial e
dar um válido contributo cristão na sociedade civil.
Neste momento em que a Igreja está
num processo de reflexão sobre a família, a sua beleza, o seu valor, e
os desafios que ela enfrenta no nosso tempo, o Papa encorajou os bispos,
como pastores, a dar o seu contributo nesta grande obra de
discernimento e, sobretudo, a dar muita atenção à pastoral familiar,
pois mesmo a Lituânia está exposta à influência de ideologias que
gostariam de introduzir elementos de desestabilização das famílias,
fruto de uma liberdade pessoal mal entendida. Do mesmo modo o Papa
recomenda aos bispos uma particular atenção para as vocações ao
sacerdócio e à vida consagrada rezando por elas e cuidando da formação
adequada, inicial e permanente, dos sacerdotes, pessoas consagradas e
seminaristas.
E por último uma exortação em favor
dos pobres: também na Lituânia, observa o Papa Francisco, apesar do
desenvolvimento económico atual, há muitos necessitados, desempregados,
doentes, abandonados, por quem os bispos devem mostrar proximidade, sem
esquecer os muitos, sobretudo entre a camada juvenil, que por várias
razões deixam o país para tentar novos caminhos no exterior, e que
querem atenção e cuidados pastorais para poderem conservar a fé e as
tradições religiosas da Lituânia. (BS)
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