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(RV) Os cardeais reunidos em Consistório no Vaticano analisaram nos últimos dois dias, 12 e 13 de fevereiro, o trabalho de reforma da Cúria Romana que está a ser desenvolvido em particular pelo Conselho de Cardeais. Durante as várias sessões os purpurados tiveram oportunidade de conhecer com pormenor os dossiers mais importantes e pronunciaram-se sobre alguns dos principais temas.
Das várias intervenções podem ser ressaltadas duas ideias-chave: um
trabalho de reforma muito apreciável que deverá ser aplicado
gradualmente; e, também, que esse trabalho deve ser capaz de expressar
um profundo sentido de “comunhão” entre o centro e a periferia da Igreja
e não uma simples “comunicação” de ordem pragmática, voltada apenas
para fazer funcionar a máquina. Foram 28 as comunicações de sexta-feira a
juntar àquelas 12 que foram apresentadas na quinta-feira.
O Padre Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, num
encontro com os jornalistas afirmou que a relação entre o Vaticano e as
conferências episcopais é um dos pontos principais mais sentidos da
reforma. Sublinhou ainda que os temas da participação e responsabilidade
dos leigos e da presença das mulheres em posições de responsabilidade
na Cúria Romana, foram temas também abordados.
O Padre Lombardi referiu-se também a uma linha de pensamento,
consensual para os purpurados, que valoriza o facto do percurso de
renovação da Curia ser feito “por partes”:
“Um certo consenso sobre o facto que é positiva a possibilidade de
uma aplicação, também gradual, quando há decisões ou medidas que parecem
amadurecidas, que podem começar a ser aplicadas sem a necessidade de
esperar a conclusão de toda a obra, que – como dizíamos – requer também
um tempo prolongado.”
A parte da manhã desta sexta-feira, dia 13, foi ocupada por um amplo
relatório sobre questões de economia. O Cardeal George Pell introduziu a
apresentação a que se seguiu a participação do vice-coordenador do
Conselho para a Economia, Joseph Zahra, que na veste de ex-presidente da
Cosea (comissão de estudo para a organização da estrutura
económico-administrativa da Santa Sé) descreveu o estudo realizado no
ano passado por esta Comissão. Finalmente, o Cardeal Reinhard Marx,
apresentou a composição e funcionamento do Conselho para a Economia.
Também o presidente do IOR (Instituto para as Obras de Religião),
Jean-Baptiste de Franssu, fez uma apresentação sobre a situação atual e
sobre as suas perspetivas para o futuro.
Muitas das perguntas finais, precisou o Diretor da Sala de Imprensa
da Santa Sé, foram, na realidade, explícitas apreciações pelo empenho
feito na reorganização da administração da Santa Sé no sentido “da
transparência, da responsabilidade, da integridade, da competência” que
conferem grande “credibilidade” ao caminho de mudança tomado pela Cúria
Romana.
No encontro desta sexta-feira com os jornalistas, o Padre Federico
Lombardi informou ainda que na parte da tarde de sexta-feira o Cardeal
O’Malley propôs uma comunicação sobre a Comissão vaticana para a tutela
dos menores. (RS)
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