(RV) «Felizes
os puros de coração, porque verão a Deus». Este texto extraído do
Evangelho de S. Mateus é o tema da XXX Jornada Mundial da Juventude,
celebrada em todas as dioceses no Domingo de Ramos (este ano aos 29 de
março).
A mensagem foi divulgada nesta terça-feira (17/02), em que o Papa
Francisco escolhe como guia as Bem-aventuranças evangélicas. Depois de
refletir no ano passado sobre os pobres em espírito, este ano o Papa se
dedica à sexta Bem-aventurança: felizes os puros de coração.
Em Cristo, ressalta o Pontífice, encontra-se a plena realização dos
vossos sonhos de bondade e felicidade. Só Ele pode satisfazer as vossas
expectativas tantas vezes desiludidas por falsas promessas mundanas. “Os
nossos corações podem apegar-se a tesouros verdadeiros ou falsos, podem
encontrar um repouso autêntico ou então adormentar-se tornando-se
preguiçosos e entorpecidos. O bem mais precioso que podemos ter na vida é
a nossa relação com Deus”, explica o Papa.
O período da juventude, prossegue, é aquele em que desabrocha a
grande riqueza afectiva contida nos corações. Portanto, “não permitais
que este valor precioso seja falsificado, destruído ou deturpado. Isto
acontece quando, nas nossas relações, comparece a manipulação do próximo
para os nossos objectivos egoístas, por vezes como mero objeto de
prazer. O coração fica ferido e triste depois destas experiências
negativas. Peço-vos que não tenhais medo dum amor verdadeiro, aquele que
nos ensina Jesus”.
O Papa exorta os jovens a se rebelarem à tendência generalizada de
banalizar o amor, sobretudo quando se procura reduzi-lo apenas ao
aspecto sexual, desvinculando-o assim das suas características
essenciais de beleza, comunhão, fidelidade e responsabilidade.
“Queridos jovens, na cultura do provisório, do relativo, muitos
pregam que o importante é ‘curtir’ o momento, que não vale a pena
comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, ‘para
sempre’, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso
eu peço que vós sejais revolucionários, eu peço que possais ir contra a
corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta
cultura do provisório”, disse o Papa, citando o seu encontro com os
voluntários da JMJ do Rio de Janeiro.
Para o Pontífice, os jovens devem descobrir que o Cristianismo não
consiste numa série de proibições que sufocam a felicidade, mas num
projeto de vida que pode fascinar os corações. Para isso, devem aceitar o
convite do Senhor a encontrá-Lo. Há inúmeras maneiras de fazê-lo:
rezando, lendo a Sagrada Escritura, mas também no rosto dos irmãos,
especialmente os mais esquecidos: os pobres, os famintos, os sedentos,
os forasteiros, os doentes, os presos.
O Papa Francisco falou ainda da vocação dos jovens: à vida
consagrada, ao sacerdócio ou ao matrimónio. Formar uma família não está
“fora de moda”, escreve o Papa. Pelo contrário, precisamente por este
motivo, a comunidade eclesial está a viver um período especial de
reflexão sobre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo
contemporâneo.
O Pontífice então conclui: “A Jornada Mundial da Juventude deste ano
conduz à última etapa do caminho de preparação para o próximo grande
encontro mundial dos jovens em Cracóvia, no ano de 2016. Precisamente há
trinta anos, São João Paulo II instituiu, na Igreja, as Jornadas
Mundiais da Juventude. Esta peregrinação juvenil através de todos os
Continentes foi verdadeiramente uma iniciativa providencial e profética.
Juntos, damos graças ao Senhor pelos preciosos frutos que a mesma
produziu na vida de tantos jovens por toda terra. O Santo Pontífice,
Padroeiro das JMJ, interceda pela nossa peregrinação rumo à sua
Cracóvia”. (BS/BF)
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