17 fevereiro, 2015

Papa convida os jovens a não banalizarem o amor



(RV) «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus». Este texto extraído do Evangelho de S. Mateus é o tema da XXX Jornada Mundial da Juventude, celebrada em todas as dioceses no Domingo de Ramos (este ano aos 29 de março).

A mensagem foi divulgada nesta terça-feira (17/02), em que o Papa Francisco escolhe como guia as Bem-aventuranças evangélicas. Depois de refletir no ano passado sobre os pobres em espírito, este ano o Papa se dedica à sexta Bem-aventurança: felizes os puros de coração.

Em Cristo, ressalta o Pontífice, encontra-se a plena realização dos vossos sonhos de bondade e felicidade. Só Ele pode satisfazer as vossas expectativas tantas vezes desiludidas por falsas promessas mundanas. “Os nossos corações podem apegar-se a tesouros verdadeiros ou falsos, podem encontrar um repouso autêntico ou então adormentar-se tornando-se preguiçosos e entorpecidos. O bem mais precioso que podemos ter na vida é a nossa relação com Deus”, explica o Papa.

O período da juventude, prossegue, é aquele em que desabrocha a grande riqueza afectiva contida nos corações. Portanto, “não permitais que este valor precioso seja falsificado, destruído ou deturpado. Isto acontece quando, nas nossas relações, comparece a manipulação do próximo para os nossos objectivos egoístas, por vezes como mero objeto de prazer. O coração fica ferido e triste depois destas experiências negativas. Peço-vos que não tenhais medo dum amor verdadeiro, aquele que nos ensina Jesus”.

O Papa exorta os jovens a se rebelarem à tendência generalizada de banalizar o amor, sobretudo quando se procura reduzi-lo apenas ao aspecto sexual, desvinculando-o assim das suas características essenciais de beleza, comunhão, fidelidade e responsabilidade.

“Queridos jovens, na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é ‘curtir’ o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, ‘para sempre’, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso eu peço que vós sejais revolucionários, eu peço que possais ir contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório”, disse o Papa, citando o seu encontro com os voluntários da JMJ do Rio de Janeiro.

Para o Pontífice, os jovens devem descobrir que o Cristianismo não consiste numa série de proibições que sufocam a felicidade, mas num projeto de vida que pode fascinar os corações. Para isso, devem aceitar o convite do Senhor a encontrá-Lo. Há inúmeras maneiras de fazê-lo: rezando, lendo a Sagrada Escritura, mas também no rosto dos irmãos, especialmente os mais esquecidos: os pobres, os famintos, os sedentos, os forasteiros, os doentes, os presos.

O Papa Francisco falou ainda da vocação dos jovens: à vida consagrada, ao sacerdócio ou ao matrimónio. Formar uma família não está “fora de moda”, escreve o Papa. Pelo contrário, precisamente por este motivo, a comunidade eclesial está a viver um período especial de reflexão sobre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo.

O Pontífice então conclui: “A Jornada Mundial da Juventude deste ano conduz à última etapa do caminho de preparação para o próximo grande encontro mundial dos jovens em Cracóvia, no ano de 2016. Precisamente há trinta anos, São João Paulo II instituiu, na Igreja, as Jornadas Mundiais da Juventude. Esta peregrinação juvenil através de todos os Continentes foi verdadeiramente uma iniciativa providencial e profética. Juntos, damos graças ao Senhor pelos preciosos frutos que a mesma produziu na vida de tantos jovens por toda terra. O Santo Pontífice, Padroeiro das JMJ, interceda pela nossa peregrinação rumo à sua Cracóvia”. (BS/BF)

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