(RV) Quarta-feira,
dia 4 de fevereiro, Audiência Geral do Papa Francisco na Sala Paulo VI.
O Santo Padre desenvolveu a segunda parte da catequese sobre a figura
do pai na família.
Na catequese anterior o Papa Francisco tinha falado dos pais
ausentes. Recordando que também S. José teve a tentação de deixar Maria
quando descobriu que estava grávida, mas abraçou a sua missão de pai, o
Santo Padre quis, desta vez, abordar os aspetos positivos de um pai de
família. “Cada família tem necessidade de um pai.” – afirmou o Papa.
No Livro dos Provérbios podemos ler: “Meu filho, se o teu coração
será sábio, também o meu será cheio de alegria. Exultarei dentro de mim,
quando os teus lábios dirão palavras retas”. O Papa Francisco explicou:
“Não se poderia exprimir melhor o orgulho e a comoção de um pai que
reconhece de ter transmitido ao filho aquilo que conta verdadeiramente
na vida, ou seja, um coração sábio. Este pai não diz: ‘ Estou orgulhoso
de ti porque és mesmo igual a mim, porque repetes as coisas que digo e
que faço’. Não! Diz-lhe uma coisa bem mais importante, que podemos
interpretar assim: ‘ Serei feliz cada vez que te verei agir com
sabedoria, e ficarei comovido cada vez que te ouvirei falar com
retidão’.”
Segundo o Santo Padre, um pai sabe bem quanto custa transmitir esta
herança: quanta proximidade, quanta doçura e quanta firmeza. Porque a
primeira necessidade é que um pai esteja presente na família:
“A primeira necessidade é precisamente esta: que o pai esteja
presente na família. Que esteja junto da sua mulher, para partilhar
tudo, alegrias e dores, trabalhos e esperanças. E que esteja junto dos
seus filhos no seu crescimento: quando jogam e quando se empenham,
quando estão sem preocupações e quando estão angustiados, quando se
exprimem e quando estão taciturnos, quando ousam e quando têm medo,
quando fazem um passo errado e quando reencontram o caminho. Pai
presente sempre.”
O Papa Francisco referiu ainda na sua catequese a parábola do filho
pródigo, melhor conhecida como sendo a do pai misericordioso que
encontramos no Evangelho de S. Lucas e considerou encontrarmos nesse
texto uma grande dignidade e ternura na espera daquele pai pelo seu
próprio filho. Um bom pai – concluiu o Santo Padre – sabe esperar e sabe
perdoar.
Nas saudações o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Caríssimos peregrinos de língua portuguesa, saúdo-vos cordialmente a
todos. Esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a
sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos uma bênção e
um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. A Virgem Santa vos
guie e proteja!”
No final da Audiência, o Papa Francisco lançou mais um apelo pela paz
na Ucrânia, condenando a escalada de violência naquele país:
“Mais uma vez, o meu pensamento vai ao amado povo ucraniano.
Infelizmente, a situação está piorando e agrava-se a contraposição entre
as partes. Rezemos antes de mais pelas vítimas, entre as quais inúmeros
civis, e por suas famílias, e peçamos ao Senhor que cesse o quanto
antes esta horrível violência fratricida. Renovo o forte apelo para que
se façam todos os esforços – inclusive a nível internacional – pela
retoma do diálogo, único caminho possível para restabelecer a paz e a
concórdia naquela martirizada terra.”
“Quando ouço as palavras vitória e derrota, sinto uma grande dor e
uma grande tristeza. Não são as palavras justas. A única palavra justa é
paz. É uma guerra entre cristãos, todos com o mesmo batismo. Pensem
neste escândalo. E rezemos, porque a oração é o nosso protesto diante de
Deus.”
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção! (RS)
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