(RV) O
Papa Francisco enviou uma Carta aos Presidentes das Conferências
Episcopais e aos Superiores dos Institutos de Vida Consagrada e as
Sociedades de Vida Apostólica sobre a Comissão Pontifícia para a Tutela
dos Menores. Frase a fixar do seu texto é que “não há lugar no
ministério para aqueles que abusam de menores”. Esta Comissão criada
pelo Santo Padre em março de 2014 tem como objetivo oferecer propostas e
iniciativas orientadas a melhorar as regras e procedimentos para a
proteção de todos menores e dos adultos vulneráveis. A sua primeira
reunião plenária tem lugar nesta sexta-feira dia 6, no Vaticano.
Fazer todo o possível para erradicar da Igreja a chaga dos abusos
Na sua Carta, o Papa Francisco recorda o encontro emocionante, em
julho do ano passado, com algumas pessoas que sofreram abusos sexuais
por parte de sacerdotes: ali pôde experimentar pessoalmente “a
intensidade de seus sofrimentos” e “a solidez da sua fé”. O Santo Padre
refere que, após estes encontros, sentiu-se ainda mais convicto da
necessidade de fazer todo o possível para erradicar da Igreja a chaga
dos abusos sexuais contra menores.
A Igreja não poupa esforços para tutelar os menores
Neste contexto, o Papa acredita que “a Comissão poder ser um novo,
válido e eficaz instrumento” para ajudar a “animar e promover o
compromisso de toda a Igreja” “a implementar as ações necessárias para
garantir a proteção dos menores e adultos vulneráveis e dar respostas de
justiça e de misericórdia”. “As famílias – afirma ainda o Papa - devem
saber que a Igreja não poupa esforços para tutelar os seus filhos e que
têm o direito de dirigir-se a ela com toda a confiança, porque é uma
casa segura. Não poderá, portanto, ser dada prioridade a outro tipo de
considerações, de qualquer natureza que sejam, como por exemplo o desejo
de evitar o escândalo, “pois não há absolutamente lugar no ministério
para aqueles que abusam de menores”.
Verificação periódica da atuação das normas
É necessário também “vigiar com atenção - sublinha o Papa – para que
se dê plena atuação à Carta circular emitida pela Congregação para a
Doutrina da Fé, em 3 de maio de 2011, para ajudar as Conferências
Episcopais na preparação das orientações para o tratamento de casos de
abuso sexual contra menores por parte de clérigos. É importante que as
Conferências Episcopais possuam um instrumento para a revisão periódica
das normas, bem como para a verificação do seu cumprimento. Ao bispo
diocesano e aos superiores maiores cabe a responsabilidade de verificar
que nas paróquias e nas outras instituições da Igreja seja garantida a
segurança dos menores e dos adultos vulneráveis”.
Disponíveis ao encontro com as vítimas
Além disso, as Diocese e os Institutos de Vida Consagrada e as
Sociedades de Vida Apostólica “são exortadas a individuar programas de
assistência pastoral, que poderão utilizar a contribuição de serviços
psicológicos e espirituais. Os Pastores e os responsáveis das
comunidades religiosas - é o convite do Papa Francisco – estejam
disponíveis para o encontro com as vítimas e seus entes queridos:
tratam-se de ocasiões preciosas para ouvir e para pedir perdão àqueles
que sofreram muito”.
Plena colaboração
Por todos esses motivos, o Santo Padre pede aos presidentes das
Conferências Episcopais e aos superiores dos Institutos de Vida
Consagrada “total colaboração e atenção à Comissão para a Tutela dos
Menores”. O trabalho da Comissão - explica - inclui “a ajuda aos
senhores e às suas Conferências, através do recíproco intercâmbio de
“práxis virtuosas” e de programas de educação, formação e instrução no
que diz respeito à resposta a ser dada aos abusos sexuais”. (RS/SP)
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