03 fevereiro, 2015

“Obediência e sabedoria” – o Papa Francisco aos consagrados


 
(RV) Obediência e sabedoria” – esta foi a exortação do Papa Francisco na homilia da Missa com os consagrados, celebrada na tarde desta segunda-feira dia 2 de fevereiro, na Basílica de S. Pedro, por ocasião da Festa da Apresentação do Senhor e do XIX Dia da Vida Consagrada. O Santo Padre advertiu os consagrados e consagradas para que conduzam os outros a Jesus, mas deixem-se também conduzir por Ele.

O Santo Padre iniciou a sua homilia sublinhando a cena evangélica que nos apresenta a emocionada ternura com a qual Maria caminha no Templo com Jesus Menino no braço, levando-o a encontrar o Seu povo. O Papa Francisco ressaltou o profundo significado da imagem de Maria que leva o Filho, mas também Jesus que, no fundo, a leva neste caminho de Deus que vem até nós, a fim de que nós possamos ir até Ele. E Jesus veio fazer a vontade do Pai, obedecendo e humilhando-se:

“Jesus fez a nossa mesma estrada para indicar-nos o caminho novo, ou seja, o caminho novo e vivo, que é Ele mesmo. E para nós, consagrados, este é o único caminho que, concretamente e sem alternativas, devemos percorrer com alegria e esperança.”

 “Para um religioso, progredir significa abaixar-se no serviço, isto é, fazer o mesmo caminho de Jesus, que não considera um privilégio ser igual a Deus. Abaixar-se fazendo-se servo para servir.”

Na cena da Apresentação de Jesus no Tempo o Papa Francisco coloca lado a lado o grupo dos jovens, Maria e José; e dos anciãos, Simeão e Ana, que acolhem o Menino. Ambos os grupos conduzem o Menino, mas são também conduzidos por Ele. Ambos os grupos são guiados pela obediência a Deus e à lei. Obediência que se transforma em sabedoria – afirmou o Papa Francisco:

“Através do caminho perseverante na obediência, amadurece a sabedoria pessoal e comunitária, e assim se torna possível também adaptar as regras aos tempos: de facto, a verdadeira atualização é obra da sabedoria, forjada na docilidade e obediência.”
 “Através deste caminho, somos preservados do viver a nossa consagração de modo light e desencarnado, como se fosse uma gnose, que se reduziria a uma “caricatura” da vida religiosa, na qual se vive o seguimento a Cristo sem renúncia, uma oração sem encontro, uma vida fraterna sem comunhão, uma obediência sem confiança, uma caridade sem transcendência.”

O Santo Padre concluiu a sua homilia afirmando desejar que os consagrados, em particular, saibam conduzir os outros a Deus deixando-se guiar por Jesus. (RS)

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