17 setembro, 2019

Santa Sé: a fraternidade humana seja um compromisso diário

 
O Papa e o Grão Imame assinam o Documento sobre a Fraternidade Humana - 04.02.2019
 
A fraternidade não se refere exclusivamente ao próprio grupo, à própria comunidade, cultura e religião, mas inclui todos, afirma o texto lido por Dom Jurkovič. A fraternidade pode ser a dinâmica – como sugere o Documento assinado pelo Papa e Grão Imame de Al-Azhar – com a qual se superam as diferenças e se constroem “pontes de convivência para um mundo novo”
 
Cidade do Vaticano

O “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum”, assinado em Abu Dhabi – nos Emirados Árabes Unidos – em 4 de fevereiro passado pelo Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar Al-Tayyb, esteve no centro de um encontro realizado nesta terça-feira (17/09) em Genebra no âmbito da 42ª sessão do Conselho para os Direitos Humanos.

O observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu na cidade helvécia, Dom Ivan Jurkovič, intervindo na reunião, leu uma mensagem do presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Dom Miguel Ángel Ayuso Guixot. 

A fraternidade abarca todos

Ressalta-se no texto que o Documento sobre a fraternidade humana é um “marco” no caminho do diálogo inter-religioso: marca o caminho percorrido juntos, mas é também “um ponto de partida”.
“Não é propriamente um mapa, mas 'um compromisso diário' a trabalhar em conjunto de modo a promover o bem comum e contribuir como fiéis, junto com pessoas de boa vontade, para 'curar o nosso mundo ferido'.”
A fraternidade não se refere exclusivamente ao próprio grupo, à própria comunidade, cultura e religião, mas inclui todos, afirma o texto lido pelo arcebispo Jurkovič. A fraternidade pode ser a dinâmica – como sugere o Documento assinado pelo Papa e Grão Imame de Al-Azhar – com a qual se superam as diferenças e se constroem “pontes de convivência para um mundo novo”. 

Ou construiremos juntos o futuro ou não haverá futuro

“Não há alternativa: ou construiremos juntos o futuro ou não haverá futuro. As religiões, em particular, não podem renunciar à tarefa urgente de construir pontes entre os povos e culturas. É chegado o tempo em que as religiões se esforcem mais ativamente, com coragem e audácia, de modo transparente, para ajudar a família humana a amadurecer a capacidade de reconciliação, a visão de esperança e os itinerários concretos de paz.” (Papa Francisco, discurso em 4 de fevereiro em Abu Dhabi no Memorial do Fundador) 

Aplicar o Documento sobre a Fraternidade Humana

No seu texto, Dom Ayuso Guixot ressalta, ademais, que o Documento sobre a fraternidade humana nos convida a ir além de toda e qualquer dificuldade, permanecendo sempre radicados na nossa identidade, evitando todo o tipo de “sincretismo”.

“Deste modo, comprometem-mo-nos a servir a humanidade através da nossa recíproca colaboração na promoção daquela paz que o mundo deseja”. O presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso recorda também que no final de agosto foi instituído nos Emirados Árabes Unidos, na península Arábica, no Médio Oriente, um Comité superior para a aplicação do Documento sobre a fraternidade humana.

Por fim, ressaltou Dom Jurkovič, a primeira reunião deste Comitê realizou-se no último dia 11 de setembro no Vaticano.

VN

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