O Papa e o Grão Imame assinam o Documento sobre a Fraternidade Humana - 04.02.2019
A fraternidade não
se refere exclusivamente ao próprio grupo, à própria comunidade,
cultura e religião, mas inclui todos, afirma o texto lido por Dom
Jurkovič. A fraternidade pode ser a dinâmica – como sugere o Documento
assinado pelo Papa e Grão Imame de Al-Azhar – com a qual se superam as
diferenças e se constroem “pontes de convivência para um mundo novo”
Cidade do Vaticano
O “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da paz mundial e da convivência comum”,
assinado em Abu Dhabi – nos Emirados Árabes Unidos – em 4 de fevereiro
passado pelo Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar Al-Tayyb, esteve
no centro de um encontro realizado nesta terça-feira (17/09) em Genebra
no âmbito da 42ª sessão do Conselho para os Direitos Humanos.
O observador permanente da Santa Sé no escritório da Onu na cidade
helvécia, Dom Ivan Jurkovič, intervindo na reunião, leu uma mensagem do
presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Dom
Miguel Ángel Ayuso Guixot.
A fraternidade abarca todos
Ressalta-se no texto que o Documento sobre a fraternidade humana é um
“marco” no caminho do diálogo inter-religioso: marca o caminho
percorrido juntos, mas é também “um ponto de partida”.
A fraternidade não se refere exclusivamente ao próprio grupo, à
própria comunidade, cultura e religião, mas inclui todos, afirma o texto
lido pelo arcebispo Jurkovič. A fraternidade pode ser a dinâmica – como
sugere o Documento assinado pelo Papa e Grão Imame de Al-Azhar – com a
qual se superam as diferenças e se constroem “pontes de convivência para
um mundo novo”.
Ou construiremos juntos o futuro ou não haverá futuro
“Não há alternativa: ou construiremos juntos o futuro ou não haverá
futuro. As religiões, em particular, não podem renunciar à tarefa
urgente de construir pontes entre os povos e culturas. É chegado o tempo
em que as religiões se esforcem mais ativamente, com coragem e audácia,
de modo transparente, para ajudar a família humana a amadurecer a
capacidade de reconciliação, a visão de esperança e os itinerários
concretos de paz.” (Papa Francisco, discurso em 4 de fevereiro em Abu
Dhabi no Memorial do Fundador)
Aplicar o Documento sobre a Fraternidade Humana
No seu texto, Dom Ayuso Guixot ressalta, ademais, que o Documento
sobre a fraternidade humana nos convida a ir além de toda e qualquer
dificuldade, permanecendo sempre radicados na nossa identidade, evitando
todo o tipo de “sincretismo”.
“Deste modo, comprometem-mo-nos a servir a humanidade através da nossa
recíproca colaboração na promoção daquela paz que o mundo deseja”. O
presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso recorda
também que no final de agosto foi instituído nos Emirados Árabes
Unidos, na península Arábica, no Médio Oriente, um Comité superior para a
aplicação do Documento sobre a fraternidade humana.
Por fim, ressaltou Dom Jurkovič, a primeira reunião deste Comitê realizou-se no último dia 11 de setembro no Vaticano.
VN
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