22 setembro, 2019

Francisco no Angelus: sempre a tempo para curar com o bem, o mal feito

 
Papa Francisco no Angelus (Vatican Media)
 
“Quem provocou lágrimas, faça alguém feliz; quem tirou indevidamente, doe a quem tem necessidade. Fazendo assim, seremos louvados pelo Senhor "porque agimos com astúcia".
 
Silvonei José - Cidade do Vaticano
 
"Obter gratidão com a corrupção, infelizmente é habitual hoje em dia". Foi o que disse o Papa no Angelus deste domingo (22/09). O Pontífice parte da parábola do Evangelho deste domingo que, como explica, "tem como protagonista um administrador inteligente e desonesto que, acusado de ter esbanjado os bens do patrão, está prestes a ser despedido. Nesta situação difícil, ele não recrimina, não procura justificação, nem se deixa desencorajar, mas encontra uma saída para ter a certeza de um futuro tranquilo.

“A 'riqueza desonesta' é o dinheiro - também chamado 'esterco do diabo' - e em geral os bens materiais. A riqueza pode levá-lo a erguer muros, criar divisões e discriminação" disse o Papa Francisco.

"Jesus, pelo contrário, - disse Bergoglio - convida os seus discípulos a inverter a direção: “Façam amigos com a riqueza'. É um convite a saber transformar bens e riquezas em relações, porque as pessoas valem mais do que as coisas e contam mais do que a riqueza possuída".

De facto, na vida - enfatizou o Papa -, dá frutos não quem tem muitas riquezas, mas quem cria e mantem vivos tantos laços, tantas relações, tantas amizades através das diferentes "riquezas", isto é, os diferentes dons que Deus lhe deu. Mas Jesus indica também a última finalidade da sua exortação:  

"Façam amigos com a riqueza, para que esses vos recebam nas moradas eternas. A acolher no Paraíso, se formos capazes de transformar as riquezas em instrumentos de fraternidade e de solidariedade, não estará apenas Deus, mas também aqueles com quem partilhamos, administrando-o bem, o que o Senhor colocou nas nossas mãos”.

O Pontífice explica a moral da página do Evangelho do dia: "Irmãos e irmãs, esta página faz ressoar em nós a pergunta do administrador desonesto, expulso pelo seu patrão: "O que vou fazer agora?". Diante dos nossos fracassos e falências, Jesus assegura-nos que estamos sempre a tempo para curar com o bem o mal feito.

“Quem provocou lágrimas, faça alguém feliz; quem tirou indevidamente, doe a quem tem necessidade. Fazendo assim, seremos louvados pelo Senhor "porque agimos com astúcia", ou seja, com a sabedoria de quem se reconhece como filho de Deus e se põe em jogo pelo Reino dos céus".

Precisamos "ser astutos para garantir não o sucesso mundano, mas a vida eterna - concluiu - de modo que no momento do Juízo final as pessoas necessitadas que ajudamos possam testemunhar que nelas vimos e servimos o Senhor".

VN

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