(RV) No Sínodo dos Bispos sobre a família terminaram as reuniões em pequenos grupos, os chamados “círculos menores” que funcionaram em grupos linguísticos organizados em quatro idiomas: inglês, francês, italiano e espanhol. Em conferência de imprensa o cardeal austríaco D. Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, salientou que o Sínodo dos Bispos sobre a família tem procurado “acompanhar” a história das pessoas no momento atual, seguindo as indicações do Papa Francisco:
“Penso que, para além de tantas questões morais, devemos ver o papel positivo, fundamentalmente positivo da família. Penso que o Papa nos tenha convidado a ver o tema da família não para ver tudo o que não funciona na família (…) mas para mostrar antes de mais a beleza e a necessidade vital da família. Por isso convidou-nos a ter um olhar atento à realidade.”
O cardeal Schönborn sublinhou ainda que existem “palavras-chave do Papa muito importantes para compreender o trabalho que fazemos.” Desde logo, o purpurado citou a palavra acompanhar e deixou claro que é acompanhar e não julgar, ou seja, acompanhar a “história da família” sem “relativismo” – frisou ainda. Destaque para o facto do cardeal Schönborn, questionado sobre a eventual necessidade de vir a existir uma alteração do 'Catecismo da Igreja Católica', ter respondido que não vê “necessidade de mudanças” mas reconheceu que existem “desenvolvimentos”.
Para memória futura fica uma das declarações do cardeal Christoph Schönborn a propósito de uma questão que pedia um esclarecimento sobre as tensões ocorridas na assembleia sinodal que foram reflexo da dificuldade de conciliar doutrina e acolhimento. O purpurado, com simpatia, respondeu utilizando um exemplo da vida familiar:
“Se alguns padres do Sínodo dizem: “Atenção, não podemos esquecer a doutrina”; do outro lado existe a necessidade do acompanhamento de tantas situações das quais o Papa fala de hospital de campanha. Acontece muitas vezes que numa família a mãe diga: ‘É demasiado perigoso’ e que o pai diga: ‘Não, não tenhas medo’. Estamos numa grande família. Assim uns dizem: ‘Atenção! Têm razão, é perigoso!’; e os outros dizem: ‘Não tenhais medo!’. “
Entretanto, o Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, referiu que o contributo dos “círculos menores” e as mais de 260 intervenções feitas na Assembleia na Sala do Sínodo que estão vertidas no Relatório após a discussão, serão a base para a publicação do chamado Relatio Synodi, o Relatório do Sínodo que, segundo apontou, “dificilmente será publicado no sábado dia 18.
O padre Federico Lombardi informou ainda que o Papa Francisco decidiu ampliar a equipa de redação do Relatório do Sínodo com a nomeação do cardeal sul-africano D. Wilfrid Fox Napier e do arcebispo australiano D. Denis Hart. Estes dois reforços de última hora juntam-se aos outros seis responsáveis nomeados anteriormente pelo Santo Padre: o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura; o cardeal Donald W. Wuerl, arcebispo de Washington nos Estado Unidos da América; D. Victor Manuel Fernández, reitor da Pontifícia Universidade Católica da Argentina; D. Carlos Aguiar Retes, bispo de Tlalneplanta no México e presidente do CELAM – Conselho Episcopal Latino-Americano; D. Peter Kang U-Il, bispo de Cheju e presidente da Conferência Episcopal da Coreia e aindo o padre Adolfo Nicolás, prepósito-geral da Companhia de Jesus.
O Relatório do Sínodo será aprovado no próximo sábado, dia 18, à tarde em Assembleia Sinodal (RS
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