(RV) Na missa de dia 14 de outubro em Santa Marta o Papa Francisco deixou esta mensagem muito concreta: não a uma vida de aparências, a uma espiritualidade de cosmética, porque o conta é a caridade.
Partindo da passagem do Evangelho de Lucas no capítulo 11 em que o fariseu se admira pelo facto de Jesus não se ter lavado antes da refeição, o Santo Padre recorda que Jesus condena aquela atitude do fariseu que se considera justo apenas porque cumpre pontualmente os rituais:
“Jesus condena esta espiritualidade de cosmética, parecer bons, belos, mas a verdade de dentro é outra coisa! Jesus condena as pessoas de boas maneiras mas de maus hábitos, aqueles hábitos que não se veem mas que se fazem às escondidas. Mas a aparência é certa: esta gente que gostava de passear nas praças, mostrar que rezavam, maquilhar-se com um pouco de debilidade quando jejuavam… Porquê, o Senhor é assim? Vede que são dois os adjetivos que usa aqui, mas que estão ligados: avidez e maldade.”
Também Paulo na outra leitura do dia discute com os Gálatas pelo mesmo motivo: o da sua única preocupação com o cumprimento da lei sem tratar da conversão interior. A lei sozinha não salva e o que vale é a fé que faz obra na caridade – afirmou o Santo Padre:
“Aquilo que vale é a fé. Qual fé? Aquela que se faz obra por meio da caridade.”
O Papa Francisco concluiu a sua homilia contando uma pequena história acontecida com o Padre Arrupe, superior geral dos jesuítas entre anos 60 e 80: um dia uma rica senhora convidou-o a um lugar para lhe dar dinheiro para as missões no Japão, para as quais o Padre Arrupe estava a trabalhar. A entrega foi feita na presença de jornalistas e fotógrafos. O Padre Arrupe disse ter sofrido uma grande humilhação mas aceitou pelos pobres do Japão. Quando abriu o envelope ele continha 10 dólares... Perguntemo-nos – concluiu o Papa – se a nossa “é uma vida cristã de cosmética e de aparência ou é uma vida cristã com uma fé operante na caridade”. (RS)
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