(RV) Na sua habitual reflexão antes da oração mariana do Angelus, o Papa Francisco, comentou o evangelho deste 30° Domingo em que que S. Mateus fala de alguns fariseus que, querendo pôr à prova Jesus, lhe perguntam qual é o maior dos mandamentos, e disse que o evangelho nos recorda que toda a lei divina se resume no amor de Deus e no amor ao próximo: “amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espirito. O segundo é semelhante a este: amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. E o Papa Francisco acrescentou:
Jesus não inventou nem este segundo mandamento, cita-o do Livro do Levítico, mas a sua novidade consiste exactamente em colocar juntos estes dois mandamentos - o amor por Deus e o amor pelo próximo – revelando que esses são inseparáveis e complementares, são as duas faces de uma mesma medalha.
E, recordou a este propósito o comentário de Bento XVI nos nn. 16-18 da sua Enciclica Deus caritas est. E explicou:
O sinal visível que o cristão pode mostrar para testemunhar ao mundo o amor de Deus é o amor aos irmãos. O mandamento do amor a Deus e ao próximo é o primeiro não porque ele está no topo da lista dos mandamentos, mas porque é o coração do qual tudo deve começar e ao qual tudo deve voltar e fazer referência.
Também no Antigo Testamento – continuou o Papa - a exigência de ser santo, à imagem de Deus que é santo, incluía também o dever de cuidar dos mais vulneráveis como o estrangeiro, o órfão, a viúva, e Jesus veio completar esta lei de aliança, Ele que une em si mesmo, na sua carne, a divindade e a humanidade, num único mistério de amor.
E agora, à luz da palavra de Jesus, o amor é a medida da fé, insistiu o Papa, e a fé é a alma do amor:
Já não podemos mais separar a vida religiosa do serviço aos irmãos, àqueles irmãos concretos que encontramos. Já não podemos dividir a oração, o encontro com Deus nos sacramentos, e a escuta do outro, a proximidade à sua vida, especialmente às suas feridas.
No meio da densa floresta de preceitos e regulamentos, disse ainda o Papa, aos legalismos de ontem e de hoje, Jesus abre uma passagem que nos permite ver dois rostos: o rosto do Pai e o do irmão.
Não nos entrega duas fórmulas ou dois preceitos, mas dois rostos, ou melhor um único rosto, o rosto de Deus que se reflecte em muitos rostos, porque no rosto de cada irmão, especialmente o mais pequeno, frágil e indefeso, está presente a própria imagem de Deus.
Deste modo, concluiu o Papa a sua reflexão, Jesus oferece a cada homem o critério fundamental sobre o qual basear a sua própria vida. Mas acima de tudo, ele nos deu o seu Espírito, que nos permite amar a Deus e ao próximo como Ele, com um coração livre e generoso, e invocou a intercessão de Maria, para uma maior abertura e acolhimento deste dom, para todos caminharmos na lei do amor
Depois da oração das três ave-marias o Papa falou da beatificação, em S. Paulo do Brasil, da fundadora das Missionárias Escalabrinianas:
Ontem, em São Paulo, Brasil, foi proclamada Beata a Irmã Assunta Marchetti, nascida na Itália, co-fundadora das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo – Escalabrinianas. Era uma Irmã exemplar no serviço aos órfãos dos emigrantes italianos; ela via Jesus presente nos pobres, órfãos, doentes, e migrantes. Demos graças ao Senhor por esta mulher, um modelo de incansável missionariedade e de corajosa dedicação no serviço da caridade.
Por último o Papa saudou cordialmente a todos os peregrinos provenientes da Itália e de muitos outros Países, tendo dirigido um pensamento especial à comunidade peruviana de Roma, presente na Praça de S. Pedro com a imagem do Senhor dos Milagres e os representantes do Movimento Schoenstatt também presentes na praça com um ícone bem visível de Nossa Senhora.
E por fim o Papa deu a todos a sua bênção pedindo para que rezem por ele e desejando bom domingo e bom almoço.
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