(RV) Na sua
alocução, neste domingo, antes da oração mariana do Ângelus, o Papa
Francisco levou as pessoas a reflectir sobre a passagem do Evangelho de
São Mateus, em que Jesus procura testar a profundidade da fé que os
discípulos têm n’Ele. E coemça por querer saber o que as pessoas pensam
d’Ele. Pensam que Ele é um profeta, o que é verdade – disse Francisco –
mas “não colhem o centro da Pessoa e da sua missão”. Depois Jesus
pergunta aos discípulos: “Mas, vós, quem dizeis que Eu sou?”. Com aquele
“mas” é como que se Jesus dissesse “mas vós que estais comigo todos os
dias e me conheceis de perto, qual é a percepção que tendes de mim”. E
Jesus espera uma resposta diferente, mais elevada do que aquela da
opinião publica que o considerava um profeta. E essa resposta vem de
Pedro que diz:
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
Não são palavras que vêem da capacidade natural de Pedro que se
calhar nem tinha feito a escola primária – faz notar o Papa: são
“inspiradas pelo Pai celeste, que revela ao primeiro dos doze apóstolos a
verdadeira identidade de Jesus:
“Ele é o Messias, o Filho enviado por Deus para salvar a humanidade”.
Através desta resposta, Jesus compreende então – explicou o Papa –
que graças à fé dada pelo Pai, há um fundamento sólido sobre o qual
construir a sua comunidade a sua Igreja. Por isso diz a Simão Pedro:
“Tu, Simão, és Pedro, isto é pedra, rocha, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”
Francisco prosseguiu a sua reflexão dizendo que também hoje Jesus
quer continua a construir a sua Igreja, esta casa que tem alicerces
sólidos, mas à qual não faltam fissuras e que precisa continuamente de
reparações, precisa sempre de ser reformada , reparada, assim como no
tempo de Francisco de Assis.
Nós não nos sentimos como rochas, mas simplesmente pequenas pedras;
nenhuma pequena pedra é, todavia, inútil, antes pelo contrário – disse o
Papa:
“Nas mãos de Jesus a mais pequena pedra torna-se preciosa,
porque Ele apanha-a, olha para ela com grande ternura, a trabalha com o
seu Espírito e a coloca no lugar justo, que desde sempre Ele pensou e
onde pode ser mais útil a toda a construção. Cada um de nós é uma
pequena pedra, mas nas mãos de Jesus participa na construção da Igreja”
“E todos nós, por mais pequenos que sejamos, somos
transformados em “pedras vivas” , porque quando Jesus toma nas mãos a
sua pedra, a faz sua, a torna viva, cheia de vida, cheia de Espirito
Santo, cheia de vida, pelo seu amor e, assim temos um lugar e uma missão
na Igreja, comunidade de vida, feita de tantas pedras, todas
diferentes, que formam um único edifício no sinal da fraternidade e da
comunhão.”
O Evangelho deste domingo recorda-nos – continuou o Papa – que Jesus
quis que a sua Igreja fosse também “um centro visível de comunhão em
Pedro” e naqueles que o sucederam na responsabilidade primacial, ou
seja nos Bispos de Roma, a cidade onde Pedro e Paulo deram com o seu
sangue o testemunho de Cristo.
O Papa concluiu com estas palavras:
“Confiemo-nos a Maria, Rainha dos Apóstolos, Mãe da Igreja.
Ela estava no cenáculo, ao lado de Pedro, quando o Espírito Santo desceu
sobre os Apóstolos e os levou a sair e a anunciar a todos que Jesus é o
Senhor”.
E pediu a Maria “que nos acompanhe com a sua intercessão, a
fim de que realizemos plenamente aquela unidade e comunhão pelas quais
Cristo e os Apóstolos rezaram e deram a vida”.
Apelo a favor das vítimas de aluviões e da minoria religiosa ruhingya
Depois a oração mariana do Ângelus, o Papa recordou as populações do
Bangladesh, do Nepal e da Índia Setentrional, afectadas por aluviões.
“Exprimo a minha proximidade às populações e rezo pelas vítimas e por quantos sofrem devido a esta calamidade”
A seguir Francisco chamou atenção para as tristes notícias em relação aos Rohingya do Myanmar:
“Chegaram notícias tristes sobre a persecução da minoria
religiosa, os nossos irmãos rohingya. Quero exprimir toda a minha
proximidade a eles: e todos nós pedimos ao Senhor para os salvar e para
suscitar homens e mulheres de boa vontade que os ajudem, que lhes dêem
os plenos direitos. Rezemos pelos irmão rohingya”.
O Papa concluiu sandando diversos grupos presentes na Praça, entre os
quais os membros da Terçeira Ordem dos Carmelitas, e adolescentes de
várias partes da Itália. A todos abençoou pedindo orações para ele.
(DA)
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