Há
cerca de duas semanas uma reunião de trabalho levou-me a Lisboa, por acaso,
muito perto do primeiro colégio que frequentei desde a 1ª classe até ao 2º ano
do Liceu, (nos anos 50), e que era o Externato Marista de Lisboa, na Rua Artilharia
Um.
Ao
fim de 50 anos decidi entrar pelo velho portão, (que já não existe), e
percorrer aquela rua de acesso, tendo reconhecido apenas o velho palacete, onde
tínhamos aulas, pois o resto da propriedade está toda construída com modernos
edifícios.
Matei
as saudades, (dos tempos bons e dos tempos menos bons), tirando uma fotografia
à fachada do palacete, que aqui reproduzo.
Hoje
ao olhar para a fotografia, lembrei-me, inevitavelmente, de tudo o que vivi
naquele colégio naquele tempo, e reflecti, obviamente, em tudo o que ali me foi
dado de conhecimentos, não só de estudo, mas também de valores, comportamentos
e prática cristã.
Quando
fui catequista, (há poucos anos atrás), perguntava-me se valia a pena, ou seja,
se alguma coisa que eu dissesse ou fizesse, iria tocar, com a graça de Deus,
aqueles jovens.
Ao
relembrar essas minhas dúvidas, e perante aquele palacete, vieram à minha
memória a “seca” dos terços rezados na última hora da manhã, (não me lembro se
era todos os dias ou apenas ao Sábado), e toda a aprendizagem de catequese,
“interminável” e aborrecida, que só valia, julgava eu, pelo momento em que
acabava.
Ah,
mas hoje percebo que muito ficou cá dentro, não só a graça dos terços rezados,
mas também o conhecimento catequético, (que naquela altura entrava por um
ouvido e saía pelo outro), mas que pelos vistos passou também e ficou no meu
coração, como constatei e vou constatando ainda.
E
de tal modo ficou, (com os ensinamentos e testemunho dos meus pais), que, tendo
vivido cerca de 20 anos afastado de Deus e da Igreja, quando regressei à fé
cristã, todas essas memórias vividas regressaram também e me ajudaram a viver a
vida que hoje em dia vivo, uma vida com sentido, porque alicerçada e construída
em Deus, tentando sempre fazer a Sua vontade.
Por
isso, hoje, ao olhar esta fotografia, agradeço a Deus pelos Maristas, pelos
Franciscanos e Dominicanos, (Externato da Luz e Clenardo, por onde passei
também), bem como a todos aqueles e aquelas que me formaram ao longo da minha vida,
onde se contam os meus irmãos e irmãs mais velhos e sobretudo os meus pais.
Realmente
Deus concedeu-me graças imensas ao longo de toda a minha vida, muitas das quais
só agora me vou dando conta.
Obrigado,
meu Senhor e meu Deus!
Marinha
Grande, 11 de Agosto de 2017
Joaquim
Mexia Alves
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