11 agosto, 2017

A MEMÓRIA E AS COISAS DE DEUS

 
 
 
Há cerca de duas semanas uma reunião de trabalho levou-me a Lisboa, por acaso, muito perto do primeiro colégio que frequentei desde a 1ª classe até ao 2º ano do Liceu, (nos anos 50), e que era o Externato Marista de Lisboa, na Rua Artilharia Um.

Ao fim de 50 anos decidi entrar pelo velho portão, (que já não existe), e percorrer aquela rua de acesso, tendo reconhecido apenas o velho palacete, onde tínhamos aulas, pois o resto da propriedade está toda construída com modernos edifícios.
Matei as saudades, (dos tempos bons e dos tempos menos bons), tirando uma fotografia à fachada do palacete, que aqui reproduzo.

Hoje ao olhar para a fotografia, lembrei-me, inevitavelmente, de tudo o que vivi naquele colégio naquele tempo, e reflecti, obviamente, em tudo o que ali me foi dado de conhecimentos, não só de estudo, mas também de valores, comportamentos e prática cristã.

Quando fui catequista, (há poucos anos atrás), perguntava-me se valia a pena, ou seja, se alguma coisa que eu dissesse ou fizesse, iria tocar, com a graça de Deus, aqueles jovens.

Ao relembrar essas minhas dúvidas, e perante aquele palacete, vieram à minha memória a “seca” dos terços rezados na última hora da manhã, (não me lembro se era todos os dias ou apenas ao Sábado), e toda a aprendizagem de catequese, “interminável” e aborrecida, que só valia, julgava eu, pelo momento em que acabava.

Ah, mas hoje percebo que muito ficou cá dentro, não só a graça dos terços rezados, mas também o conhecimento catequético, (que naquela altura entrava por um ouvido e saía pelo outro), mas que pelos vistos passou também e ficou no meu coração, como constatei e vou constatando ainda.

E de tal modo ficou, (com os ensinamentos e testemunho dos meus pais), que, tendo vivido cerca de 20 anos afastado de Deus e da Igreja, quando regressei à fé cristã, todas essas memórias vividas regressaram também e me ajudaram a viver a vida que hoje em dia vivo, uma vida com sentido, porque alicerçada e construída em Deus, tentando sempre fazer a Sua vontade.

Por isso, hoje, ao olhar esta fotografia, agradeço a Deus pelos Maristas, pelos Franciscanos e Dominicanos, (Externato da Luz e Clenardo, por onde passei também), bem como a todos aqueles e aquelas que me formaram ao longo da minha vida, onde se contam os meus irmãos e irmãs mais velhos e sobretudo os meus pais.

Realmente Deus concedeu-me graças imensas ao longo de toda a minha vida, muitas das quais só agora me vou dando conta.

Obrigado, meu Senhor e meu Deus!


Marinha Grande, 11 de Agosto de 2017
Joaquim Mexia Alves

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