30 agosto, 2017

Dia contra testes nucleares. O empenho do Papa contra armas atómicas




(RV) Celebra-se a 29 de agosto o Dia internacional contra os testes nucleares, aprovado em 2009 pela Assembleia das Nações Unidas com o objectivo de promover o princípio de que “deveria ser feito todo esforço para dar fim aos testes nucleares e desse modo eliminar os seus efeitos devastadores sobre a vida das pessoas”. Desde o início do seu Pontificado, Francisco tem se pronunciado com veemência em favor da eliminação das armas nucleares.

No dia 7 de dezembro de 2014 o Santo Padre enviou uma mensagem para a Conferência de Viena, na Áustria, sobre o impacto humanitário das armas nucleares. Para o Papa “é preciso uma ética global se quisermos reduzir a ameaça nuclear e trabalhar por um desarmamento nuclear”.

Impacto sobre as gerações vindouras e sobre o planeta

Francisco afirma que as armas nucleares constituem um problema global tendo impacto sobre as gerações vindouras, bem como sobre o planeta – que é nossa casa comum.

Evidencia a necessidade de uma ética global se quisermos diminuir a ameaça nuclear e trabalhar para o desarmamento nuclear. Evocando a encíclica Sollicitudo rei socialis, n. 38, de João Paulo II, reitera que agora, mais do que nunca, a independência tecnológica, social e política exige urgentemente uma ética de solidariedade.

Ao lembrar que as consequências humanitárias das armas nucleares são previsíveis e planetárias, com potencialidade de destruir nós e a civilização, adverte que em vez de nos concentrarmos muitas vezes sobre a potencialidade das armas nucleares para os massacres em massa, deveríamos prestar mais atenção aos “sofrimentos desnecessários” causados pelo seu uso.

Contrastar lógica do medo com ética da responsabilidade

Outro ponto importante de grande actualidade destacado por Francisco é o de que a dissuasão nuclear e a ameaça da destruição recíproca assegurada não podem ser a base de uma ética de fraternidade e de coexistência pacífica entre povos e Estados. “Agora é o tempo de contrastar a lógica do medo com a ética da responsabilidade, de forma a promover um clima de confiança e de diálogo sincero”, exorta o Pontífice.

Francisco chama a atenção para o facto que gastar em armas nucleares dilapida a riqueza das nações e que quando estes recursos são desperdiçados, os pobres e os mais frágeis que vivem às margens da sociedade pagam o preço.

A paz não “é ausência de guerra; nem se reduz ao estabelecimento do equilíbrio entre as forças adversas, nem resulta de uma dominação despótica”, lembra ainda o Pontífice citando uma passagem solene do documento conciliar Gaudium et spes, 78.

Mediante a confiança recíproca estabelecer paz verdadeira e duradoura

Devemos estar profundamente comprometidos em fortalecer a confiança recíproca, pois só mediante esta confiança é possível estabelecer uma paz verdadeira e duradoura entre as Nações: é a exortação do Pontífice fazendo eco às palavras do Papa João XXIII na histórica encíclica Pacem in terris, n. 113.

Em março deste ano Francisco encorajou com uma mensagem os participantes da Conferência da ONU para a aprovação de um tratado sobre a proibição das armas nucleares.

Empenhar-se por um mundo sem armas nucleares

O Pontífice reiterou a urgência de empenhar-se por um mundo sem armas nucleares. “Devemos também perguntar-nos como é possível um equilíbrio baseado no medo, quando este tende efectivamente a aumentar o medo e a minar as relações de confiança entre os povos – escreve na referida mensagem.

“O objectivo final da eliminação total das armas nucleares torna-se tanto um desafio quanto um imperativo moral e humanitário”, conclui o Papa.

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