(RV) Terça-feira,
dia 10 de maio – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que
missionário é aquele que gasta a vida por Jesus. O Santo Padre referiu
em particular os mártires afirmando que são a glória da Igreja.
A homilia de Francisco foi inspirada na passagem dos Atos dos
Apóstolos, proposta pela liturgia do dia que narra a despedida de S.
Paulo da comunidade de Mileto. Uma cena emocionante na qual Paulo sabe
que não voltará a ver aquela comunidade. A hora é de partida para
Jerusalém, é ali que o Espírito conduz Paulo, o mesmo Espírito que
sempre o impulsionou para o anúncio do Evangelho. O Santo Padre recordou
assim a vida dos nossos missionários de todas as épocas:
“Iam impelidos pelo Espírito Santo: uma vocação! E quando, nesses
lugares, vamos aos cemitérios e vemos as suas lápides: muitos morreram
jovens, com menos de 40 anos. Porque não estavam preparados para
suportar as doenças locais. Deram a vida jovens: ‘gastaram’ a vida. Eu
penso que eles, naquele último momento, longe da sua pátria, da sua
família, dos seus caros, tenham dito: ‘Valeu a pena o que eu fiz’.”
“O missionário parte sem saber o que o aguarda” – disse o Papa, que
citou a despedida da vida de S. Francisco Xavier narrado por José María
Pemàn, escritor e poeta espanhol do século XX. Uma página que evoca
aquela de S. Paulo, que disse no seu discurso de despedida: “Sei apenas
que, de cidade em cidade, o Espírito Santo me adverte, dizendo que me
aguardam cadeias e tribulações” – recordou Francisco:
“Os nossos missionários, estes heróis da evangelização dos nossos
tempos. A Europa que encheu de missionários outros continentes… E estes
partiam sem voltar… Creio que seja justo agradecer ao Senhor pelo seu
testemunho. É justo que nós nos alegremos por ter estes missionários,
que são testemunhas verdadeiras. Eu penso em como foi o último momento
deles: como pode ter sido a despedida? Como Xavier: “Deixei tudo, mas
valeu a pena!”. Anónimos, foram embora. Outros mártires, isto é,
oferecendo a vida pelo Evangelho. Estes missionários são a nossa glória!
A glória da nossa Igreja!”
No final da sua homilia o Papa Francisco exortou os jovens que não
estão felizes com a cultura do consumismo e do narcisismo, a colocarem
no seu horizonte a vida destes missionários e a ‘gastarem’ também eles a
vida pelo anúncio do Evangelho.
(RS)
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