(RV) Hoje,
domingo primeiro de Maio, por ocasião do dia de S. José trabalhador, dia
internacional dos trabalhadores, o Papa Francisco procedeu como de
costume, às 12 horas de Roma, a recitação do Regina Coeli na Praça de
Pedro, repleta di fiéis e peregrinos vindos de diversas partes da Itália
e do mundo.
No centro da sua reflexão, o evangelho deste sexto domingo da Páscoa,
sublinhando de modo particular o evento do dom do Espírito Santo aos
apóstolos. O Espírito Santo que tinha como tarefa, ensinar e recordar as
palavras de Jesus à comunidade dos discípulos espalhados doravante pelo
mundo fora. «Tenho vos
dito isto, estando convosco. Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o
Pai enviará em meu nome. Esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos
recordará tudo o que vos tenho dito» (Jo 14, 25-26).
Antes de regressar para a casa do Pai, disse o Papa, Jesus
pré-anuncia a vinda do Espírito Santo que terá como principal tarefa,
antes de mais, a de ensinar aos discípulos a compreenderem sempre melhor
e plenamente, o Evangelho, a acolher o Evangelho na sua existência e a
torná-lo operativo mediante o testemunho de vida concreta. Entretanto,
sublinhou o Santo Padre, antes de atribuir aos apóstolos a sua missão de
levar o anúncio do Evangelho em tudo o mundo, Jesus promete-lhes que
não permanecerão sozinhos: com eles estará sempre presente o Espírito
Santo, o Paráclito, o Consolador que estará sempre com eles e os
protegerá sempre.
O segundo aspeto da missão do Espírito Santo, disse Francisco,
consiste em ajudar aos apóstolos a recordar as palavras de Jesus. O
Mestre divino já comunicou tudo quanto queria confiar aos apóstolos: com
Ele, Verbo encarnado a revelação é completa. O Espírito ajudará a
recordar os ensinamentos de Jesus nas diversas circunstâncias concretas
da vida dos apóstolos, para que os possam pôr em prática. E è
precisamente, sublinha Francisco, quanto acontece também hoje na Igreja,
guiada pela luz da força do Espírito Santo, para que possa levar à
todos o dom da salvação, isto é, o amor e a misericórdia de Deus.
«Nós não
estamos sós: Jesus está próximo de nós, no meio de nós, dentro de nós. A
sua nova presença na história acontece mediante o dom do Espírito
Santo, através do qual é possível instaurar uma relação viva com Ele, o
Crucificado Ressuscitado. O Espírito, derramado em nós mediante os
sacramentos do Batismo e do Crisma, age na nossa vida. Ele nos orienta
na maneira de pensar, de agir, de distinguir o mal do bem, ajuda-nos a
praticar a caridade de Jesus, o seu entregar-se aos outros especialmente
aos mais necessitados»
E Francisco concluiu o seu discurso, recordando mais uma vez a todos
que “não estamos sozinhos” e que o sinal da presença do Espírito Santo
no nosso seio é sobretudo a paz que Jesus deu aos seus
discípulos:”Dou-vos a minha Paz”. Essa paz porém, sublinhou Francisco, é
diferente da paz almejada e realizada pelos homens. A paz de Jesus
nasce da vitória sobre o pecado, sobre o egoísmo que nos impede de
amarmos uns aos outros como irmãos e irmãs. Esta paz é o dom de Deus e
sinal da sua presença no meio de nós.
Que a virgem Marie nos ajude a acolher com docilidade o Espírito
Santo como Mestre interior e como Memória viva de Cristo no nosso
caminho quotidiano, disse o Santo Padre..
«O meu
pensamento vai aos nossos irmãos das Igrejas do Oriente que celebram
hoje a Páscoa. O Senhor ressuscitado dê a todos o dom da sua luz e da
sua paz. Christos anesti»
Palavras do Papa Francisco dirigidas logo após a recitação do regina
Coeli e durante a qual recordou também ter recebido com profunda dor as
dramáticas notícias sobre a espiral da violência da guerra na Síria que
continua ceifar vidas e sobretudo a agravar a já precária situação
humanitária daquele país, e de modo particular da cidade de Alepo.
Francisco recordou as vítimas inocentes, entre eles as crianças, os
doentes e aqueles que com grande sacrifício e empenho se dedicam
quotidianamente na assistência ao próximo. Exorto, disse o Santo Padre,
todas as partes envolvidas no conflito a respeitarem o cessar fogo e a
reforçarem o diálogo em curso, única estrada que conduz à paz.
Em seguida o Papa recordou aos milhares de presentes na Praça de S.
Pedro, que amanhã, segunda-feira, dia 2 de Maio, será realizado aqui em
Roma a Conferência Internacional sobre o tema: “o desenvolvimento
sustentável e as formas mais vulneráveis do trabalho”. E Francisco fez
votos para que possa ser um evento capaz de sensibilizar as autoridades,
as instituições políticas e económicas e a sociedade civil, a
promoverem um modelo de desenvolvimento que tenha em consideração a
dignidade humana, no pleno respeito das normativas sobre o trabalho e
sobre o ambiente.
Finalmente, o Papa Francisco agradeceu aos presentes, aos milhares de
peregrinos e fiéis provenientes das diversas partes da Itália e do
mundo fora e de modo particular de Madrid, Barcelona e Varsávia. Mas
sobretudo Francisco saudou de maneira particular todos os membros da
Associação “Meter” que como ele próprio sublinhou, se dedicam, à vários
anos na luta contra todas as formas de abuso sobre os menores O flagelo
do abuso dos menores é, disse o Santo Padre, uma verdadeira tragédia que
não deve ser tolerada de forma alguma. “Devemos defender os menores e
castigar severamente todos aqueles que praticam o abuso sobre os
menores”, acrescentou Francisco, agradecendo do fundo do coração os
membros da Associação “Meter”, pelo seu empenho e ao mesmo tempo que os
encorajou a prosseguirem com coragem na sua batalha de defesa dos
menores.
E Francisco de todos se despediu, exortando que não esqueçam de rezar por ele.
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