(RV) Quinta-feira,
19 de maio – na Missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que
explorar os trabalhadores para enriquecer é ser como sanguessugas e isso
é um pecado mortal.
O Santo Padre comentou a primeira leitura da liturgia do dia,
extraída da carta de S. Tiago, e afirmou que “não se pode servir Deus e
as riquezas”. Estas, as riquezas – continuou Francisco – são boas em si
mesmas, mas erram aqueles que seguem a “teologia da prosperidade”.
O Papa recordou o que diz S. Tiago: “Olhai que o salário que não
pagastes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos está a clamar; e
os clamores dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor do universo!”
Francisco recordou a precaridade dos vínculos laborais e, em
particular, citou o que lhe disse uma jovem que encontrou um emprego de
11 horas diárias por 650 euros na informalidade. E disseram-lhe que se
queria podia ficar com o trabalho senão há mais quem queira: “há uma
fila atrás de si”.
A exploração das pessoas hoje é uma verdadeira escravidão – denunciou
o Papa: “Viver do sangue das pessoas. Isto é pecado mortal. É pecado
mortal.”
No final da sua homilia o Papa Francisco propôs uma reflexão sobre a
exploração das pessoas no mundo do trabalho que chega mesmo à
escravidão:
“Pensemos neste drama de hoje: a exploração das pessoas, o sangue das
pessoas que se tornam escravas, os traficantes de seres humanos e não
somente aqueles que traficam prostitutas e crianças para o trabalho
infantil, mas aquele tráfico mais ‘civilizado’: Eu pago-te mas sem
direito a férias e assistência médica, tudo clandestino. Porém, eu
torno-me rico! Que o Senhor nos faça entender aquela simplicidade que
Jesus nos diz no Evangelho de hoje: É mais importante um copo de água em
nome de Cristo que todas as riquezas acumuladas com a exploração das
pessoas.”
(RS)
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