(RV) Jesus, antes
da Paixão, reza pela “unidade dos fiéis, das comunidades cristãs” para
que sejam uma só coisa como Ele e o Pai, a fim de que o mundo creia”.
Com estas palavras do Evangelho do dia, o Papa Francisco iniciou a
homilia da missa celebrada nesta quinta-feira (12/05), na Casa Santa
Marta.
“A unidade das comunidades cristãs, das famílias cristãs, é um
testemunho: testemunho do facto de o Pai ter enviado Jesus. Talvez,
chegar à unidade numa comunidade cristã, numa paróquia, num bispado,
numa instituição cristã e numa família cristã, seja uma das coisas mais
difíceis. A nossa história, a história da Igreja, nos envergonha muitas
vezes, pois provocamos guerra contra os nossos irmãos cristãos! Pensemos
numa, na Guerra dos Trinta Anos.”
Onde “os cristãos incitam guerra entre eles”, afirma o Papa Francisco, ali “não há testemunho”:
“Devemos pedir muito perdão ao Senhor por esta história! Uma história
muitas vezes de divisões, não somente no passado, mas também hoje! O
mundo vê que estamos divididos e diz: ‘Mas que entrem num acordo, depois
vamos ver. Jesus ressuscitou e está vivo e estes seus discípulos não
vão de acordo? Uma vez, um cristão católico disse a outro cristão do
Oriente, também católico: ‘O meu Cristo ressuscita depois de amanhã. E o
teu quando ressuscita?’ Não somos unidos nem mesmo na Páscoa! Isso no
mundo inteiro, e o mundo não crê.”
“Foi a inveja do diabo”, explicou o Papa, que fez entrar o pecado no
mundo”: assim, também nas comunidades cristãs “é quase habitual” que
haja egoísmo, ciúmes, invejas e divisões. Isto leva a falar mal um do
outro. Falamos muito mal dos outros! Na Argentina, estas pessoas são
chamadas de mexeriqueiras: semeiam discórdia, dividem. E ali as divisões
começam com a língua, por causa da inveja, ciúmes e também fechamento! A
língua é capaz de destruir uma família, uma comunidade, uma sociedade. É
capaz de semear ódio e guerras”, disse o Papa. Em vez de procurar
esclarecer “é mais cómodo falar mal” e destruir “a fama do outro”. O
Papa citou a anedota conhecida de São Filipe Neri que deu como
penitência a uma mulher que tinha falado mal depenar uma galinha e
espalhar suas penas pelo bairro para depois recolhê-las. “Mas não é
possível!”, exclamou a mulher. Assim é o falar mal:
“O falar mal é assim: suja o outro. Aquele que fala mal, suja!
Destrói! Destrói a fama, destrói a vida e muitas vezes, várias vezes!,
sem motivo contra a verdade. Jesus rezou por nós, por todos nós que
estamos aqui e por nossas comunidades, por nossas paróquias, por nossas
dioceses: ‘Que sejam um’. Peçamos ao Senhor que nos dê a graça, pois a
força do diabo, do pecado que nos impulsiona a criar desunião, é muito
grande. Que Ele nos dê a graça, que nos dê o dom. Qual é o dom que faz a
unidade? O Espírito Santo! Que Ele nos dê este dom que cria harmonia,
porque Ele é a harmonia, a alegria em nossas comunidades. Que Ele nos dê
a paz, porém com a unidade. Peçamos a graça da unidade para todos os
cristãos, a grande graça e a pequena graça de todos os dias para as
nossas comunidades, as nossas famílias, e a graça de morder a língua!”
(BS/MJ)
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