(RV) No final da tarde desta sexta-feira dia 21 de março o Papa Francisco encontrou-se com os familiares das vítimas da máfia. Este encontro organizado pela Associação italiana ‘Livre’ animada pelo Padre Ciotti antecipa o Dia da Memória e do Compromisso solenemente celebrado neste sábado na cidade de Latina. Esta vigília teve lugar na Paróquia São Gregório VII, em Roma.
Neste momento de oração profundamente tocante estiveram presentes familiares de tantas vítimas da violência da criminalidade organizada em Itália. Na presença do Santo Padre foram citadas 842 vítimas das quais 80 eram crianças. O Papa Francisco manifestou a sua solidariedade para com todas estas pessoas ali presentes:
“Obrigado pelo vosso testemunho, porque não se fecharam, mas abriram-se para contar a vossa história de dor e de esperança. Isto é muito importante, especialmente para os jovens!”
O Santo Padre confessou – durante a sua intervenção – o desejo e a sua esperança de que o sentido de responsabilidade lentamente vença a corrupção em todas as partes do mundo. E isso deve começar a partir de dentro, da consciência, e dali deve restaurar os comportamentos, as relações, as escolhas, o tecido social, para que a justiça ganhe espaço, cresça, forme raízes e tome o lugar da iniquidade. “Eu sei” – disse o Santo Padre – “que vocês sentem fortemente esta esperança e quero partilhá-la convosco. Estarei convosco neste caminho que requer tenacidade e perseverança” – afirmou o Papa Francisco.
O Santo Padre rezou ainda pelos protagonistas ausentes desta vigília de oração – os homens e mulheres mafiosos. A estes o Papa Francisco disse-lhes:
"Por favor, mudem de vida. Convertam-se. Parem de fazer o mal! Rezaremos por vós: convertam-se. Peço-vos de joelhos. É para o vosso bem.”
“O poder, o dinheiro que vocês têm agora de tantas negociações sujas, de tantos crimes mafiosos, é dinheiro ensanguentado, é poder ensanguentado, e não podereis leva-los para a outra vida. Convertam-se. Ainda estão a tempo para não terminarem no inferno.” Das tantas vozes que se ouviram na proclamação de uma infindável lista de vítimas da violência da máfia, recordamos aqui uma dessas vozes. Trata-se de Rosaria, viúva do agente Vito Schifani, assassinado no atentado de Capaci no qual perderam a vida o juiz Giovanni Falcone e a sua escolta. Rosaria tinha apenas 22 anos e um filho pequeno, foi ela que, no decorrer do funeral, comoveu toda a Itália ao perdoar, no tormento da sua dor, os mafiosos que se arrependessem. No dia de ontem após ler vários nomes de vítimas agradeceu comovida a Jesus o conforto que o Senhor lhe deu, dizendo: “Obrigado Jesus, porque nestes anos nunca perdi o ânimo. Obrigado, Jesus!” (RS)
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