Turismo nas áreas rurais (ANSA)
A mensagem do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, por ocasião do 41º Dia Mundial do Turismo, no próximo 27 de setembro, exorta a percorrer novos caminhos para reerguer o setor duramente atingido pela pandemia de coronavírus. “Um turismo realizado pelas pessoas e através das pessoas”, escreve o cardeal Turkson.
Benedetta Capelli/Mariangela Jaguraba – Vatican News
No final de 2020 haverá uma diminuição de cerca de um bilião de turistas internacionais, com uma perda económica global de cerca de 1 bilião e 200 milhões de dólares e com consequências inevitáveis no âmbito do desemprego. Na mensagem assinada pelo prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Peter Turkson, nesta sexta-feira (07/08), são relatados os dados da Organização Mundial do Turismo. Um quadro difícl para um setor atingido pela pandemia “cujo fim ainda não se vê”.
Turismo responsável
“Um cenário inquietador” afirma o texto, que “não nos deve paralisar e privar-nos de uma visão positiva do futuro” porque, como disse Francisco, o pior drama desta crise seria desperdiçá-la. O caminho indicado pelo Dicastério recorda o tema do Dia focado no turismo e no desenvolvimento rural, escolhido antes da emergência da Covid-19. Um convite a procurar metas escondidas onde vive a ruralidade. Promover “o turismo responsável, implementado segundo os princípios da justiça social e económica e no pleno respeito do meio ambiente e das culturas”, que reconheça a centralidade das comunidades locais, o seu direito a serem protagonistas do desenvolvimento sustentável. Uma “interação positiva entre a indústria do turismo, a comunidade local e os viajantes”.
Motor para a economia rural
Escolher este caminho pode tornar-se uma solução para a crise. “Este tipo de turismo”, escreve o cardeal Turkson, pode ser “um motor para apoiar a economia rural, formada pela agricultura e, muitas vezes, pela agricultura familiar, pequenas dimensões, áreas marginais e baixa renda da cadeia alimentar”. Deste modo é possível construir um mundo novo com “um turismo realizado pelas pessoas e através das pessoas”, um modo de viajar que abre o coração “para o amplo horizonte da fraternidade e da solidariedade”.
Novos estilos de vida
“Aproximar turismo e desenvolvimento rural”, prossegue a mensagem, “é uma boa maneira de aprender novas culturas, de se deixar contaminar pelos valores da custódia da criação e da proteção da criação que, hoje, são não apenas um dever moral, mas uma urgência de ação coletiva”. Uma maneira de aprender novos estilos de vida, de entrar em relação com o outro e com a natureza. É colocar-mo-nos a caminho, respeitando os ritmos da criação, da vida das comunidades e das práticas agrícolas. “O turismo pode tornar-se um instrumento de proximidade”, fazendo crescer “o espírito de fraternidade entre os povos”.
Luta contra a pobreza
A mensagem ressalta a necessidade de apoiar os rendimentos dos trabalhadores, “o cuidado e a defesa das comunidades rurais mais frágeis”. Para reiniciar a economia do turismo, é necessário “um turismo responsável e sustentável” para que se torne “um dos fatores de reviravolta na luta contra a pobreza, que a pandemia fez aumentar de maneira exponencial”. O Dicastério faz um apelo à política para que incentive o turismo responsável, “implementado segundo os princípios da justiça social e económica e no pleno respeito do ambiente e das culturas”, dando oportunidades de desenvolvimento nas áreas marginais, envolvendo as comunidades locais nas decisões.
Ajudas diretas
“A programação económica”, afirma o texto, “deve ter como referência a defesa dos pobres e dos sujeitos mais fracos do ciclo económico; os trabalhadores agrícolas das zonas rurais são considerados destinatários diretos de ajudas económico-financeiras significativas e de projetos de recuperação e promoção da agricultura familiar rural”. Por fim, o apelo aos bispos e aos responsáveis da Pastoral do Turismo para que “desenvolvam redes de proximidade nas relações e na ajuda de apoio da renda perdida. Devem ser construídos novos percursos para a fruição turística das zonas rurais, combinando o respeito pelo meio ambiente e ocasiões de sustento dos agentes turísticos locais”.
VN
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