02 agosto, 2020

Proximidade do Papa ao povo nicaraguense após o ataque à catedral de Manágua

 
Crucifixo queimado na catedral de Manágua  (AFP or licensors)
 
Francisco, depois do Angelus, dirigiu-se ao povo nicaraguense para demonstrar a sua proximidade após o ataque que, há dois dias em Manágua, destruiu um antigo e venerado crucifixo intitulado ao "Sangue de Cristo".
Silvonei José – Vatican News
É forte o pensamento que Francisco dirigiu aos nicaraguenses após o Angelus deste domingo na Praça de São Pedro, quando recordou o ataque da última sexta-feira contra a Catedral de Manágua, que não causou feridos, mas que destruiu um crucifixo de quatro séculos:
 
“Penso no povo da Nicarágua que sofre por causa do atentado à catedral de Manágua, onde foi muito danificada, quase destruída, a imagem tão venerada de Cristo, que acompanhou e sustentou durante os séculos a vida do povo fiel. Queridos amigos nicaraguenses, estou próximo de vós e rezo por vós”.
 
O ataque contra a catedral da capital nicaraguense foi imediatamente definido pelo cardeal arcebispo da cidade, Leopoldo Brenes, como "um ato terrorista" que feriu profundamente a comunidade católica nicaraguense. Para a arquidiocese, o coquetel molotov lançado por um homem encapuzado dentro da igreja, na capela do Sangue de Cristo, deve ser lido como "um ato premeditado". Diante daquele crucifixo, São João Paulo II tinha-se detido em oração durante a viagem que em 1996 o levou à Nicarágua, Guatemala, El Salvador e Venezuela, e as palavras de conforto de Francisco chegam a um país que hoje se reúne em oração, para um dia de "súplica e lágrimas", convocado pelo cardeal Brenes.

Atos de vandalismo

Nos últimos meses, as igrejas da Nicarágua sofreram atos de vandalismo de vários tipos. Os bispos do CELAM, o Conselho Episcopal Latino-Americano, pedem esforços para viver em paz e harmonia num momento em que há um clima de violência e intimidação contra os católicos no país latino-americano, que está a passar por uma forte crise política e social.
Entretanto, neste domingo. 2 de agosto, é um dia de oração e silêncio na arquidiocese de Manágua, depois do ataque contra a Catedral. "O objetivo - pode-se ler no site do CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano) - é rezar como ato de reparação pelo ultraje, falta de respeito, sacrilégio e profanação de Jesus na sua presença real no Santíssimo Sacramento". O cardeal pede aos fiéis que perdoem o autor do ataque e enfatiza: "Esta ação perversa também feriu todos nós, sacerdotes, religiosos e religiosas, os fiéis, homens e mulheres de boa vontade”.
 
VN

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