O Pe. Giorgio é o primeiro missionário da Consolata na Mongólia
(Afmc (Archivio fotografico Missioni Consolata
Francisco recebeu
na manhã desta quarta-feira (12), o jovem bispo italiano, dom Giorgio
Marengo, que em breve deve voltar à Mongólia, onde o Papa recentemente o
nomeou prefeito apostólico. Em entrevista ao Vatican News, dom Giorgio
conta sobre o encontro especial com o Pontífice - que descreveu como um
"sonho" realizado para dar ainda mais coragem à missão.
Gabriella Ceraso - Vatican News
Após a audiência privada com o Papa Francisco, na manhã desta
quarta-feira (12), o coração do Pe. Giorgio Marengo – como gosta de ser
chamado mesmo depois da ordenação episcopal do último sábado (8) – está
cheio de gratidão e alegria.
Natural de Cuneo, Itália, com formação entre o Piemonte e Roma,
ele está há 17 anos na Mongólia. Em abril deste ano, o Papa nomeou-o
prefeito apostólico de Ulan Bator. Já em setembro, se as normas
anti-Covid permitirem, o Pe. Giorgio espera voltar ao país ao qual está
profundamente ligado, onde é pastor da pequena comunidade católica
composta por missionários e religiosos, mas também de um grupo de fiéis
locais.
A todos por lá vai levar a mensagem de Francisco com quem hoje,
"coroando um sonho" alimentado por tanto tempo, o Pe. Giorgio finalmente
pôde falar pessoalmente, estabelecendo um vínculo "especial". De agora
em diante muitos dos aspetos do serviço pastoral presentes no
pontificado do Papa serão encarnados no seu povo, continuando a tecer,
com amor fraterno, a rede de laços espirituais, civis e culturais que já
começou na Mongólia.
São impressões de dom Giorgio Marengo no final da audiência com o Papa Francisco, quando abriu o coração ao Vatican News:
Pe. Giorgio – “O encontro foi muito cordial e estou muito
grato ao Papa por esta grande graça que me concedeu de encontrá-lo
pessoalmente e de receber uma palavra de encorajamento por esta missão
que continua, já que estou ali há 17 anos. Então, conheço um pouco
aquela realidade que agora está a tomar um novo rumo, eu diria,
tornando-me o prefeito apostólico e bispo deste povo. Vivemos um momento
muito cordial e muito bonito no qual pedi ao Santo Padre justamente uma
palavra de encorajamento, que me deu e que eu carrego no coração. Ele
está muito interessado na realidade da Igreja na Mongólia, do povo local
em geral. Sabemos o quanto o Papa se preocupa com toda a realidade da
Igreja, propriamente onde não há grandes números, ao contrário, onde na
verdade a Igreja está em minoria: ali o coração do Papa vibra
sempre muito, e isto é lindo.”
Suponho que será também um porta-voz da comunidade, quando voltar?
Pe. Giorgio – “É claro! Pedi ao Papa de estender a
todos a bênção não só, e não tanto para mim, mas para toda a comunidade
católica da Mongólia. E ele garantiu-me o seu pensamento e a sua oração,
e foi muito bonito.”
Através da sua história dentro da Igreja, percebe-se muitas
afinidades também com o papel que o Papa confia ao bispo. Imagino,
portanto, que falar diretamente com o Pontífice foi realmente
importante!
Pe. Giorgio – “Sim, eu tinha de facto pedido isso como uma
graça para poder, quando fosse possível, encontrar o Santo Padre
pessoalmente - já quando dei o consentimento para a nomeação que ele fez a mim. Assim, hoje um sonho tornou-se realidade: poder encontrá-lo e
receber o seu encorajamento. Obviamente quando se encontra
pessoalmente, depois há sempre uma sintonia particular que se cria a nível humano e espiritual e, por isso, fico muito grato, e acredito que
fará bem não só a mim, mas à Igreja na Mongólia em geral.”
O que tem no magistério do Papa que, depois deste encontro, sente, querer viver em particular na terra para onde vai voltar, Mongólia?
Pe. Giorgio – “O ponto principal é a proximidade com a
comunidade católica na Mongólia, que é pequena e em minoria absoluta em
comparação com a sociedade. Por isso, então, precisa de ouvir que aqueles que
foram chamados a orientá-la, estão próximos. Proximidade em termos de
visitas às comunidades, de celebrações em conjunto, de tempo reservado
para ouvir as pessoas, as suas histórias e situações, obviamente junto
aos missionários e às missionárias que animam essas comunidades. Esta é
uma prioridade para mim. Justamente porque a comunidade católica é tão
escassa, também é importante cuidar das relações com as autoridades
civis para que sejam o mais positivas possível. É necessário continuar
na linha de colaboração e da ajuda mútua que já existem, porque o meu
antecessor também foi muito forte nisso. Depois, precisamos de uma
atenção especial ao diálogo inter-religioso, dado que a Mongólia é um
país que tem pontos de referências religiosas, especialmente no Budismo,
no Xamanismo: assim, continuar com esta ponte de relações fraternas com
pessoas que têm outros credos. Portanto, o diálogo inter-religioso, a
proximidade com os pobres, os pequenos, as pessoas que sofrem numa
sociedade que está a mudar rapidamente; e, também, uma atenção a tudo o
que se está a aproximar, eu diria, tanto cultural - ou seja, história e
tradições, identidade cultural do povo da Mongólia que tem muito a
dizer e a dar ao resto da humanidade - quanto espiritual. Por outras
palavras, um cuidado com a espiritualidade: o povo tem uma grande
sensibilidade e precisa - aqueles que já a abraçaram - aprofundar a fé, torná-la cada vez mais própria. Então, um discurso de profundidade,
de autenticidade no caminhar na fé, uma escola contínua em oração para
ajudar as pessoas a poder caminhar no seu caminho com facilidade e
serenidade.”
A missão do Pe. Giorgio Marengo na Mongólia
VN
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