13 agosto, 2020

Papa: proximidade e encorajamento ao novo prefeito apostólico, na Mongólia

 
O Pe. Giorgio é o primeiro missionário da Consolata na Mongólia
(Afmc (Archivio fotografico Missioni Consolata

Francisco recebeu na manhã desta quarta-feira (12), o jovem bispo italiano, dom Giorgio Marengo, que em breve deve voltar à Mongólia, onde o Papa recentemente o nomeou prefeito apostólico. Em entrevista ao Vatican News, dom Giorgio conta sobre o encontro especial com o Pontífice - que descreveu como um "sonho" realizado para dar ainda mais coragem à missão.
 
Gabriella Ceraso - Vatican News

Após a audiência privada com o Papa Francisco, na manhã desta quarta-feira (12), o coração do Pe. Giorgio Marengo – como gosta de ser chamado mesmo depois da ordenação episcopal do último sábado (8) – está cheio de gratidão e alegria.

Natural de Cuneo, Itália, com formação entre o Piemonte e Roma, ele está há 17 anos na Mongólia. Em abril deste ano, o Papa nomeou-o prefeito apostólico de Ulan Bator. Já em setembro, se as normas anti-Covid permitirem, o Pe. Giorgio espera voltar ao país ao qual está profundamente ligado, onde é pastor da pequena comunidade católica composta por missionários e religiosos, mas também de um grupo de fiéis locais.

A todos por lá vai levar a mensagem de Francisco com quem hoje, "coroando um sonho" alimentado por tanto tempo, o Pe. Giorgio finalmente pôde falar pessoalmente, estabelecendo um vínculo "especial". De agora em diante muitos dos aspetos do serviço pastoral presentes no pontificado do Papa serão encarnados no seu povo, continuando a tecer, com amor fraterno, a rede de laços espirituais, civis e culturais que já começou na Mongólia.

São impressões de dom Giorgio Marengo no final da audiência com o Papa Francisco, quando abriu o coração ao Vatican News:

Pe. Giorgio “O encontro foi muito cordial e estou muito grato ao Papa por esta grande graça que me concedeu de encontrá-lo pessoalmente e de receber uma palavra de encorajamento por esta missão que continua, já que estou ali há 17 anos. Então, conheço um pouco aquela realidade que agora está a tomar um novo rumo, eu diria, tornando-me o prefeito apostólico e bispo deste povo. Vivemos um momento muito cordial e muito bonito no qual pedi ao Santo Padre justamente uma palavra de encorajamento, que me deu e que eu carrego no coração. Ele está muito interessado na realidade da Igreja na Mongólia, do povo local em geral. Sabemos o quanto o Papa se preocupa com toda a realidade da Igreja, propriamente onde não há grandes números, ao contrário, onde na verdade a Igreja está em minoria: ali o coração do Papa vibra sempre muito, e isto é lindo.”

Suponho que será também um porta-voz da comunidade, quando voltar?

Pe. Giorgio “É claro! Pedi ao Papa de estender a todos a bênção não só, e não tanto para mim, mas para toda a comunidade católica da Mongólia. E ele garantiu-me o seu pensamento e a sua oração, e foi muito bonito.”

Através da sua história dentro da Igreja, percebe-se muitas afinidades também com o papel que o Papa confia ao bispo. Imagino, portanto, que falar diretamente com o Pontífice foi realmente importante!

Pe. Giorgio “Sim, eu tinha de facto pedido isso como uma graça para poder, quando fosse possível, encontrar o Santo Padre pessoalmente - já quando dei o consentimento para a nomeação que ele fez a mim. Assim, hoje um sonho tornou-se realidade: poder encontrá-lo e receber o seu encorajamento. Obviamente quando se encontra pessoalmente, depois há sempre uma sintonia particular que se cria a nível humano e espiritual e, por isso, fico muito grato, e acredito que fará bem não só a mim, mas à Igreja na Mongólia em geral.”

O que tem no magistério do Papa que, depois deste encontro, sente, querer viver em particular na terra para onde vai voltar, Mongólia?

Pe. Giorgio “O ponto principal é a proximidade com a comunidade católica na Mongólia, que é pequena e em minoria absoluta em comparação com a sociedade. Por isso, então, precisa de ouvir que aqueles que foram chamados a orientá-la, estão próximos. Proximidade em termos de visitas às comunidades, de celebrações em conjunto, de tempo reservado para ouvir as pessoas, as suas histórias e situações, obviamente junto aos missionários e às missionárias que animam essas comunidades. Esta é uma prioridade para mim. Justamente porque a comunidade católica é tão escassa, também é importante cuidar das relações com as autoridades civis para que sejam o mais positivas possível. É necessário continuar na linha de colaboração e da ajuda mútua que já existem, porque o meu antecessor também foi muito forte nisso. Depois, precisamos de uma atenção especial ao diálogo inter-religioso, dado que a Mongólia é um país que tem pontos de referências religiosas, especialmente no Budismo, no Xamanismo: assim, continuar com esta ponte de relações fraternas com pessoas que têm outros credos. Portanto, o diálogo inter-religioso, a proximidade com os pobres, os pequenos, as pessoas que sofrem numa sociedade que está a mudar rapidamente; e, também, uma atenção a tudo o que se está a aproximar, eu diria, tanto cultural - ou seja, história e tradições, identidade cultural do povo da Mongólia que tem muito a dizer e a dar ao resto da humanidade - quanto espiritual. Por outras palavras, um cuidado com a espiritualidade: o povo tem uma grande sensibilidade e precisa - aqueles que já a abraçaram - aprofundar a fé, torná-la cada vez mais própria. Então, um discurso de profundidade, de autenticidade no caminhar na fé, uma escola contínua em oração para ajudar as pessoas a poder caminhar no seu caminho com facilidade e serenidade.”

A missão do Pe. Giorgio Marengo na Mongólia

VN

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