25 agosto, 2020

Jovens na pandemia com a força da Exortação do Papa: Cristo vive


Angelus na Praça de São Pedro
 
Na Exortação Apostólica dirigida aos jovens, o Papa Francisco propõe três verdades: Deus ama-te, Cristo salva-te e Cristo vive. Porque o Senhor nos quer vivos para dar-nos força e esperança.

Rui Saraiva - Porto
 
No Dia Mundial da Juventude deste ano de 2020, Domingo de Ramos, o Papa Francisco dirigiu-se aos jovens recordando que, devido à pandemia, o momento da passagem dos símbolos da JMJ do Panamá para Portugal seria adiado para novembro próximo. Na ocasião, pediu aos jovens para testemunharem “a esperança, a generosidade e a solidariedade neste tempo difícil”
 
Neste tempo de pandemia, a Exortação Apostólica do Papa Francisco “Cristo Vive” é forte inspiração para a vivência e a atuação dos jovens. Tal como disse o Santo Padre no Domingo de Páscoa de 2019, na Mensagem e Benção Urbi et Orbi, afirmando que a manhã de Páscoa é “juventude perene da Igreja e da inteira humanidade” e recordou as “palavras iniciais da sua Exortação Apostólica dedicada aos jovens:
 
“Cristo Vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso, as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem e a cada cristão, são estas: Ele vive e te quer vivo! Ele está em ti, está contigo e jamais te deixa. Por mais que te possas afastar, junto de ti está o Ressuscitado, que te chama e espera por ti para recomeçar. Quando te sentires envelhecido pela tristeza, os rancores, os medos, as dúvidas ou os fracassos, Jesus estará ao teu lado para te devolver a força e a esperança.” (Christus vivit, 1-2).
 
No tempo de pandemia que estamos a viver, os jovens estão a enfrentar novos desafios e dificuldades e novas formas de relação e de solidariedade.
 
Na Exortação Apostólica “Cristo Vive”, o Papa apresenta Cristo, o grande anúncio para todos os jovens. No seu texto afirma três verdades “que todos nós precisamos de escutar sempre de novo”. Diz Francisco: Deus ama-te, Cristo salva-te e Cristo vive.
 
Um Deus que é amor
 
A primeira verdade apresentada pelo Santo Padre é que Deus nos ama, pois Deus é amor. “Em toda e qualquer circunstância, és infinitamente amado” – escreve Francisco.
 
Mesmo que a experiência de paternidade de um jovem não tenha sido a melhor, uma coisa é certa para o Papa: “… podes lançar-te, com segurança, nos braços do teu Pai divino, do Deus que te deu a vida e continua a dá-la em cada momento”. Francisco recorda várias passagens bíblicas com expressões do amor de Deus:
 
«Segurava-os com laços humanos, com laços de amor, fui para eles como os que levantam uma criancinha contra o seu rosto» (Os 11, 4).
 
«Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria» (Is 49, 15).
 
«Ainda que os montes sejam abalados e tremam as colinas, o meu amor por ti nunca mais será abalado, e a minha aliança de paz nunca mais vacilará» (Is 54, 10).
 
«Amei-te com um amor eterno. Por isso, dilatei a misericórdia para contigo» (Jr 31, 3).
Para Deus “és realmente valioso” – escreve o Papa dirigindo-se a cada jovem e pede: “Procura ficar um momento em silêncio, deixando-te amar por Ele”.
 
Deus tem um amor que não “esmaga”, não “marginaliza”, “nem silencia”. “Não humilha”, “nem subjuga” – escreve o Papa sublinhando que o amor de Deus é “feito de liberdade e para a liberdade”, um amor que é “mais de levantamentos do que de quedas, mais de reconciliação do que de proibições, mais de dar nova oportunidade do que de condenar, mais de futuro do que de passado”.
 
Cristo salva-te
 
A segunda verdade apresentada pelo Papa é que “Cristo Se entregou até ao fim para te salvar” – diz Francisco dirigindo-se pessoalmente a cada jovem.
 
Com os seus “braços abertos na cruz” Jesus leva “até ao extremo o seu amor” por cada um de nós. “São Paulo dizia viver confiado naquele amor que, por ele, se deu totalmente: «A vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20).”
 
Jesus abraça-nos para nos salvar “do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento”. “Nunca esqueças que «Ele perdoa setenta vezes sete” – recorda o Papa sublinhando que Jesus permite.nos “levantar a cabeça e recomeçar”.
 
“Abraçou o filho pródigo, abraçou Pedro depois de O ter negado e abraça-nos sempre” – escreve Francisco propondo caminho a cada jovem: “Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem, e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo” – declara o Santo Padre.
 
Ele vive!
 
Existe ainda uma terceira verdade, segundo o Papa: “Ele vive!” Cristo vive. “É preciso recordá-lo com frequência, porque corremos o risco de tomar Jesus Cristo apenas como um bom exemplo do passado, como uma recordação, como Alguém que nos salvou há dois mil anos” – escreve o Santo Padre.
 
“Se Ele vive, isto é uma garantia de que o bem pode triunfar na nossa vida e de que as nossas fadigas servirão para qualquer coisa. Então podemos deixar de nos lamentar e poderemos olhar em frente, porque com Ele é possível olhar sempre em frente. Esta é a certeza que temos: Jesus é o vivente eterno; agarrados a Ele, viveremos e atravessaremos, ilesos, todas as formas de morte e violência que se escondem no caminho” – afirma Francisco.
 
O Papa exorta os jovens a viverem em intimidade com Jesus e declara que se cada um começar “a conversar com Cristo vivo sobre as coisas concretas” da vida, “esta será a grande experiência, será a experiência fundamental que sustentará” a vida cristã de cada pessoa.
 
Em tempo de pandemia ganha especial importância a força inspiradora das palavras do Papa que convida os jovens a deixarem-se seduzir por Cristo: “Por mais que te possas afastar, junto de ti está o Ressuscitado, que te chama e espera por ti para recomeçar” – diz Francisco.
 
Um recomeço e uma retoma que nas dificuldades atuais devem ser um especial testemunho de esperança, de generosidade e de solidariedade.
 
Laudetur Iesus Christus
 
VN

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