O Menino nascido da Virgem de Nazaré “é a Bênção de Deus para todo
o homem e mulher, para a grande família humana e para o mundo inteiro.
Jesus não tirou o mal do mundo, mas o derrotou na raiz” disse o Papa,
explicando:
A sua salvação não é mágica, mas é uma salvação "paciente", isto é,
comporta a paciência do amor, que assume a iniquidade e lhe tira o
poder. A paciência do amor: o amor torna-nos pacientes. Tantas vezes
perdemos a paciência; também eu, e peço desculpas pelo mau exemplo de
ontem. Por esse motivo, contemplando o Presépio vemos, com os olhos da
fé, o mundo renovado, livre do domínio do mal e colocado sob o senhorio
real de Cristo, o Menino deitado na manjedoura.
A referência do Papa Francisco e as suas palavras de desculpa referem-se ao episódio ocorrido na noite passada durante a visita ao
Presépio na Praça de São Pedro, depois da celebração das Vésperas,
quando ao saudar os fiéis, foi puxado bruscamente por uma mulher, o que
provocou uma forte dor no seu braço, e teve uma reação intempestiva, procurando livrar-se das mãos desta pessoa.
São Paulo VI e o primeiro dia do ano dedicado à paz
Jesus é "alegria para todo o povo", é a glória de Deus e a paz para
os homens, por este motivo – recordou Francisco - o Santo Papa Paulo VI
quis dedicar o primeiro dia do ano à paz: a oração, a tomada de
consciência e de responsabilidade pela paz.
Neste sentido, o convite para fixarmos o nosso olhar na Mãe e no Filho
que ela nos mostra, deixando-nos abençoar no início do novo ano:
Jesus liberta com amor, abre a porta da fraternidade, reabre horizonte de esperança
Jesus é a bênção para aqueles que são oprimidos pelo jugo das
escravidões, escravidões morais e escravidões materiais. Ele liberta com
amor. Para aqueles que perderam a autoestima, permanecendo prisioneiros
de vícios, Jesus diz: o Pai te ama, não te abandona, espera com
paciência inabalável teu retorno.
Para quem é vítima de injustiça e exploração e não vê a saída – disse
o Papa - “Jesus abre a porta da fraternidade, onde encontrar rostos,
corações e mãos acolhedoras, onde compartilhar a amargura e o desespero e
recuperar um pouco da dignidade.”
Para aqueles que estão gravemente enfermos e se sentem abandonados
e desanimados, Jesus faz-se próximo, toca as chagas com ternura,
derrama o óleo da consolação e transforma a fraqueza em força do bem
para desfazer os nós mais difíceis.
Para quem está encarcerado e é tentado a fechar-se em si mesmo,
Jesus reabre um horizonte de esperança, começando por um pequeno
vislumbre de luz.
Deixar-se abençoar, para ter um caminho de paz e esperança
Ao concluir a sua alocução, o convite para descermos dos pedestais de
nosso orgulho - todos nós temos a tentação do orgulho - e pedir a bênção
da Santa Mãe de Deus, a humilde Mãe de Deus:
Ela mostra-nos Jesus: deixem-mo-nos abençoar, abramos o coração à
sua bondade. Assim, o ano que começa será um caminho de esperança e paz,
não com palavras, mas através de gestos diários de diálogo, de
reconciliação e cuidado para com a criação.
Após rezar o Angelus, o Papa Francisco saudou os presentes na
Praça de São Pedro e aqueles que o acompanhavam pelos meios de comunicação,
fazendo votos de paz e de bem no novo ano.
Gratidão e encorajamento às iniciativas de paz
O Pontífice agradeceu as felicitações do presidente da República
italiana, Sérgio Mattarella, e saudou em particular os participantes da
manifestação "Paz em todas as terras", organizada pela Comunidade de
Santo Egídio em Roma e em muitas cidades do mundo. “Eles também têm uma
escola para a paz. Em frente!”, foi a sua exortação, antes de agradecer
por outras iniciativas de paz:
Estendo a minha saudação e o meu encorajamento a todas as iniciativas
pela paz que as Igrejas particulares, as associações e os movimentos
eclesiais promoveram neste Dia da Paz: encontros de oração e de
fraternidade, acompanhados pela solidariedade com os mais pobres. Em
particular recordo a marcha que se realizou na tarde de ontem em
Ravena. O meu pensamento vai também para tantos voluntários que, nos
lugares onde a paz e a justiça estão ameaçadas, escolhem com coragem
estar presentes de forma não-violenta e desarmada; assim como aos
militares que atuam nas missões de paz em muitas áreas de conflito.
Muito obrigado a eles!
E por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo.
VN
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