12 janeiro, 2020

O Papa: na festa do Batismo de Jesus redescobrimos o nosso Batismo


 O Papa Francisco no Angelus deste domingo, Festa do Batismo do Senhor

“Na festa do Batismo de Jesus redescobrimos o nosso Batismo. Como Jesus é o Filho amado do Pai, também nós renascidos da água e do Espírito Santo sabemos ser filhos amados, objeto da complacência de Deus, irmãos de tantos outros irmãos, investidos de uma grande missão para testemunhar e anunciar a todos os homens o amor sem limites do Pai”: disse o Papa no Angelus, neste domingo (12/01), festa do Batismo do Senhor 
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

“Maria Santíssima ajuda-nos a compreender sempre mais o dom do Batismo e a vivê-lo com coerência nas situações de todos os dias”: foi o pedido do Papa à Virgem Santa, na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, ao meio-dia deste domingo (12/01), com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de ão Pedro.

“Mais uma vez tive a alegria de batizar algumas crianças, na festa de hoje do Batismo do Senhor. Rezemos por elas e pelas suas famílias”, disse Francisco. Efetivamente, pouco antes, o Santo Padre tinha acabado de presidir à santa missa na Festa do Batismo do Senhor, celebrada na Capela Sistina, com o rito do Batismo das crianças: ao todo, foram 32 crianças batizadas, 15 meninas e 17 meninos. 

Deus é Santo, os seus caminhos não são os nossos

O Pontífice ressaltou que a liturgia deste ano propõe-nos o evento do batismo de Jesus narrado pelo Evangelho segundo São Mateus (3,13-17). O evangelista descreve o diálogo entre Jesus, que pede o batismo, e João Batista, que quer negar-se a fazê-lo e observa: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu ve

O Santo Padre observou que esta decisão de Jesus surpreende Batista: “de facto, o Messias não precisa de ser purificado; é Ele, ao invés, que purifica. Mas Deus é o Santo, os seus caminhos não são os nossos, e Jesus é o Caminho de Deus, um caminho imprevisível”, ressaltou.

Jesus veio superar a distância entre o homem e Deus

João tinha declarado que entre ele e Jesus existia uma distância abissal, insuperável. “Eu não sou digno nem ao menos de tirar-te as sandálias” (Mt 3,11), dissera. “Mas o Filho de Deus – continuou o Papa – veio precisamente para superar a distância entre o homem e Deus. Se Jesus é totalmente da parte de Deus, é também totalmente da parte do homem, e reúne aquilo que estava dividido”.

Por isso, explicou Francisco, Jesus replica a João: “Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”. 

Solidariedade com o homem frágil e pecador

“O Messias pede para ser batizado, a fim de que se cumpra toda a justiça, isto é, se realize o desígnio do Pai que passa pelo caminho da obediência filial e da solidariedade com o homem frágil e pecador. É o caminho da humildade e da plena proximidade de Deus a seus filhos.”

O Pontífice observou que também o profeta Isaias anuncia a justiça do Servo de Deus, que realiza a sua missão no mundo com um estilo contrário ao espírito mundano: “Ele não clamará, não levantará a voz, não fará ouvir a sua voz nas ruas, não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha bruxuleante” (42,2-3). Seguidamente, o Pontífice acrescentou:
“É a atitude da mansidão, da simplicidade, do respeito, da moderação e do não fazer alarde, que se requer também hoje aos discípulos do Senhor. Na ação missionária a comunidade cristã é chamada a ir ao encontro dos outros, propondo sempre e não impondo, dando testemunho, partilhando a vida concreta das pessoas.”
Testemunhar e anunciar o amor sem limites de Deus 
 
Assim que Jesus foi batizado no rio Jordão, os céus abriram-se e desceu sobre Ele o Espírito Santo como uma pomba, enquanto do alto ressoou uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem coloquei a minha complacência”, frisou o Papa citando a passagem de Mt 3,17.

“Na festa do Batismo de Jesus redescobrimos o nosso Batismo. Como Jesus é o Filho amado do Pai, também nós renascidos da água e do Espírito Santo sabemos ser filhos amados, objeto da complacência de Deus, irmãos de tantos outros irmãos, investidos de uma grande missão para testemunhar e anunciar a todos os homens o amor sem limites do Pai.”

Na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, após a oração mariana o Pontífice saudou, entre outros, os jovens do Movimento dos Focolarinos provenientes do Brasil, Colômbia, Paraguai e Coreia, vindos a Roma para um curso de formação há cem anos do nascimento da Serva de Deus Chiara Lubich.

VN

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